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Seletividade alimentar das vacas: impacto no desempenho

    E se a seletividade das vacas por alimentos for o fator de redução no desempenho?

    Sumário:

    1. Introdução

    2. Comportamento alimentar de vacas de leite

    2.1. Seletividade por certas partículas

    2.2. Impacto nutricional da seletividade

    2.3. Estudo comparativo sobre o impacto da seletividade no desempenho do rebanho

    3. Ajustes de manejo para amenizar o comportamento seletivo

    3.1. Ordem de enchimento dos alimentos no vagão misturador

    3.2. Tempo de mistura

    3.3. Adição de água

    4. O uso de aditivos nutricionais para minimizar a seletividade alimentar

    4.1. Estudo sobre o efeito do Milk Sacc+ no comportamento ingestivo

    4.2. Benefícios do uso de aditivos à base de levedura na produção de leite

    5. Conclusão

    Introdução:

    Existem desafios relacionados à seletividade alimentar em vacas de leite, que podem resultar em deficiências nutricionais ou metabólicas. Este comportamento é comum nas propriedades leiteiras, e sua origem é objeto de estudos. A seletividade por certas partículas de alimentos pode afetar diversos aspectos nutricionais, especialmente quando o alimento selecionado difere da dieta calculada e fornecida. Isso pode levar ao desequilíbrio de nutrientes e impactar na saúde e produção das vacas. Neste contexto, ajustes de manejo e o uso de aditivos nutricionais podem auxiliar na minimização da seletividade alimentar e melhorar o desempenho do rebanho.




    Patrocinadores

    Existe um ditado popular que fala: “quem muito escolhe, acaba sendo escolhido” … No caso das vacas de leite, escolher demais ao se alimentar pode gerar um ponto crítico nutricional, pois nesta seleção, pode ser desencadeada uma deficiência nutricional ou metabólica.


    A seletividade por certas partículas de silagem ou de rações totais misturadas não é incomum nas propriedades leiteiras, e a origem desse comportamento ingestivo é objeto de estudos. Os ruminantes possuem a capacidade de consumir somente certas porções das plantas; e esse comportamento alimentar aplica-se , às dietas com concentrados. Uma das hipóteses para sua origem é o mecanismo de auto recompensa, no qual as propriedades sensoriais e estímulos após ingestão são associados negativa ou positivamente ao alimento em si, influenciando no comportamento dos animais à longo prazo.


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    A propensão das vacas de leite por escolher um tamanho ou tipo específico de partículas, a depender do grau, influencia em diversos aspectos nutricionais. Quando o alimento ingerido, principalmente por seleção, difere da dieta total calculada e fornecida, perde-se o equilíbrio de nutrientes calculados para suprir as exigências dos animais; especialmente para animais com acesso restrito ao alimento assim que fornecido, seja por alta competitividade no lote ou por fatores clínicos como claudicação. No caso da rejeição das partículas maiores, por exemplo, o menor consumo de fibras – proporcionalmente aos carboidratos fermentados – pode impactar no pH e na microbiota ruminal. Esses efeitos foram demonstrados por DeVries ecolaboradores, através da associação entre a seleção de partículas longas e menores índices de pH – tanto o nível máximo, quanto as variações.


    Um estudo comparativo para verificar o impacto desse comportamento no desempenho do rebanho usou a ferramenta Penn State Particle Separator para avaliar o tamanho das partículas e observou uma queda de 3% na produtividade –- a cada 1% de aumento na seletividade por partículas menores que 1.18mm em relação a partículas longas (Sova et al., 2013).


    Existe um ditado popular que fala: “quem muito escolhe, acaba sendo escolhido” … No caso das vacas de leite, escolher demais ao se alimentar pode gerar um ponto crítico nutricional, pois nesta seleção, pode ser desencadeada uma deficiência nutricional ou metabólica.


