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AVES reforça comunicação com produtores sobre cuidados com a Influenza…

A Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) informa que está acompanhando a situação identificada no Espírito Santo, na última segunda-feira (15 de maio), quando foi registrada a primeira detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade H5N1 (IAAP) em três aves migratórias costeiras, duas aves da espécie Thalasseus acuflavidus (andorinha-do-mar flocada) e uma ave da espécie Sula leucogaster (atobá).

A entidade reforça que está trabalhando em conjunto com o Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (DSA/SDA/Mapa), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Secretaria Estadual de Agricultura, Abastecimento , Aquicultura e Pesca (Seag) e Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf).

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AVES esclarece que, segundo informações do Idaf, os dois grupos de gaivotas foram encontrados debilitados em praias dos municípios de Marataízes-ES e Vitória-ES nos dias 7 e 8 de maio, respectivamente, e foram encaminhados ao Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (IPRAM), no município de Cariacica-ES.

As duas garajaus-do-mar recém-introduzidas e um atobá-pardo que já se encontrava no IPRAM por outras causas, apresentaram sinais clínicos neurológicos entre os dias 8 e 10 de maio. A 10 de maio, o veterinário do IPRAM comunicou a suspeita ao Idaf, que de imediato procedeu à investigação e colheita de amostras, de acordo com as ações previstas no plano de vigilância da gripe aviária.

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Prontamente, as amostras foram processadas no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA/SP), reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMS), desde 2016, como referência internacional no diagnóstico da gripe aviária. O diagnóstico foi confirmado como HPAI H5N1 em 15 de maio de 2023.

A identificação e notificação de casos suspeitos de IAAP em aves silvestres é resultado de um sistema de vigilância realizado em parceria entre o Mapa, o Ministério do Meio Ambiente (ICMBio e IBAMA) e o Programa de Monitoramento de Praias (PMP).

O que muda na situação de saúde do Estado e do Brasil?

A detecção da infecção pelo vírus IAAP em aves silvestres não compromete a condição do Espírito Santo nem do Brasil como país livre de IAAP. Não há alteração em relação à oferta interna de produtos e outros países não devem impor restrições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros em decorrência da notificação.

No Espírito Santo e em todo o país, intensificaram-se as ações de vigilância nas populações de aves domésticas e silvestres, principalmente nas regiões relacionadas a esse evento. Dependendo da evolução das investigações e do cenário epidemiológico, novas medidas poderão ser adotadas pelo Ministério da Saúde e órgãos estaduais de saúde animal para prevenir a disseminação da IAAP e proteger a avicultura nacional.

Fica suspensa em todo o território nacional a realização de exposições, torneios, feiras e demais eventos com aglomeração de aves, nos termos da Portaria MAPA nº 572, de 29/03/2023.

Atualmente, o mundo vive a maior epidemia de GAAP já registrada e a maioria dos casos está relacionada ao contato de aves silvestres migratórias com aves silvestres de subsistência, produção ou locais. Na América do Sul, desde outubro de 2022, já foram relatados surtos da doença na Colômbia, Equador, Venezuela, Peru, Chile, Bolívia, Uruguai e Argentina, em alguns casos limitados a aves silvestres e outros afetando aves domésticas de subsistência ou de produção. .

Existem riscos em comer ovos e carne de aves?

A AVES e a ABPA destacam que o consumo de carne e ovos de aves é totalmente seguro, segundo informações cientificamente respaldadas pela WHOA, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e outros órgãos reconhecidos internacionalmente.

De qualquer forma, é importante ressaltar que as aves que podem adoecer não são utilizadas para a produção de alimentos. Para a segurança de todos e para evitar a propagação da doença, é realizado o abate sanitário.

Como a população pode ajudar na identificação?

A detecção e notificação precoces de suspeitas de Influenza Aviária são muito importantes, pois permitem uma resposta rápida de forma a evitar a propagação da doença e, consequentemente, maiores prejuízos.

