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Argentina: Seca, atraso histórico no plantio, ‘dólar da soja’, esmagamento. O…

A semana começou, mais uma vez, com o foco do complexo soja na Argentina e os modelos climáticos indicando alguma chuva melhor entre o Natal e o Ano Novo para os sojicultores hermanos. No entanto, as previsões mudaram e voltam a mostrar a possibilidade de continuidade do sofrimento do país nos próximos dias.

“Hoje o modelo americano mostra menos chuvas na semana entre Natal e Ano Novo em relação aos mapas de ontem. O atraso no plantio e as condições da lavoura na Argentina continuam sendo motivo de preocupação”, explica a equipe da Agrinvest Commodities.

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Para os próximos cinco dias, a previsão é de chuva em cerca de 60% das áreas de soja e milho da Argentina, mas com volumes pouco acima de 12 mm em regiões importantes, segundo cálculos do Commodity Weather Group (CWG). E os mapas mostram, de fato, chuvas abaixo da média pelo menos até o início de janeiro. As imagens abaixo trazem as previsões de chuva para 1 a 5 dias, 6 a 10 e 11 a 15. Nos três períodos é possível identificar tais condições para quase todo o território argentino.

Imagem do WhatsApp 20/12/2022 às 16.03.52
Mapas: grupo meteorológico de commodities

“Espera-se que alguma chuva corte dois terços das áreas de soja e milho da Argentina entre sexta e sábado, trazendo algum alívio de umidade para regiões-chave, mas o modelo GFS (americano) ainda sinaliza um clima mais seco”, relata o CWG. “Nesta semana, o calor intenso, com temperaturas bem acima de 32ºC, 33ºC, deve continuar trazendo muito estresse hídrico para as lavouras na Argentina. E em 11 a 15 dias, as chuvas serão ainda mais limitadas, aumentando as temperaturas e ampliando áreas sob estresse”, completa o instituto meteorológico.

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Apesar do avanço permitido pela chegada das últimas chuvas ao país, o plantio da oleaginosa ainda está atrasado e já sinalizando uma perda considerável de potencial produtivo. E essas perdas podem se agravar ainda mais nos próximos meses. Afinal, de acordo com o Earth Daily Agro, as previsões mostram que a Argentina permanecerá sob forte seca durante todo o primeiro trimestre de 2023.

Segundo os últimos dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura de soja atingiu na semana passada 50,6% da área estimada de 16,7 milhões de hectares para esta temporada 2022/23, com um avanço de 13,5 pontos percentuais. Este é o plantio mais atrasado da história da soja argentina, com percentual 14,2 pontos menor em relação ao mesmo período do ano passado.

Afinal, chuvas sequer foram registradas nos últimos dias, porém, chegaram de forma limitada, mal distribuídas e com volumes longe de serem suficientes para mudar a situação atual. Mesmo assim, o índice de lavouras de soja em boas ou ótimas condições aumentou de 11 para 19%, enquanto o total de lavouras em más condições aumentou de 23% para 20%. Neste mesmo período da safra 2021/22, apenas 1% das lavouras de oleaginosas estavam em condições regulares ou ruins.

A Argentina está sob o foco central do mercado global de soja não apenas por ser o terceiro maior exportador do grão, mas por ser o primeiro no cenário mundial em exportações de farelo e óleo de soja. As adversidades climáticas do país têm promovido intensa volatilidade entre os futuros de ambos os derivativos, principalmente do farelo.

“Tudo indica que o processamento da soja vai continuar em queda, sustentando a estabilidade do preço do farelo”, diz a equipe da Agrinvest Commodities.

Somente nesta terça-feira (20), os derivativos futuros testaram ganhos de mais de 2% entre os contratos mais negociados, refletindo os mapas atualizados mostrando menos chuvas para a Argentina nos próximos dias. Embora o mercado tenha diminuído o ímpeto de ganhos, ainda fechou em alta, com ganhos de pouco mais de 0,6% nas posições mais negociadas, levando janeiro a US$ 451,90 a tonelada curta e maio a US$ 451,90 a tonelada curta. 441,40.

O óleo de soja, mercado do qual a Argentina também é o maior exportador mundial, fechou o dia em Chicago também com boa evolução na terça-feira, superando 2%. O contrato de janeiro subiu 2,58%, para 66,07 centavos/lb, enquanto o contrato de março subiu 2,11%, para 64,75 centavos/lp.

SOJA SECA X DÓLAR II x MOAGEM

Em meio à segunda rodada do chamado ‘dólar soja’ ou dólar da soja, que é a taxa de câmbio estipulada pelo governo para a comercialização da oleaginosa – que fixou 230 pesos para 1 dólar – as atuais condições climáticas e crescentes ameaças ao da nova safra argentina limitaram o incentivo dos produtores para continuar fazendo novos negócios.

“Segundo relatório elaborado pela Universidade Austral e, com previsão de chuvas para o início ou final de fevereiro, a recomendação para a soja é não vender e começar a fazer hedge com base em opções de venda, operações também conhecidas como PUTs”, disseram especialistas ouvidos através do portal local Infocampo.

Ainda de acordo com o site de notícias, desde que o dólar da soja entrou neste segundo momento, em 28 de novembro, a nação sul-americana teria negociado cerca de quatro milhões de toneladas.

“Em 12 dias de setembro, na primeira rodada do dólar soja, os argentinos venderam aproximadamente mais de 9 milhões de vendas. Agora, em 12 dias, 3,6 milhões, aproximadamente. estoques baixos na Argentina, a moagem vai cair ainda mais agora, até a entrada da nova safra”, explica Eduardo Canin, analista de mercado da Agrinvest Commodities.



Fonte: Noticias Agricolas

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