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Sorgo: ótima alternativa em áreas limitadas | Agricultura

    Sorgo ganha espaço em áreas onde a 'janela' do milho é apertada | Agricultura

    Sumário

    1. Tudo começou com um simples teste

    1.1 A área plantada com sorgo na fazenda Recreio

    2. Postergação do plantio da soja e do milho safrinha

    2.1 Consequências da postergação do plantio

    3. Vantagens do cultivo de sorgo

    3.1 Menor necessidade hídrica e maior estabilidade produtiva

    4. Os diferentes usos do sorgo

    4.1 Variedades disponíveis ao produtor

    5. Desafios e perspectivas do cultivo de sorgo

    5.1 Desconexão entre produtores e indústria

    Introdução

    Tudo começou como um simples teste, quando a fazenda Recreio, em Anaurilândia, Mato Grosso do Sul, decidiu plantar 50 hectares de sorgo na safra 2021/22 para avaliar o desempenho da cultura. Os resultados, contudo, foram tão bons que na temporada seguinte, a 2022/23, a área plantada com sorgo na Recreio alcançou 950 hectares, ocupando espaços que antes eram do milho.

    “A gente optou por plantar só sorgo ao invés do milho e manter daqui pra frente uma média de 50% da área total plantada com sorgo e os outros 50% com outras culturas de inverno”, detalha o administrador da Recreio, Gustavo Franciscato.

    Patrocinadores

    A decisão tem justificativa. Localizada em uma região de solo mais arenoso, Anaurilândia é conhecida por ter uma estação de chuvas mais atrasada em relação ao restante do Estado. Essa condição obriga os produtores a postergarem o plantio da soja e, consequentemente, do milho safrinha. “Isso torna muito mais difícil produzir o milho” , afirma o pesquisador da Fundação MS, André Lourenção.

    Plantar na hora certa (entre os dias 15 e 20 de fevereiro) é decisivo para a produtividade e para o retorno financeiro com o milho safrinha. Segundo Lourenção, bastam algumas semanas para que a produtividade potencial da cultura caia dos 150 sacos por hectare para 80 sacos por hectare. “Se pensarmos que o custo de produção do milho está em 80 sacos ou até um pouco mais, esse timming torna o milho inviável”, diz.

    Patrocinadores

    Com um custo de produção até 40% menor que o do milho, o sorgo passou a despertar o interesse de produtores e indústrias nos últimos três anos graças a sua maior estabilidade produtiva e menor necessidade hídrica. Bastam 600 milímetros de chuva — no caso do milho, são 800 — , para atingir a mesma produtividade que o milho, de 80 a 100 sacas por hectare.

    Além disso, o rendimento do sorgo é semelhante ao do milho tanto quando o destino é a ração para alimentação animal como na geração de energia.

    Existem pelo menos quatro variedades disponíveis ao produtor: o granífero (destinado principalmente à industria de rações), o forrageiro (usado para produzir forragem e alimentação animal como silagem), o sacarino (usado na produção de etanol) e o vassoura (usado como matéria-prima para fabricação de vassoura).

    Contudo, a quantificação oficial leva em consideração apenas o primeiro tipo, o granífero, segundo o diretor executivo da Latina Seeds e um dos idealizadores do Movimento + Sorgo, Willian Sawa.

    Na avaliação do Movimento, há hoje uma “desconexão” entre produtores e indústria devido ao desconhecimento sobre os demais usos da cultura, como por exemplo, a produção de etanol e a alimentação humana.

    Segundo Sawa, contornado esse desafio, a área plantada no Brasil poderia chegar a 3,6 milhões de hectares até 2026.

    “A gente acredita que, levando conhecimento e conectando a cadeia produtiva do agricultor à indústria e o consumidor, a tendência de crescimento é fácil e vai acontecer”, afirma Sawa.

    Só na última temporada, a área plantada com sorgo no Brasil cresceu 23%, chegando a 1,4 milhão de hectares, enquanto a produção avançou 42%, para 4,4 milhões de toneladas.

