No mundo dos investimentos, é interessante analisar as correlações entre diferentes ativos financeiros. E será que o ações do agronegócio eles estão apenas na trilha de mercadorias?
Imediatamente o investidor pode tentar procurar uma correlação entre o commodities agrícolascomo milho, carne bovina e soja, e ações do setor agrícola listadas na Bolsa de Valores do Brasil (B3).
Surpreendentemente, porém, esses ativos nem sempre seguem um padrão tão evidente.
Portanto, a tabela de correlação abaixo apresenta algumas empresas do B3 do setor agrícola versus milho, carne bovina e soja dolarizados e não dolarizados.
Os dados da tabela são obtidos a partir do cálculo da correlação entre as variações diárias dos preços de abertura dos ativos entre as datas de 18/02/2019 a 17/05/2023, obtidos na plataforma Profit Pro.
Enquanto as commodities agrícolas apresentam volatilidade e oscilações, Estoques agrícolas parecem seguir seu próprio caminhocom movimentos mais estáveis e quase independentes das commodities.
Isso pode causar certa perplexidade entre os investidores, que esperam uma relação mais direta entre esses ativos.
Portanto, as ações no setor agropecuário são influenciadas por fatores como gestão da empresa, eficiência operacional, perspectivas de crescimento, políticas governamentais, entre outros fatores.
Por outro lado, as commodities agrícolas são controladas por variáveis mais diretamente relacionadas à oferta e demanda, como clima, safra e condições internacionais.
rodeio agronegócio
O mercado financeiro tem estado volátil nos últimos meses, principalmente com oscilações significativas nos preços das commodities.
No entanto, existem matérias-primas que entusiasmam o mercado e os investidores.
A safra de soja bate todos os recordes, deixando os produtores empolgados.
E as notícias só melhoram para a safra de inverno, com recuperação significativa em relação ao ano passado – safra de soja 22/23.
Chegamos ao final de março com 75% da área plantada já colhida. Um ritmo um pouco mais lento que o ciclo anterior, mas nada que possa diminuir o entusiasmo.
Assim, o Centro-Oeste já concluiu seus trabalhos na lavoura e agora é a vez do Rio Grande do Sul enfrentar o desafio.
Mas não pense que a soja é um grão qualquer, ela é uma verdadeira estrela do mercado financeiro, com preços tão voláteis que até as ações ficam com inveja.
No entanto, há uma luz no fim do túnel, com os preços se estabilizando devido ao aumento da demanda por produtos à base de soja.
Os investidores precisam estar atentos às oportunidades de compra e venda, a soja continua sendo um dos principais ativos neste momento.
O milho sobe ou desce?
Enquanto os preços têm se mantido estáveis nos últimos meses, com algumas oscilações aqui e ali, a tendência é que os preços do milho continuem subindo como pipoca estourando na panela.
A razão? A crescente demanda por alimentos de grãos dourados está levando-a a novos patamares.
Os investidores do agronegócio, para saborear os lucros, devem ficar de olho nas oportunidades de investimento no milho, que pode ser uma opção para “engordar” a carteira.
O mercado de milho brilhou bastante no mês de março, com o avanço do plantio da safrinha. Segundo dados da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), 95% da área prevista já foi semeada.
E com condições aceitas em quase todo o Brasil, com exceção de Mato Grosso do Sul e Paraná, que foram seguidos de fortes chuvas nos meses anteriores, dificultando a vida dos agricultores.
Foi estimada uma produção nacional de 124,8 milhões de toneladas de milho, ligeiramente abaixo das expectativas iniciais devido à redução da área plantada na segunda safra no Paraná.
sinal de aviso
Porém, o mercado deve ficar atento, pode haver ajustes e possíveis atrasos ou reduções no plantio. Também é importante acompanhar o início do plantio da safra americana.
