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Painel marca momento histórico para a pecuária nacional

    Painel marca momento historico para a pecuaria nacional

    O segundo painel do V Fórum Estadual de Vigilância da Febre Aftosa tratou da “Visão geral do processo e perspectivas do Programa Nacional de Vigilância da Febre Aftosa (PNEFA). O evento realizado na manhã desta quinta-feira (22/09) foi organizado pela equipe gestora estadual do PNEFA e transmitido pela internet, por meio do canal da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), no Youtube.

    O mediador do painel e presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Francisco Olavo Pugliesi de Castro, conhecido como Chico da Pauliceia, começou falando sobre o compromisso de entidades públicas e privadas e produtores rurais no processo de retirada da vacina contra a febre aftosa.

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    “Depois de décadas vacinando e o produtor rural fazendo seu trabalho com muito sucesso, estamos chegando a esse momento histórico de poder retirar a vacina com segurança e responsabilidade. Isso não significa que vamos abandonar nosso rebanho, pelo contrário, faremos muito mais vigilância do rebanho. Isso abre novas possibilidades para acessarmos novos mercados e novos programas de gestão. Com o apoio de todas as entidades públicas e privadas envolvidas e do produtor rural, chegamos a este momento histórico que trará grande sucesso à pecuária nacional”, disse Chico da Pauliceia.

    A primeira palestra “Panorama do Brasil em relação à retirada da vacinação contra Febre Aftosa” foi proferida pelo Inspetor Federal Agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Diego Viali.

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    Viali destacou que Mato Grosso apresenta bom desempenho dentro do estabelecido no plano, com 76% das medidas propostas concluídas. A criação de fundos privados foi apontada como uma das principais medidas de segurança para os produtores, nos casos da doença. Nesse sentido, Mato Grosso assumiu a liderança, pois os produtores contribuem para o Fundo Emergencial de Saúde Animal do Estado de Mato Grosso (Fesa-MT).

    Segundo Diego Viali, com a retirada da vacinação dos blocos I e V, a economia direta ao produtor (custo da vacina, perdas em carne e leite) ao longo desses anos até o final de 2022 é estimada em R$ 1,25 bilhão. A previsão é que Mato Grosso economize 160 milhões/ano com vacinação, sendo cerca de R$ 115 milhões em vacina, R$ 40 milhões em perdas de carne/abate e cerca de R$ 5 milhões em perdas de leite.

    Sobre a importante participação de Mato Grosso no Plano Estratégico, Viali destacou que o estado participa dos blocos I e IV e, por estar praticamente no centro do país, faz fronteira com vários estados. Só não tem conexão com o bloco III. “Mato Grosso tem um papel importante no Plano Estratégico. Mato Grosso é o coração do Plano”, destacou Diego.

    Conforme explicou Viali, em 2023 vão vacinar quatro estados do bloco IV, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe, todo o bloco II e bloco III, que representa 75 milhões de animais. Os sete estados do bloco IV, bloco I e bloco V que já estão livres da doença sem vacinação não receberão a vacina em 2023.

    O inspetor agropecuário destacou ainda que, em 2021, foram realizadas diversas reuniões virtuais, no âmbito do Plano Estratégico 2017-2026 do PNEFA, visando discutir e acompanhar a implementação das ações previstas para a transição gradual da zona livre da febre aftosa zonas com vacinação para livre sem vacinação, com o objetivo de tornar todos os países livres de febre aftosa sem o uso de vacinação até 2026.

    O veterinário responsável pela fronteira e preparo para emergências zoossanitárias do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), João Marcelo Brandini Néspoli, apresentou os resultados do simulado de emergência contra a febre aftosa realizado em Juscimeira, entre 30 de julho e 6 de agosto de 2022. A simulação foi realizada pelo Mapa e Indea-MT.

    Néspoli destacou que, além dos funcionários do Indea, participaram Defesa Civil, Forças de Segurança Pública, Exército e instituições privadas ligadas à pecuária mato-grossense, além de órgãos estaduais e superintendências federais de Defesa Agropecuária do Brasil e países da América do Sul. . Sul.

    Os participantes simularam como agir em caso de surto de febre aftosa, como instalação de barreiras sanitárias, desinfecção de veículos, sacrifício de animais e ações de contenção do vírus em propriedades rurais que teriam o surto da doença.

    Indenização em caso de surto – João Marcelo destacou que em Mato Grosso, em caso de febre aftosa, os produtores rurais mato-grossenses têm direito a receber indenização pelo valor integral dos animais sacrificados em estado de emergência, conforme previsto no art. pela Lei 569/1948.

    “A compensação é calculada por uma comissão de avaliação, instituída por portaria do Mapa, que inclui representantes do Mapa, do Indea e da classe de produtores rurais.

    No foco (local onde há animais positivos para a doença) o cálculo do valor pago é estipulado pela comissão com a participação do produtor, sendo 50% do valor total pago ao Fundo Estadual de Saúde Animal (FESA-MT). ) e o restante, os outros 50% pagos pelo governo, sendo 2/3 do valor indenizatório do governo federal e 1/3 do valor indenizatório vindo do governo estadual”, apresentou João Marcelo.

    Néspoli destacou ainda que a comissão tem autonomia para avaliar e calcular o valor genético dos animais, por exemplo: se houver vacas leiteiras de alta produção ou touros registrados de valor genético, esse valor pode ser acordado com o produtor, sempre buscando a real valor do animal, com bom senso entre as partes. (Artigo 5º do Decreto 27.932 de 1950).

    Na simulação, os participantes foram envolvidos em situações protocolares em caso de contaminação. “Em torno da propriedade de foco, são formadas zonas para evitar que o vírus se espalhe. As propriedades rurais que estão em um raio de 3 km do foco estão na área perifocal. A partir do perifoco, outros 7 km são a zona de vigilância e desta a zona de proteção, com extensão de 15 km. São necessárias ações para conter o surto em uma extensão de 25 km no entorno da propriedade com animais positivos”, descreveu.

    Em seguida, o mediador do painel 2, Chico da Pauliceia, Diego Viali e João Marcelo Nespoli debateram sobre o PNEFA e responderam perguntas de internautas e participantes presentes.

    O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), Roberto Renato Pinheiro da Silva, encerrou o evento agradecendo ao Comitê Gestor de Mato Grosso, aos veterinários e produtores rurais. “O Mato Grosso agora tem plenas condições de retirar essa vacinação. Vai removê-lo, não tenho dúvidas sobre isso. Tenho certeza que com a competência que temos no Mapa, em nossos médicos veterinários inseridos no Indea-MT, em Famato e nas demais instituições que compõem o setor produtivo e de saúde animal, chegaremos com sucesso em 2016 com o status de doença livre de febre sem vacinação”, disse o presidente, Roberto Silva.

    O Fórum é organizado pelas seguintes entidades: Famato, Indea-MT, Mapa, Acrimat (Associação de Criadores de Suínos de Mato Grosso), Acrismat (Associação de Criadores de Suínos de Mato Grosso), Aproleite (Associação de Produtores de Leite de Mato Grosso), Fesa, CRMV-MT (Associação Regional de Conselho de Medicina Veterinária e Zootecnia do Estado de Mato Grosso) e Sindifrigo (Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso). A gravação do evento está disponível na internet, no canal Famato, no Youtube https://youtu.be/IKQ00lyhpbE



    Fonte: Agro