No Espírito Santo, a notificação de casos suspeitos ou a identificação de óbitos anormais deve ser comunicada imediatamente ao Idaf. A notificação pode ser feita por qualquer pessoa, por meio do sistema e-sisbravet, por telefone ou e-mail de qualquer unidade do Idaf, ou pessoalmente.

Atenção, em caso de identificação de aves doentes, ou, alta mortalidade de aves, as aves não devem ser tocadas, para evitar o contato com a doença.

Para mais informações, acesse o site: www.idaf.es.gov.br/influenza-aviaria

Quais são as orientações para os produtores?

A AVES tem intensificado a comunicação com os produtores, através de diversas informações e recomendações como:

Intensificar as medidas de biossegurança
Proibir terminantemente qualquer tipo de visita às unidades produtivas. Se necessário, faça uma aspiração sanitária
Verifique a vedação do núcleo e a malha do galpão
Mantenha o portão de acesso à propriedade fechado
Desinfecção de viaturas em pleno funcionamento
Desinfeção de materiais que acedem à quinta
Uso de roupas e calçados exclusivos no acesso à fazenda
Acesso pedilúvio a núcleos e galpões
Cuidados com a alimentação
Cuidados com a água (fonte de qualidade, tratamento, reservatórios íntegros e cobertos)
Controle de pragas
treinamento de equipe
Restringir a criação de aves pelos funcionários
Evite visitar locais com aves silvestres
Ausência de outras aves na propriedade
Se você participou de um evento relacionado ao setor, cumpra uma carência sanitária de 72 horas
Se você participou de outros eventos com aglomeração de pessoas, trocando de roupa e cumprindo os protocolos de biossegurança
Entre outras ações, reforçando todas as medidas adotadas, conforme Instrução Normativa do MAPA nº 56/2007.

Como tem atuado o AVES?

Diretor executivo da AVES, Nélio Hand explica como a organização tem atuado.

“O setor vem se preparando para situações de alerta desde 2007 com critérios e protocolos rígidos estabelecidos pelo Ministério da Agricultura a serem seguidos pelas fazendas, que foram preparados por meio dos registros. Desde outubro de 2022, quando tivemos os primeiros casos identificados na América do Sul, houve um alerta geral de todo o setor nacional e nós, como entidade representativa dos produtores do Espírito Santo, nos mobilizamos junto com a ABPA, MAPA e Idaf para trabalhar e para redobrar a atenção. Construímos uma rede de informações e ações para nos prepararmos para esse momento e agirmos com muita tranquilidade, sabendo o que cada entidade envolvida no processo deve fazer”, comenta Nélio.

“Nós, como associação, mantivemos a comunicação com o setor produtivo, com os avicultores, e já havíamos iniciado um trabalho com as prefeituras dos municípios onde há maior concentração da produção avícola do Estado. Todas essas ações são comunicativas no sentido de proteger as fazendas. Assim que recebemos a notificação da identificação dos três casos, emitimos uma nota aos produtores reforçando o que já havíamos feito nos últimos meses de forma mais restritiva, por exemplo, pedindo que proibissem qualquer tipo de visita às fazendas , permitindo apenas o acesso de pessoas e veículos que realmente precisam acessar esses locais, criando um vazio sanitário. Reforçamos também a solicitação de revisão e reforço de tela e cercas nas áreas de produção para evitar a entrada de animais silvestres ou outras espécies que possam ser vetores de qualquer doença, não apenas da Gripe Aviária. Destacamos o reforço das barreiras sanitárias no acesso às quintas, com desinfeção de roupa, calçado e viaturas que irão aceder às zonas das quintas. Tudo acompanhado pelos responsáveis ​​técnicos das fazendas. Isto dá-nos a garantia de que as explorações estão protegidas desta doença”, reitera o administrador executivo da AVES.

Fonte: Noticias Agricolas

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