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Vacas podem produzir leite sem dar à luz?

    É possível que uma vaca produza leite sem parir?

    Indução artificial de lactação em vacas leiteiras

    A revolução na produção de leite

    Entenda como a indução artificial de lactação pode ser uma alternativa viável para aumentar a rentabilidade das fazendas leiteiras

    Gostou das nossas dicas? Possui alguma outra que gostaria de compartilhar com a gente?

    Indução artificial de lactação em vacas leiteiras

    A importância da avaliação individual dos animais e do sistema de produção

    Alternativa terapêutica viável para propriedades leiteiras

    Protocolos hormonais para indução artificial de lactação em vacas

    Viabilidade econômica e resposta dos animais

    Resultados da lactação induzida em vacas e novilhas holandesas

    Produção máxima diária de leite e capacidade de retorno à ciclicidade

    Características individuais dos animais e do sistema de produção para iniciar o protocolo hormonal

    Utilidade da ferramenta na decisão de descarte involuntário de fêmeas

    Desenvolvimento e aperfeiçoamento de biotécnicas na bovinocultura leiteira

    Contribuição para o crescimento da produção de leite em escala

    Autores do estudo e referencial bibliográfico




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    E aí, você acredita que sua vaca pode iniciar uma lactação sem precisar passar pelo parto? E ainda, produzir leite da mesma forma?


    A resposta para estas questões é: SIM. É possível que as vacas de leite iniciem uma nova lactação sem a necessidade de parir. Atualmente, existem protocolos hormonais de indução artificial de lactação que podem representar uma alternativa viável para algumas propriedades leiteiras.


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    Antes de iniciarmos nossa conversa sobre esta alternativa terapêutica, devemos lembrar da importância da avaliação individual dos animais e do sistema de produção antes da implementação de qualquer biotecnologia produtiva ou reprodutiva.


    A técnica de indução artificial da lactação consiste em um tratamento hormonal que mimetiza o terço final gestacional de uma vaca, estimulando o desenvolvimento da glândula mamária e a síntese do leite. Assim, a fêmea não precisa parir para iniciar uma nova lactação.


    Esta alternativa demonstra elevada viabilidade quando pensamos no alto índice de descarte involuntário dos rebanhos leiteiros. Seria só pensar naquela vaca de alto mérito genético e elevada produção de leite, que devido à alguma falha de manejo ou outra questão individual, esta fêmea não está gestante e se encontra no fim do período de lactação ou seca. Ainda podemos pensar naquelas novilhas que ganharam muito peso durante a recria e estão apresentando resultados reprodutivos insatisfatórios, com dificuldade para se tornarem gestantes, mas o proprietário não deseja descartar esses animais, pois precisa manter a reposição das vacas adultas no rebanho. Assim, surge a possibilidade de induzir a lactação artificial desses animais.


    Desta forma, esta ferramenta pode ser aplicada em fêmeas que tenham alguma falha reprodutiva (que possa ser solucionada na próxima lactação) e, que seriam descartadas do rebanho. Assim, podemos reduzir o índice de descarte involuntário e colaborar para a lucratividade das fazendas leiteiras considerando a possibilidade de manter as vacas por mais tempo no rebanho.


    Contudo, um fator muito importante é que atualmente os protocolos hormonais para indução artificial de lactação em vacas, empregam elevadas doses hormonais, que podem inviabilizar a utilização da técnica do ponto de vista econômico. Então, por que discutir uma alternativa que teoricamente apresenta elevado custo de implementação na propriedade? Como viabilizar economicamente sua utilização?


    Pensando nestas mesmas questões, decidimos reduzir as doses hormonais atualmente empregadas em protocolos comerciais para testar e avaliar a resposta dos animais. Pois além de evitar o uso exacerbado de hormônios, poderíamos reduzir o custo da técnica e evitar que haja uma sobrecarga hormonal nos animais durante o tratamento. Lembrando que o objetivo do tratamento hormonal seria simular eventos fisiológicos que aconteceriam de forma natural no fim do período gestacional.


    Assim, baseando-se nos protocolos hormonais comercialmente difundidos, reduzimos a dosagem diária de benzoato de estradiol de 0,060mg/kg de peso vivo (PV) para uma aplicação a cada 48h de 0,006mg/kg de PV de benzoato de estradiol e 0,012mg/kg de PV de cipionato de estradiol. E o resultado foi surpreendente, considerando que as fêmeas apresentaram resposta satisfatória e economicamente viável após o emprego desta biotecnologia.


    Este protocolo hormonal foi utilizado em mais de 15 animais, dentre vacas e novilhas holandesas (Imagem). O pico lactacional das novilhas foi próximo a 30,0kg leite/dia e das vacas foi cerca de 35,0kg leite/dia. Inclusive, uma das vacas apresentou produção máxima diária de 52,0kg leite. E além desta resposta relacionada a elevada produção de leite, as fêmeas apresentaram capacidade de retornar à ciclicidade normalmente durante a lactação induzida e apresentar bons índices reprodutivos.


    Imagem: Úbere de nulíparas da raça holandesa logo após finalizar o tratamento hormonal para indução artificial da lactação



    Assim, cerca de 30 dias após o início da lactação induzida, as vacas apresentaram produção de leite elevada e que justifica o emprego desta técnica desde que avaliada cuidadosamente pelo Médico Veterinário.


