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BC sinaliza possibilidade de golpe “parcimonioso” de juros em agosto…

    BC sinaliza possibilidade de corte parcimonioso de juros em agosto

    Por Camila Moreira

    SÃO PAULO (Reuters) – O Banco Médio sinalizou nesta terça-feira que a maioria dos membros do Copom vê a possibilidade de iniciar um retardamento monetário “parcimonioso” na próxima reunião, em agosto, desde que um cenário de inflação mais benigno se consolide, enquanto uma minoria adotou uma postura mais cautelosa.

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    Segundo a ata da última reunião, divulgada nesta terça-feira, houve divergência quanto à sinalização dos próximos passos.

    “A avaliação preponderante foi de que a prosseguimento do processo desinflacionário em curso, com o consequente impacto nas expectativas, poderá ajudar a fabricar a crédito necessária para iniciar um parcimonioso processo de inflexão na próxima reunião”, aponta a ata.

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    Segundo o BC, outro grupo foi mais precatado, destacando que a dinâmica desinflacionária ainda reflete o recuo de componentes mais voláteis e que a incerteza sobre o hiato do resultado levanta dúvidas sobre o impacto do aperto monetário implementado até logo.

    “Para oriente grupo, é preciso observar uma maior reancoragem das expectativas de longo prazo e amontoar mais indícios de desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo”, completam a ata.

    A ata também reafirmou que os membros do Comitê foram unânimes em concordar que os passos futuros dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, principalmente dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica; expectativas de inflação, principalmente as de longo prazo; suas projeções de inflação; o hiato do resultado e o balanço de riscos.

    Nesta manhã, as operadoras precificaram chances de quase 100% de o Banco Médio trinchar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual em agosto, segundo probabilidades implícitas nos contratos futuros de juros. No final da tarde de segunda-feira, o preço dessa chance estava em 92%.

    Para o ministro da Rancho, Fernando Haddad, a ata mostra que o governo está no “caminho patente”, com a “harmonização” entre as políticas fiscal e monetária devendo suceder em breve.

    O BC decidiu deixar a Selic inalterada em 13,75% aa em reunião na semana passada e manteve o tom duro ao estimar o processo de desinflação no Brasil, frustrando o mercado ao não sinalizar a intenção de trinchar os juros em agosto e provocando novas críticas . pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    Mas, para Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter, as “atas foram mais ‘dovish’ e indicam que a visão ‘preponderante’ do Copom é de iniciar o golpe na próxima reunião, tendo em vista o atual cenário de queda da inflação e de expectativas”.

    Leonardo Costa, economista da ASA Investimentos, concorda que o documento indica que há consenso para o início do ciclo de queda dos juros na próxima reunião, apostando em um início muito gradual, com golpe de 0,25 ponto percentual.

    Mas o Banco Médio também alertou que desapoquentar o proporção de aperto monetário requer crédito na trajetória do processo de desinflação, afirmando que o retardamento prematuro pode provocar uma reaceleração do processo inflacionário e, consequentemente, levar à reversão do próprio processo de retardamento monetário.

    “A materialização desse tipo de cenário pode impactar negativamente não só a credibilidade da política monetária, mas também as condições financeiras”, afirmou.

    A ata também repetiu que a lance atual, caracterizada por uma período do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, continua exigindo cautela e parcimônia.

    Nesta terça-feira, o IBGE informou que o IPCA-15 ficou praticamente seguro em junho graças à queda dos preços dos combustíveis, e a taxa em 12 meses ficou no menor patamar em quase três anos, o que deve intensificar os argumentos para o início do golpe da taxa de juros do ciclo.

    O BC também discutiu a resiliência da atividade econômica no primeiro trimestre, mas continua com a visão de que o propagação foi puxado pelo setor agropecuário e que os demais setores devem apresentar propagação modesto ao longo do ano.

    METAS

    O BC volta aos holofotes na quinta-feira, quando divulgará seu Relatório Trimestral de Inflação com novas projeções para a economia, mesmo dia em que o Recomendação Monetário Pátrio (CMN) se reúne para definir a meta de inflação para 2026.

    O mercado também especula sobre a possibilidade de o CMN mandar que o Banco Médio persiga uma meta de inflação sem prazo definido. Atualmente, a autonomia trabalha com a meta por ano-calendário.

    Segundo o BC, o questionamento sobre uma verosímil mudança nas metas futuras de inflação é secção do motivo pelo qual as expectativas de inflação mostraram qualquer recuo, mas permanecem sem ancoragem. “O Comitê avalia que decisões que ancorem novamente as expectativas podem levar a uma desinflação mais rápida”, diz a ata.

    Para o Banco Médio, a crédito nas metas de inflação é fundamental, e “decisões que levem à reancoragem das expectativas e que aumentem a crédito nas metas de inflação contribuiriam para um processo desinflacionário mais rápido e menos pesado, permitindo o retardamento monetário”.

    O BC destacou ainda que o Copom também discutiu os impactos do cenário fiscal sobre a inflação e avalia que a apresentação e a tramitação do tórax fiscal reduziram substancialmente a incerteza em torno do risco fiscal.

    Na semana passada, o plenário do Senado encerrou a votação do projeto do novo quadro fiscal, que terá que passar por novidade estudo da Câmara dos Deputados posteriormente ser trocado pelos senadores, atrasando a epílogo da tramitação da proposta prioritária do governo por um poucos dias.

    Mas o Copom voltou a enfatizar que não há relação mecânica entre a convergência da inflação e a aprovação do quadro fiscal, uma vez que a trajetória da inflação segue condicionada à reação das expectativas de inflação e das condições financeiras.

    Fonte: Noticias Agricolas