    A seletividade por certas partículas de silagem ou de rações totais misturadas não é incomum nas propriedades leiteiras, e a origem desse comportamento ingestivo é objeto de estudos. Os ruminantes possuem a capacidade de consumir somente certas porções das plantas; e esse comportamento alimentar aplica-se , às dietas com concentrados. Uma das hipóteses para sua origem é o mecanismo de auto recompensa, no qual as propriedades sensoriais e estímulos após ingestão são associados negativa ou positivamente ao alimento em si, influenciando no comportamento dos animais à longo prazo.


    A propensão das vacas de leite por escolher um tamanho ou tipo específico de partículas, a depender do grau, influencia em diversos aspectos nutricionais. Quando o alimento ingerido, principalmente por seleção, difere da dieta total calculada e fornecida, perde-se o equilíbrio de nutrientes calculados para suprir as exigências dos animais; especialmente para animais com acesso restrito ao alimento assim que fornecido, seja por alta competitividade no lote ou por fatores clínicos como claudicação. No caso da rejeição das partículas maiores, por exemplo, o menor consumo de fibras – proporcionalmente aos carboidratos fermentados – pode impactar no pH e na microbiota ruminal. Esses efeitos foram demonstrados por DeVries ecolaboradores, através da associação entre a seleção de partículas longas e menores índices de pH – tanto o nível máximo, quanto as variações.


    Um estudo comparativo para verificar o impacto desse comportamento no desempenho do rebanho usou a ferramenta Penn State Particle Separator para avaliar o tamanho das partículas e observou uma queda de 3% na produtividade –- a cada 1% de aumento na seletividade por partículas menores que 1.18mm em relação a partículas longas (Sova et al., 2013).


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    Imagens meramente ilustrativas.


    Nesse sentido, buscam-se ajustes de manejo que podem contribuir para amenizar esse comportamento. Ordem de enchimento dos alimentos no vagão misturador, tempo de mistura, adição de água etc., são pontos importantes a serem monitorados, juntamente com a avaliação após o fornecimento desta dieta. Isso porque, características da dieta também influenciam na facilidade de expressão desse comportamento, em especial o tamanho das partículas de forragem e a umidade da dieta total: quando na medida certa, dificulta a separação das partículas. Entretanto, umidade em excesso, especialmente em condições climáticas com temperatura elevada, podem contribuir para uma precoce deterioração do alimento, gerando o efeito inverso de aumento do comportamento seletivo.


    Em estudo realizado pela pesquisadora Grigoletto, foi descrito que as vacas que consumiram dieta com Milk Sacc® +, um blend de leveduras e minerais orgânicos da Alltech, reduziram a seleção por partículas de ração com tamanho menor que 4 mm, enquanto aumentaram a seleção entre 8 e 19 mm. Tal achado pode ter sido consequência do efeito da levedura em manter a estabilidade do pH ruminal, que favoreceu a atividade das bactérias fibrolíticas. Essa avaliação é apoiada também pela redução no tempo de mastigação e ruminação por Kg de matéria seca ingerida quando as vacas foram alimentadas com Milk Sacc+. Os animais que receberam esse aditivo se alimentaram em intervalos menores, e consequentemente com maior frequência, contribuindo ainda para um bom ambiente e funcionamento ruminal. No mesmo estudo, as vacas alimentadas com Milk Sacc+ tiveram maior produção de leite (+ 1,48 kg/d) e dos sólidos (proteína, gordura e lactose).


    A observação do comportamento ingestivo e análise das sobras no cocho por profissionais capacitados é fundamental para uma avaliação mais assertiva das causas e alternativas, assegurando que a seletividade dietética configura um desafio para a produção. O uso de aditivos nutricionais à base de levedura é uma alternativa relevante para a manutenção do pH ruminal, diminuindo a seletividade alimentar, favorecendo o aproveitamento dos nutrientes e desempenho na produção de leite.