    Para iniciar o protocolo hormonal, existem algumas características individuais dos animais e do sistema de produção de leite que devem ser ressaltadas, como: a avaliação individual da fêmea, a ausência de produção de leite (período seco – vaca) pelo menos 30 a 40 dias antes de iniciar o tratamento hormonal e a ausência de acometimentos reprodutivos que possam prejudicar o desempenho produtivo/reprodutivo subsequente.


    Portanto, esta ferramenta pode auxiliar técnicos e produtores de leite na decisão de descarte involuntário de fêmeas com elevado potencial genético e/ou problemas reprodutivos que podem ser solucionados sem a necessidade de esperar uma gestação para que iniciem uma nova lactação.


    Outra possibilidade, compreende propriedades que detêm de um rebanho estável sem intuito de aumentar a quantidade ou comercializar animais. Assim, pode-se evitar que algumas vacas passem pelo momento do parto, pensando que neste período crítico, ocorre o maior índice de óbito e descarte involuntário de vacas leiteiras. Enfim, o desenvolvimento e aperfeiçoamento de biotécnicas relacionadas a bovinocultura leiteira nacional apresenta elevado potencial para auxiliar o crescimento da produção de leite em escala e o sucesso da atividade.


     


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    Autores:

    José da Páscoa N. Neto – Médico Veterinário e Mestrando em Ciências Veterinárias (Universidade Federal de Lavras-UFLA/MG)


    André Luís Mendes Azevedo Carvalho – Médico Veterinário e Mestrando em Ciências Veterinárias (Universidade Federal de Lavras-UFLA/MG)


    Dr. Luthesco Haddad L. Chalfun – Professor do Curso de Medicina Veterinária (Centro Universitário de Lavras – UNILAVRAS/MG)


     


    REFERENCIAL


    NASCIMENTO NETO, J.P.; RODRIGUES, L.H.A.; PEDROSO, N. B.; SANT’ANA, A.C.C.; CARVALHO, A.L.M.A.; CHALFUN, L.H.L. Indução de lactação em vacas leiteiras com dose hormonal reduzida – projeto piloto. Ciência Animal, v.32, n.1, p.199–202, 2022.




    Estratégias para uma Lactação Artificial de Vacas de Leite

    Introdução

    Uma das grandes dúvidas que muitos produtores de leite têm é se uma vaca pode iniciar uma lactação sem passar pelo parto. A resposta é surpreendente e sim, é possível realizar uma lactação induzida em vacas de leite. A seguir, iremos explorar essa técnica inovadora que utiliza protocolos hormonais para induzir artificialmente a lactação em vacas.

    Importância da Avaliação Individual

    Antes de adotar qualquer biotecnologia produtiva ou reprodutiva em uma propriedade leiteira, é essencial avaliar os animais e o sistema de produção de forma individual. Isso é fundamental para garantir que a técnica de indução artificial da lactação seja aplicada de forma eficaz e segura.

    Técnica de Indução Artificial da Lactação

    A técnica de indução artificial da lactação utiliza um tratamento hormonal que simula o terço final gestacional de uma vaca. Isso estimula o desenvolvimento da glândula mamária e a síntese do leite, permitindo que a fêmea não precise parir para iniciar uma nova lactação.

    Viabilidade Econômica

    Embora os protocolos hormonais para indução artificial de lactação empreguem doses elevadas de hormônios, reduzir essas doses pode tornar a técnica mais econômica e viável para os produtores. Experimentos com doses reduzidas de benzoato de estradiol trouxeram resultados surpreendentes, com animais apresentando resposta satisfatória e economicamente viável.

    Resultados Surpreendentes

    A aplicação do protocolo hormonal em vacas e novilhas holandesas resultou em altos picos de produção de leite, criando uma nova perspectiva para a utilização da técnica de indução artificial da lactação como uma ferramenta promissora para a bovinocultura leiteira.

    Auxílio na Decisão de Descarte

    Além de oferecer a possibilidade de induzir a lactação artificial em animais com problemas reprodutivos, essa técnica pode auxiliar os produtores na decisão de descartar fêmeas com alto potencial genético, reduzindo o índice de óbito e descarte involuntário de vacas leiteiras.

    Considerações Finais

    A indução artificial da lactação em vacas de leite é uma técnica inovadora que oferece oportunidades para aumentar a produção de leite em escala e maximizar o sucesso da atividade leiteira. No entanto, a aplicação dessa técnica deve ser avaliada cuidadosamente por um médico veterinário, levando em consideração as características individuais dos animais e do sistema de produção.

    Conclusão

    A técnica de indução artificial da lactação em vacas de leite representa uma alternativa viável para alguns casos específicos na pecuária leiteira, oferecendo possibilidades promissoras para o setor. Por meio de protocolos hormonais bem conduzidos e adaptados, é possível alcançar resultados surpreendentes, contribuindo para a lucratividade das fazendas leiteiras e para o crescimento sustentável da produção de leite no país.

    Autores

    Este conteúdo foi produzido por José da Páscoa N. Neto, André Luís Mendes Azevedo Carvalho e Dr. Luthesco Haddad L. Chalfun, profissionais especializados em medicina veterinária e ciências veterinárias.

    Referencial

    NASCIMENTO NETO, J.P.; RODRIGUES, L.H.A.; PEDROSO, N.B.; SANT’ANA, A.C.C.; CARVALHO, A.L.M.A.; CHALFUN, L.H.L. Indução de lactação em vacas leiteiras com dose hormonal reduzida – projeto piloto. Ciência Animal, v.32, n.1, p.199–202, 2022.

    Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

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