    O avanço tem chamado a atenção também da indústria de insumos, setor no qual a concorrência para atender um mercado em franca expansão tem crescido.

    Com sede na Alemanha, a multinacional KWS escolheu o Brasil para expandir o programa de melhoramento que mantém desde 2007. A partir dos testes já realizados em solo europeu, está desde 2020 testando híbridos adaptados ao clima e solo brasileiros. A previsão é que, até o próximo ano, a empresa lance variedades resistentes ao pulgão, uma das principais pragas que atingem o sorgo no país.

    “Gostaríamos de fazer do sorgo uma extensão das vendas de milho. Se a janela de plantio do milho se encerra, nós podemos estender nosso período de vendas oferecendo uma próxima opção aos produtores, que é o sorgo”, afirma o diretor global de sorgo e culturas especiais da KWS, Patrick Klaus.

    Na concorrente Corteva, que desde 2018 mantém o sorgo em seu portfólio de sementes, a avaliação também é de crescimento do cultivo no Brasil e no mundo, com aumento dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento para o setor, segundo a líder Brasil da companhia para o segmento de Sorgo, Lisane Castelli. “Daqui pra frente a gente passa a ter um olhar mais atento para a cultura em si para trazer novos híbridos com maior produtividade. A gente tem um potencial enorme aqui no Brasil”, completa a executiva.

    Tudo começou como um simples teste, quando a fazenda Recreio, em Anaurilândia, Mato Grosso do Sul, decidiu plantar 50 hectares de sorgo na safra 2021/22 para avaliar o desempenho da cultura. Os resultados, contudo, foram tão bons que na temporada seguinte, a 2022/23, a área plantada com sorgo na Recreio alcançou 950 hectares, ocupando espaços que antes eram do milho.

    “A gente optou por plantar só sorgo ao invés do milho e manter daqui pra frente uma média de 50% da área total plantada com sorgo e os outros 50% com outras culturas de inverno”, detalha o administrador da Recreio, Gustavo Franciscato.

    A decisão tem justificativa. Localizada em uma região de solo mais arenoso, Anaurilândia é conhecida por ter uma estação de chuvas mais atrasada em relação ao restante do Estado. Essa condição obriga os produtores a postergarem o plantio da soja e, consequentemente, do milho safrinha. “Isso torna muito mais difícil produzir o milho” , afirma o pesquisador da Fundação MS, André Lourenção.

    Plantar na hora certa (entre os dias 15 e 20 de fevereiro) é decisivo para a produtividade e para o retorno financeiro com o milho safrinha. Segundo Lourenção, bastam algumas semanas para que a produtividade potencial da cultura caia dos 150 sacos por hectare para 80 sacos por hectare. “Se pensarmos que o custo de produção do milho está em 80 sacos ou até um pouco mais, esse timming torna o milho inviável”, diz.

    Com um custo de produção até 40% menor que o do milho, o sorgo passou a despertar o interesse de produtores e indústrias nos últimos três anos graças a sua maior estabilidade produtiva e menor necessidade hídrica. Bastam 600 milímetros de chuva — no caso do milho, são 800 — , para atingir a mesma produtividade que o milho, de 80 a 100 sacas por hectare.

    Além disso, o rendimento do sorgo é semelhante ao do milho tanto quando o destino é a ração para alimentação animal como na geração de energia.

    Existem pelo menos quatro variedades disponíveis ao produtor: o granífero (destinado principalmente à industria de rações), o forrageiro (usado para produzir forragem e alimentação animal como silagem), o sacarino (usado na produção de etanol) e o vassoura (usado como matéria-prima para fabricação de vassoura).

    Contudo, a quantificação oficial leva em consideração apenas o primeiro tipo, o granífero, segundo o diretor executivo da Latina Seeds e um dos idealizadores do Movimento + Sorgo, Willian Sawa.

