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Arroba e rendimento do varejo, e Fávaro ‘flerta’ com o Japão; O Brasil está comendo mais picanha com Lula? – Horas do Dinheiro

    Arroba e rendimento do varejo e Favaro flerta com o

    Para analista da HN Agro, o brasileiro como um todo tem comido mais “carne bovina”, e elogia a possível abertura de mercado para o país asiático (Imagem: Unsplash/@dorukyemenic)

    Como você viu emDe olho no boi” Na semana passada, a arroba do animal perdeu força, com avanço nas vendas no atacado e com pressão dos frigoríficos.

    Além disso, o ritmo das exportações do Brasil para China voltou ao patamar normal pouco mais de três meses após o fim do embargo à carne bovina brasileira, entre fevereiro e março.

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    Para entender o quadro atual de preços, oferta, demanda e custos, o Tempos Agro conversou com Fernando Iglesias e Allan Maia, analistas da Culturas e Mercado, Magno Cavalcante, gerente comercial de carnes e Hyberville Neto, veterinário e diretor da HN Agro.

    Queda no preço do gado na China e impacto no varejo

    Segundo Cavalcante, a queda dos preços da carne bovina aumentou ao longo de 2023 devido ao bloqueio das exportações de carne bovina para a China, devido ao caso atípico da “vaca louca”.

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    “O embargo gerou superoferta de carne no mercado interno e, consequentemente, queda de preços. No entanto, o consumo de proteína vem diminuindo no varejo, pois os consumidores buscam melhores preços para comprar carne em maior volume”, explica.

    O gerente comenta que quando o preço da carne cai, os valores de outras proteínas também caem, o que faz com que o consumo migre naturalmente.

    “Nessa semana, o mercado estava fraco em termos de vendas, apesar do preço da arroba da carne bovina ter subido no último mês, com picos baixos de R$ 236, a semana fecha em torno de R$ 253 a arroba. Porém, com vendas fracas no varejo, os frigoríficos ficam abastecidos, sendo necessário segurar repasses de preços, e hoje algumas oportunidades de promoção de vendas acontecem”, afirma.

    Os brasileiros estão comendo mais picanha?

    Segundo Hyberville Neto, diretor da HN Agro, o Brasil tem consumido mais carne bovina como um todo, muito por conta da queda no preço da proteína nos últimos 12 meses no varejo.

    Variação de carnes no varejo – HN Agro (variação 12 meses) junho/2023
    Bife de alcatra -4,9%
    Costela -6,5%
    lombo -8,6%
    Filet mignon -8,8%
    Alcatra -9,1%

    “Vimos um aumento no consumo, muito devido a esse cenário de alta oferta no mercado interno e ao embargo à China no primeiro semestre, que gera mais produção de carne e exportações que caíram mais de 5% no primeiro semestre. Os embarques apresentam bons números em termos de volume exportado, mesmo que os preços não estejam tão bons, já que a China continua pagando menos”, explica Neto.

    Arroba do boi e preços no atacado

    Apesar de não ter um cenário de oferta apertada, Hyberville destaca que o Brasil está na entressafra.

    Boi Gordo – R$/@ – Safras & Mercado (avançar) 13/jul. 06/jul. Variação (%)
    SP – Araçatuba R$ 250,00 R$ 255,00 -1,96
    SP – Bauru R$ 245,00 R$ 250,00 -dois
    SP – Santa Fé R$ 250,00 R$ 260,00 -3,85

    “Observamos uma melhora de preços nas últimas semanas, o que fez com que os pecuaristas entregassem mais gado e resultou em uma ‘caminhada’ do setor, com o preço médio da arroba base SP melhorando em julho em relação a junho.

    No entanto, aponta o especialista, esses ganhos foram devolvidos devido à pressão dos frigoríficos, que estão com dificuldade para fazer compras, buscando preços mais baixos.

    “Agosto pode ser um divisor de águas, uma alta no preço da arroba”, comenta.

    Além disso, houve queda nos preços das carnes no atacado.

    Cortes no atacado com base em SP – Safras 13 de julho 06/julho Var. %
    caixa frontal R$ 14,10 R$ 14,40 -2,08%
    caixa traseira R$ 18,30 R$ 18,60 -1,61%
    Ponta Ag. R$ 14,15 R$ 14,25 -0,70%

    Para Fernando Iglesias, os frigoríficos têm tentado reduzir os preços da arroba mesmo sem ter escala, devido às baixas vendas no varejo e no atacado.

    “Eu diria que a situação atual da avicultura influencia muito no preço da carne bovina, porque temos uma oferta enorme de carne de frango no mercado interno, o que influencia na decisão do consumidor no varejo, já que a proteína de frango tem preços mais competitivos”, ele diz.

    Abertura do mercado para o Japão

    E nesta sexta-feira (14), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que há expectativa de abertura do mercado japonês para carne bovina e suína do Brasil “nos próximos meses”.

    A afirmação foi feita durante coletiva de imprensa na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

    “As expectativas são positivas, o Brasil cumpre todos os requisitos necessários para atender o Japão. há construção
    de um protocolo de exportação para o país”, disse Fávaro.

    Assim, na visão do diretor da HN Agro, esta abertura se apresenta como uma grande oportunidade para o setor de carne bovina no Brasil.

    “O USDA espera que o Japão importe 770 mil toneladas em 2023, o que corresponde a 7,5% das compras globais, o que é mais de 1/4 do que exportamos. Assim, o Brasil pode se beneficiar dos efeitos do El Niño sobre o rebanho na Austrália e do ciclo negativo do gado nos Estados Unidos, dois países que respondem por cerca de 90% das compras do Japão”, conclui.

    Fonte: Noticias Agricolas