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Boi gordo, milho e coronavírus: o que você precisa saber antes de fechar negócio

    Boi gordo, milho e coronavírus: o que você precisa saber antes de fechar negócio

    A Scot Consultoria fez uma projeção detalhada dos itens que mais pesam na tomada de decisão, uma vez que insumos, evolução de preços e cenário internacional

    Depois que o mercado de boi gordo teve poucas variações na primeira quinzena de março, a Scot Consultoria afirma que na segunda quinzena do mês não deve ser dissemelhante.

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    Segundo o exegeta de mercado Felippe Reis, é verosímil que os pecuaristas sigam um viés de baixa, com a oferta de animais ainda moderada e menos músculos consumida. “O mercado deve ‘caminhar de lado’ com possíveis mínimas”, diz.

    Ele lembra que o preço da arroba do boi gordo, na média das 32 praças pesquisadas, foi de somente 0,1%. “Tínhamos pouca oferta, não só em São Paulo uma vez que no universal”, comenta.

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    No Rio Grande do Sul, mesmo com oferta restrita, as indústrias, que tinham cronogramas de abate entre dois e três dias, não ampliaram o horário. “Essa situação aconteceu mesmo com a desova de animais maiores, devido à estiagem no estado”, disse.

    Exportar

    Na primeira semana de março, as exportações atingiram a média de 5,7 milénio toneladas por dia, segundo a Scot. A empresa afirma que, se os embarques continuarem nesse ritmo, serão exportadas 125 milénio toneladas de músculos bovina em março. O valor representaria o segundo melhor resultado do mês de toda a série histórica.

    “Até agora, 2020 tem sido bom em termos de exportação”, diz Reis.

    Milho

    Segundo a consultoria, há espaço para mais valorização do milho no mercado doméstico. O exegeta Rafael Ribeiro diz que essa expectativa se baseia em dados da Companhia Pátrio de Provisão (Conab), que indicaram os menores estoques finais do ciclo 2019/2020 da série histórica.

    “No relatório de março, a Conab estimou estoques de 8,04 milhões de toneladas, na presença de 8,44 milhões de toneladas em fevereiro”, comenta. No ciclo anterior, em 2018/2019, os estoques do cereal estavam em 11,4 milhões de toneladas e na safra anterior, em 16,18 milhões de toneladas. Esse cenário se deve à demanda interna mais aquecida e às exportações recordes em 2019.

    “A oferta mais ajustada tem ajudado a manter o preço firme. A subida do dólar e o clima paranaense, com uma estiagem que começa a afetar o milho safrinha, também devem impactar os preços”, diz Ribeiro.

    Coronavírus

    Apesar da queda nas compras da China no início do ano, principal mercado do Brasil, o exegeta de mercado Felippe Reis comenta que até o momento os embarques de músculos bovina estão em bom ritmo. Ele considera, porém, que se não houver melhora na situação do coronavírus no mundo, mais medidas terão que ser tomadas para sofrear a doença, vestuário que pode impactar a venda de itens do agronegócio.

    “É evidente que se o cenário não melhorar, teremos medidas drásticas para sofrear o surto. Isso pode impactar a comercialização de produtos agrícolas. Em universal, já se fala em uma contração de 1% da economia mundial devido ao coronavírus. E sabemos que menor poder aquisitivo significa menor consumo”, afirma.

    Segundo o presidente da Scot Consultoria, Alcides Torres, o setor no Brasil ainda não foi afetado pela doença. “Do ponto de vista conjuntural, a situação é terrível. Do ponto de vista estrutural, a pecuária de namoro no Brasil vai muito”, comenta.

    Ele comenta que a arroba estava seguro, com o pecuarista vendendo de forma contida. “As escalas evoluem para três a cinco dias, com o mercado ajustado”, diz.

    Aliás, o clima do Brasil Médio ajudou o produtor. “Ou seja, a expectativa é de um mercado firme e em subida se essa crise não se exacerbar”, diz.

    **Nascente texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**

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