Agricultores familiares de 12 acampamentos rurais localizados no Distrito Federal receberam, nesta semana, 24 sacas de milho de duas variedades desenvolvidas pela Embrapa – BRS Taquaral e BRS Ribeirão. É uma ação conjunta da Embrapa Cerrados, da Emater-DF, da Ceasa-DF e da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF). A iniciativa busca garantir a segurança alimentar das famílias envolvidas e também ajudará os pesquisadores a avaliar o comportamento desses materiais que serão plantados nas áreas coletivas dos acampamentos.
A solenidade de entrega das sementes foi realizada na Fundação Casa Cerrado (Brasília-DF). O chefe geral da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro, o presidente da Emater-DF, Cleison Duval, o secretário de Agricultura, Fernando Rodriguez, o presidente da Ceasa, Odilon Ferreira, além de servidores e gestores das instituições envolvidas nesta iniciativa e familiares de agricultores representantes dos acampamentos beneficiados. O evento também contou com palestra técnica do agrônomo e extensionista Marconi Borges, da Emater-DF, com orientações e recomendações de como plantar milho.
De acordo com o chefe-geral da Embrapa Cerrados, a ideia é continuar a ação de entrega de sementes e abrir pastagens para outras espécies. “Estamos começando com sementes de milho, mas nossa intenção é dar continuidade a esse trabalho. Este é apenas um piloto. Além de entregar as sementes, vamos avaliar o comportamento desses materiais”, disse. Sebastião Pedro informou que as duas variedades de milho são fruto de pesquisas iniciadas há 20 anos e apresentam potencial principalmente para uso em silagem, consumo como milho verde e produção de grãos para ração animal.
“São sementes que podem ser multiplicadas e essa iniciativa está sendo implementada como parte de nossos programas de segurança alimentar e combate à fome. São sementes que serão plantadas em áreas coletivas e a Emater dará todo o apoio para que tudo dê certo”, afirmou o presidente da Emater, Cleison Duval. “É um material resultante da pesquisa chegando às mãos dos produtores”, enfatizou Fernando Rodriguez, secretário de Agricultura. A Seagri-DF foi responsável por selecionar os acampamentos que seriam beneficiados com essa iniciativa conjunta. Cada acampamento recebeu duas sacolas de 20 quilos cada.
material de qualidade
“É muito representativo esse reconhecimento de nossas áreas e nosso apoio é para que iniciativas como essa continuem”, disse Robsneide da Silva, do acampamento Noelton Angélico, localizado na BR 080. “É a primeira vez que estamos recebendo sementes e estamos saiba que este é um material de qualidade. Isso deixa-nos muito felizes, pois representa dignidade e respeito para o nosso grupo e alimento para as nossas famílias”, disse Maria da Conceição da Silva, do Campo 10 de Junho, no Gama. “Essas sementes chegaram em boa hora. É muito importante para nós. Vamos plantar e tentar aumentar para o ano que vem”, disse Domingos Ferreira, do acampamento 8 de Março, em Planaltina.
“As variedades serão cultivadas pelos produtores e acompanhadas de pesquisas como unidades demonstrativas e validação tecnológica. A Emater também vai ajudar no processo de transferência de tecnologia e avaliação dessas cultivares nessas pequenas propriedades”, explica Fábio Faleiro, chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados.
Ele destaca que as duas instituições são parceiras de longa data e que trabalhos como esse de validação em propriedades rurais já são feitos com culturas diferentes. “As ações da parceria entre a Embrapa e a Emater, alinhadas a importantes políticas públicas, possibilitam estreitar a ligação entre as empresas e o setor produtivo e os produtores rurais. Essa conexão é fundamental para as ações de transferência de tecnologia e também para a prospecção de demandas reais para novas ações de pesquisa e desenvolvimento”, diz Faleiro.
As variedades de milho BRS Taquaral e BRS Ribeirão foram desenvolvidas pela Embrapa Cerrados junto a agricultores do estado de Goiás, a partir do melhoramento participativo (quando a comunidade participa de todo o processo de seleção) predominantemente em ambientes de transição agroecológica. “Essa estratégia é fundamental para que as variedades se adaptem à realidade local, possibilitando aumentar a resistência a estresses abióticos específicos, ao manejo utilizado nas áreas, além de se adequar aos usos e preferências dos agricultores”, explica a pesquisadora Altair Toledo, da Embrapa Cerrados .
Da Embrapa Cerrados
