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44ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga reuniu competidores de oito estados do país

    44a Exposicao Nacional do Cavalo Mangalarga reuniu competidores de oito

    A 44ª Exposição Nacional do Cavalo Margalarga está sendo mais que especial, pois comemora os 88 anos de fundação da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga (ABCCRM).

    Em 25 de setembro de 1934, estimulada por técnicos competentes e apoiada por iniciativas governamentais, foi fundada a Associação Brasileira de Criadores da Raça Mangalarga, órgão que formaria, estimularia e consolidaria a raça em todo o território nacional.

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    Voltando um pouco a essa importante história da criação nacional, no final do século XIX e início do século XX, iniciou-se um movimento pan-americano que visava valorizar as raças nativas para preservá-las. Na época, havia muitos cruzamentos de animais regionais com estrangeiros, visando o melhoramento genético, mas que apresentavam poucas evidências, além de promover uma descaracterização generalizada das raças, colocando em risco séculos de adaptação ao novo ambiente.

    Esse movimento promoveu a oficialização das criações regionais, e começaram a surgir as primeiras associações de criadores.

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    Assim, a história da ABCCRM teve início em 1928, com a publicação do livro “Criação do Cavalo”, de Paulo de Lima Corrêa, que destacou a necessidade de sistematização e orientação unificada para a criação do cavalo Mangalarga, com notas e registros genealógicos credenciado pelo selo de um “Stud Book”.

    Segundo Raul Almeida Prado, criador e especialista na raça Mangalarga, a concretização da ideia em uma associação ainda levou seis anos para ser concluída. “Enquanto isso, um grupo de criadores formado por Celso Torquato Junqueira, Renato Junqueira Netto, Hermílio Franco, Gabriel Jorge Franco, José de Lima Franco, Francisco Junqueira Franco, Antonio Olyntho Diniz Junqueira, Magino Diniz Junqueira, José Jorge Diniz Junqueira, Mario Diniz Junqueira, Acácio Diniz Junqueira, Edmundo Diniz Junqueira e Saulo Junqueira doaram quinze éguas ao Governo do Estado, para que, na Fazenda Experimental Sertãozinho, pudessem ser iniciadas as bases oficiais para a criação e seleção de Cavalos Mangalarga”, destaca.

    Silvio Torquato Junqueira lembra que seu tio-avô Celso Torquato Junqueira viajou pessoalmente pelo sul de Minas Gerais pelas propriedades de seus parentes, tentando convencê-los a se associarem à associação. “Foi um trabalho feito pessoalmente, de propriedade em propriedade, conversando com parentes para que pudessem se associar à associação”, comenta Junqueira.

    Com o apoio técnico de membros do governo estadual e federal, uma circular dirigida a um grupo de criadores, assinada por Paulo de Lima Corrêa, da Secretaria de Agricultura, e Augusto de Oliveira Lopes, do Ministério da Agricultura, incentivou a fundação da associação. Uma Comissão Organizadora convocou os criadores e, sob a presidência de Gabriel Jorge Franco, declarou fundada e instalada a Associação dos Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga. A Assembleia aprovou o primeiro estatuto elaborado pela Comissão Organizadora e elegeu a primeira Diretoria presidida por Renato Junqueira Netto.

    Nestes 88 anos de história, vários momentos foram importantes para o desenvolvimento e crescimento da raça, principalmente os animais que direcionavam formas de criar.

    “O primeiro cavalo referido como o ideal na criação foi o Colorado, e até hoje sua linhagem é disseminada entre os criadores. E em mais um momento da história final do Turbane JO dos anos 70, vem marcar o outro lado da história da raça com sua linhagem”, explica Raul de Almeida Prado.

    Também podemos destacar a mudança no perfil dos usuários e criadores da raça, que, a partir da década de 1980, saiu exclusivamente das mãos de fazendeiros e proprietários de propriedade rural e passou a ser utilizado e investido por empresários, industriais e profissionais.

    88 anos depois

    Hoje, 88 anos depois, a ABCCRM contabiliza 200 mil animais cadastrados. Em 2021, foram realizados 25 leilões da raça com faturamento de até R$ 3 milhões, média de R$ 120 mil/animal. Em 2022, até o momento, foram realizados 15 leilões, com faturamento acima de R$ 4 milhões e média de R$ 266 mil, um aumento de 33% em relação ao ano anterior.

    “São 88 anos de história, que mostram a representatividade e importância da nossa raça no país. Esta Nacional será uma grande festa, com a união de todos os criadores do Brasil”, finaliza Eduardo Rabinovich, atual presidente da ABCCRM.

    Por: Agência Cavalus Comunicação

    Fotos: arquivo pessoal

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    Fonte: Agro