Os agentes do mercado estão atentos às novidades, principalmente na perspectiva de maior área plantada de milho nos EUA e na renovação do acordo de exportação do grão pelos portos do Mar Negro, na Ucrânia.
E tem mais no agronegócio: destaque especial para o mercado de cereais; em março, foi estabelecida alíquota fixa de ICMS para gasolina e etanol.
Essa medida deve favorecer a paridade do biocombustível em relação ao combustível fóssil e melhorar as margens das usinas que utilizam o milho como insumo, além de colocar mais dinheiro no bolso dos produtores.
O preço do milho em Chicago, para o primeiro contrato futuro, encerrou março com valorização de 4,92%.
Um boi gordo é um touro indomável
O mercado altista está em pleno andamento nos últimos meses, parecendo um touro indomável no meio da arena financeira.
Os preços estão altíssimos e a demanda está fervendo. A indústria está se beneficiando de uma combinação explosiva:
a queda da taxa de juros,
aumento da renda do consumidor e aumento das exportações.
Com todas essas cartas na manga, o boi gordo se mostra uma suculenta opção de investimento.
Março foi um mês e tanto para o mercado de gado. O tão esperado fim do embargo chinês à carne brasileira trouxe um verdadeiro alívio aos agentes do mercado.
Após um caso incomum de Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE) em fevereiro, a China finalmente permitiu o trânsito novamente.
churrasco na china
E convenhamos, a China estava sedenta pela carne brasileira, já que a proteína era escassa no mundo.
A volta da China ao mercado brasileiro de carne bovina foi um verdadeiro sopro de otimismo para os pecuaristas. Isso traz perspectivas de melhores margens de rentabilidade ao longo do ano.
A arroba reagiu com toda força no final de março, mantendo-se estável mesmo antes do embargo. Essa estabilidade é impulsionada pela escassez de oferta de gado.
Alguns pecuaristas decidiram segurar o gado, aproveitando a boa qualidade das pastagens, esperando preços ainda melhores.
As exportações brasileiras no primeiro trimestre de 2021 atingiram a marca de 411 mil toneladas, o segundo maior volume da série histórica para aquele período, perdendo apenas para o ano de 2022.
Outra boa notícia: a queda no preço do grão está favorecendo o custo da arroba de engorda em relação ao ano anterior.
Mas, atenção, agentes de mercado! Nos próximos meses, é preciso ficar de olho no aumento da oferta de gado no Brasil.
Essa fartura pode gerar pressão nos preços da arroba e dar um pouco mais de poder de barganha aos frigoríficos.
Dança da Mercadoria Agrícola
O mercado de commodities agrícolas ferve como uma panela de pressão prestes a explodir, impactando as ações do agronegócio.
Soja, milho e boi vivo têm sido os protagonistas dessa dança frenética, movimentando investidores e de olho nas oscilações de preços.
Em suma, o mercado agrícola é como uma roda-gigante em constante movimento, com altos e baixos que podem fazer com que o investidor se sinta em um parque de diversões.
Mas, com informações atualizadas e um toque de humor, é possível acompanhar as tendências e encontrar as melhores oportunidades para dar um “dando voltas” nos lucros.
Então pegue seu chapéu de investidor, suba no carrossel de commodities e prepare-se para uma emocionante jornada no mercado agrícola. Mas lembre-se: no mundo dos investimentos, o importante é saber dançar no ritmo das safras, embargos e demandas.
E se você conseguir sorrir nessa aventura financeira, certamente estará mais bem preparado para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades.
Afinal, quem disse que finanças não podem ser divertidas?
*Daniel Abrahãonovo colunista para Tempos de dinheiro, possui mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro; trabalhou nos maiores bancos privados do país. Atualmente é consultor e sócio sênior da IHUB Investimentos, sendo responsável por uma carteira de mais de R$ 140 milhões. Sempre traduzindo conhecimentos técnicos e “difíceis” do mercado para facilitar a vida dos investidores.