    Na avaliação do Movimento, há hoje uma “desconexão” entre produtores e indústria devido ao desconhecimento sobre os demais usos da cultura, como por exemplo, a produção de etanol e a alimentação humana.

    Segundo Sawa, contornado esse desafio, a área plantada no Brasil poderia chegar a 3,6 milhões de hectares até 2026.

    “A gente acredita que, levando conhecimento e conectando a cadeia produtiva do agricultor à indústria e o consumidor, a tendência de crescimento é fácil e vai acontecer”, afirma Sawa.

    Só na última temporada, a área plantada com sorgo no Brasil cresceu 23%, chegando a 1,4 milhão de hectares, enquanto a produção avançou 42%, para 4,4 milhões de toneladas.

    O avanço tem chamado a atenção também da indústria de insumos, setor no qual a concorrência para atender um mercado em franca expansão tem crescido.

    Com sede na Alemanha, a multinacional KWS escolheu o Brasil para expandir o programa de melhoramento que mantém desde 2007. A partir dos testes já realizados em solo europeu, está desde 2020 testando híbridos adaptados ao clima e solo brasileiros. A previsão é que, até o próximo ano, a empresa lance variedades resistentes ao pulgão, uma das principais pragas que atingem o sorgo no país.

    “Gostaríamos de fazer do sorgo uma extensão das vendas de milho. Se a janela de plantio do milho se encerra, nós podemos estender nosso período de vendas oferecendo uma próxima opção aos produtores, que é o sorgo”, afirma o diretor global de sorgo e culturas especiais da KWS, Patrick Klaus.

    Na concorrente Corteva, que desde 2018 mantém o sorgo em seu portfólio de sementes, a avaliação também é de crescimento do cultivo no Brasil e no mundo, com aumento dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento para o setor, segundo a líder Brasil da companhia para o segmento de Sorgo, Lisane Castelli. “Daqui pra frente a gente passa a ter um olhar mais atento para a cultura em si para trazer novos híbridos com maior produtividade. A gente tem um potencial enorme aqui no Brasil”, completa a executiva.

    Gostou das nossas dicas? Possui alguma outra que gostaria de compartilhar com a gente?

    Título: A ascensão do sorgo como alternativa ao milho na agricultura brasileira

    Introdução: Tudo começou como um simples teste, quando a fazenda Recreio, em Anaurilândia, Mato Grosso do Sul, decidiu plantar 50 hectares de sorgo na safra 2021/22 para avaliar o desempenho da cultura. Os resultados, contudo, foram tão bons que na temporada seguinte, a 2022/23, a área plantada com sorgo na Recreio alcançou 950 hectares, ocupando espaços que antes eram do milho.

    A escolha estratégica da fazenda Recreio

    A decisão da fazenda Recreio de substituir o milho pelo sorgo tem seu embasamento na região de solo mais arenoso em que se localiza Anaurilândia, conhecida por ter uma estação de chuvas mais atrasada em relação ao restante do Estado. Isso obriga os produtores a postergarem o plantio da soja e, consequentemente, do milho safrinha, tornando a produção do milho mais difícil. Plantar na hora certa é essencial para obter alta produtividade e bom retorno financeiro com o milho safrinha, mas a janela de tempo é curta. Por isso, o sorgo se tornou uma opção mais viável, com um custo de produção até 40% menor que o do milho.

    As vantagens do sorgo em relação ao milho

    O sorgo despertou interesse nos últimos anos devido à sua maior estabilidade produtiva e menor necessidade hídrica em comparação com o milho. Bastam 600 mm de chuva para atingir a mesma produtividade do milho, que requer 800mm de chuva. Além disso, o rendimento do sorgo é semelhante ao do milho tanto para a produção de ração animal quanto para a geração de energia. Existem diferentes variedades de sorgo disponíveis, cada uma com um uso específico, como produção de rações, forragem, etanol e fabricação de vassouras.

