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Taxas futuras de juros no mercado doméstico sobem em sintonia com Treasuries…

    Taxas futuras de juros no mercado doméstico sobem em sintonia com Treasuries...

    Por Fabricio de Castro

    SÃO PAULO (Reuters) – As taxas dos contratos futuros de juros fecharam em alta no Brasil nesta sexta-feira, em linha com o resto do mundo, onde os retornos do Tesouro também sustentaram ganhos após dados revelarem um salto na confiança do consumidor norte-americano, voltando a pressionar por taxas de juros mais altas em os EUA.

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    Nas sessões anteriores, os dados de inflação nos Estados Unidos sugeriram um cenário menos preocupante para o Federal Reserve no controle de preços, o que abriu espaço para um recuo nas taxas do Tesouro. Nesta sexta-feira, o movimento foi o contrário.

    Isso porque a leitura preliminar da Universidade de Michigan do índice geral de confiança do consumidor chegou a 72,6 este mês, a leitura mais alta desde setembro de 2021, em comparação com 64,4 em junho. Economistas consultados pela Reuters previam uma leitura preliminar de 65,5.

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    “Como os dados chegaram muito fortes, vimos o dólar ganhando força, enquanto os retornos do Tesouro viraram e abriram bem, tendo em vista que, com um sentimento tão positivo, fica difícil controlar a inflação nos EUA. Assim, cresceu a sensação de que o Fed poderia aumentar ainda mais os juros”, comentou Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital.

    Nesse cenário, tanto os títulos americanos de 2 anos quanto os de 10 anos apresentaram ganhos consistentes. O movimento repercutiu no mercado brasileiro de DIs (Depósitos Interfinanceiros), com as taxas futuras também em alta ao longo da curva a termo, principalmente nos vértices mais longos.

    “Todo movimento nos EUA que indica que o Fed está longe de atingir uma taxa de juros final pressiona países como o Brasil. É muito difícil para o Brasil iniciar um movimento de queda muito forte da Selic se os EUA ainda estiverem subindo os juros”, apontou Izac.

    Internamente, o governo vem defendendo que, na reunião de agosto, o Banco Central comece a cortar a Selic com um movimento de 0,50 ponto percentual. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano.

    Na quinta-feira, em entrevista à Rede TV, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que não se discute mais quando o corte da Selic será cortado, mas qual será sua magnitude. Ele também afirmou que há espaço para uma redução da Selic acima de 0,25 ponto em agosto.

    Apesar da pressão do governo, economistas ouvidos pela Reuters nos últimos dias afirmam que o mais provável é que o Banco Central comece o ciclo com um corte menor, de 0,25 ponto. Na curva futura, a maioria dos preços também está nessa direção.

    Com o movimento desta sexta-feira, próximo ao fechamento, a cotação na curva tinha 24% de chance de corte de 0,50 ponto percentual na Selic em agosto e 76% de probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual. Na quinta-feira, perto do fechamento, esses percentuais eram de 32% e 68%, respectivamente.

    No final da tarde, a taxa DI de janeiro de 2024 estava em 12,85%, contra 12,832% no reajuste anterior, enquanto a taxa DI de janeiro de 2025 estava em 10,9%, contra 10,841% no reajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 ficou em 10,32%, ante 10,208% no reajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 foi de 10,325%, ante 10,202%.

    No exterior, o viés ainda era de alta para os rendimentos do Tesouro.

    Às 16h36 (horário de Brasília), o rendimento do Tesouro de dois anos – que reflete as apostas na direção dos juros de curto prazo – subia 15,00 pontos base, a 4,7614%.

    Ao mesmo tempo, o rendimento do Tesouro de dez anos – referência global para decisões de investimento – subiu 6,90 pontos-base, para 3,8283%.


    **Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**

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