    O desafio de desconexão entre produtores e indústria

    O crescimento do plantio de sorgo tem sido limitado devido a uma “desconexão” entre produtores e indústria, que desconhecem os diversos usos do sorgo além da produção de rações. O Movimento + Sorgo busca solucionar essa questão levando conhecimento e conectando a cadeia produtiva do agricultor à indústria e ao consumidor. Segundo suas estimativas, a área plantada no Brasil poderia chegar a 3,6 milhões de hectares até 2026.

    O crescimento do plantio de sorgo no Brasil

    A área plantada com sorgo no Brasil tem crescido significativamente nos últimos anos. Na última temporada, a área plantada cresceu 23%, chegando a 1,4 milhão de hectares, enquanto a produção avançou 42%, alcançando 4,4 milhões de toneladas. Esse crescimento tem chamado a atenção da indústria de insumos, como a multinacional KWS e a Corteva, que estão investindo em pesquisa e desenvolvimento de híbridos adaptados ao clima e solo brasileiros.

    A KWS busca tornar o sorgo uma opção após o encerramento da janela de plantio do milho

    A KWS visa expandir suas vendas oferecendo o sorgo como uma opção aos produtores após o encerramento da janela de plantio do milho. A empresa está desenvolvendo variedades resistentes ao pulgão, uma das principais pragas que afetam o sorgo no país. Seu diretor global de sorgo e culturas especiais acredita que o sorgo pode se tornar uma extensão das vendas de milho, beneficiando tanto os produtores quanto a empresa.

    A Corteva enxerga o potencial de crescimento do sorgo no Brasil

    A Corteva, que já inclui o sorgo em seu portfólio de sementes desde 2018, também vê um potencial de crescimento do cultivo no Brasil e no mundo. A empresa está investindo em pesquisa e desenvolvimento para trazer novos híbridos com maior produtividade e acredita que o país tem um potencial enorme para o cultivo de sorgo.

    Conclusão: O futuro promissor do sorgo na agricultura brasileira

    O sorgo está se consolidando como uma alternativa ao milho na agricultura brasileira. Com suas vantagens em relação ao custo de produção, estabilidade produtiva e menor necessidade hídrica, o sorgo tem despertado interesse tanto dos produtores quanto da indústria. Se houver uma maior conexão entre produtores e indústria, explorando todas as possibilidades de uso do sorgo, é possível que a área plantada no Brasil atinja 3,6 milhões de hectares até 2026, impulsionando o setor agrícola e trazendo benefícios econômicos para o país.

    Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

    Conclusão

    O sorgo tem se mostrado uma excelente alternativa ao milho na região de Anaurilândia, em Mato Grosso do Sul. Com um custo de produção menor e uma maior estabilidade produtiva, essa cultura tem despertado o interesse de produtores e indústrias. Além disso, o sorgo pode ser utilizado tanto na produção de ração para animais como na geração de energia. No entanto, é necessário um maior conhecimento sobre os diferentes usos dessa cultura para que ela possa alcançar seu verdadeiro potencial.

    Perguntas e Respostas

    1. Por que a fazenda Recreio decidiu plantar sorgo?

    A fazenda Recreio decidiu plantar sorgo para avaliar o desempenho da cultura. Os resultados foram tão bons que a área plantada com sorgo aumentou significativamente na temporada seguinte.

    2. Qual é a vantagem do sorgo em relação ao milho?

    O sorgo possui um custo de produção até 40% menor que o do milho. Além disso, ele apresenta uma maior estabilidade produtiva e uma menor necessidade hídrica.

    3. Quais são os diferentes usos do sorgo?

    O sorgo pode ser utilizado na produção de ração para animais, na geração de energia, na produção de etanol e até mesmo como matéria-prima para fabricação de vassouras.

    4. Qual é a área plantada com sorgo no Brasil?

    Na última temporada, a área plantada com sorgo no Brasil foi de 1,4 milhão de hectares.

    5. Quais são as perspectivas de crescimento para o cultivo de sorgo?

    De acordo com o Movimento + Sorgo, a área plantada com sorgo no Brasil poderia chegar a 3,6 milhões de hectares até 2026.

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