     


    Referências:


    Devries, T. J., Dohme, F., & Beauchemin, K. A. (2008). Repeated ruminal acidosis challenges in lactating dairy cows at high and low risk for developing acidosis: feed sorting. Journal of dairy science91(10), 3958–3967. https://doi.org/10.3168/jds.2008-1347


    Grigoletto, N. T. S., Ghizzi, L. G., Gheller, L. S., da S Dias, M. S., Nunes, A. T., Silva, T. B. P., da Silva, G. G., Costa E Silva, L. F., Lobato, D. N., & Rennó, F. P. (2021). Effects of a blend of live yeast and organic minerals or monensin on performance of dairy cows during the hot season. Journal of dairy science104(11), 11634–11645. https://doi.org/10.3168/jds.2021-20194


    Miller-Cushon, E. K., & DeVries, T. J. (2017). Feed sorting in dairy cattle: Causes, consequences, and management. Journal of dairy science100(5), 4172–4183. https://doi.org/10.3168/jds.2016-11983


    Onetti, S. G., Reynal, S. M., & Grummer, R. R. (2004). Effect of alfalfa forage preservation method and particle length on performance of dairy cows fed corn silage-based diets and tallow. Journal of dairy science87(3), 652–664. https://doi.org/10.3168/jds.S0022-0302(04)73208-7


    Sova, A. D., LeBlanc, S. J., McBride, B. W., & DeVries, T. J. (2013). Associations between herd-level feeding management practices, feed sorting, and milk production in freestall dairy farms. Journal of dairy science96(7), 4759–4770. https://doi.org/10.3168/jds.2013-6679


    *principal referência foi a revisão do Miller-Cushon, link pra acesso na íntegra:


    https://www.journalofdairyscience.org/article/S0022-0302(16)30920-1/fulltext


     


     


    Gostou das nossas dicas? Possui alguma outra que gostaria de compartilhar com a gente?

    A importância da seleção de alimentos para vacas de leite e seu impacto nutricional

    Introdução

    A seleção excessiva de alimentos pode levar a um ponto crítico nutricional para as vacas de leite. Essa seleção pode resultar em deficiência nutricional ou metabólica, pois as vacas podem escolher apenas certas partículas de silagem ou rações misturadas. Esse comportamento ingestivo é objeto de estudos, pois os ruminantes possuem a capacidade de escolher apenas algumas partes das plantas, inclusive nas dietas com concentrados. Uma das possíveis explicações para esse comportamento é o mecanismo de auto recompensa, no qual as propriedades sensoriais e estímulos associados ao alimento podem influenciar o comportamento das vacas a longo prazo.

    Impacto nutricional da seleção de alimentos

    A propensão das vacas de leite de escolher um tamanho ou tipo específico de partículas pode influenciar diversos aspectos nutricionais. Quando o alimento ingerido difere da dieta calculada e fornecida, ocorre um desequilíbrio de nutrientes, especialmente em animais com acesso restrito ao alimento. A rejeição de partículas maiores, por exemplo, pode levar a um menor consumo de fibras e impactar o pH e a microbiota ruminal. Estudos demonstraram que a seleção de partículas longas está associada a menores índices de pH e, consequentemente, a alterações na fermentação ruminal.

    Impacto no desempenho do rebanho

    Um estudo comparativo avaliou o impacto do comportamento seletivo no desempenho do rebanho. Foi observada uma queda de 3% na produtividade a cada 1% de aumento na seletividade por partículas menores em relação a partículas longas. Isso destaca a importância de minimizar o comportamento seletivo para maximizar a produção de leite.

    A importância do manejo alimentar

    A observação do comportamento ingestivo e a análise das sobras no cocho são fundamentais para avaliar as causas desse comportamento e buscar alternativas. A ordem de enchimento dos alimentos no vagão misturador, o tempo de mistura e a adição de água são pontos importantes a serem monitorados. Além disso, características da dieta, como o tamanho das partículas de forragem e a umidade, podem influenciar a facilidade de separação das partículas.

    O uso de aditivos nutricionais

    O uso de aditivos nutricionais à base de levedura pode ser uma alternativa relevante para a manutenção do pH ruminal e a redução da seletividade alimentar. Um estudo demonstrou que vacas alimentadas com um blend de leveduras e minerais orgânicos reduziram a seleção por partículas menores e aumentaram a seleção por partículas maiores. Esse efeito pode ser atribuído à estabilidade do pH ruminal proporcionada pela levedura, favorecendo a atividade das bactérias fibrolíticas. Além disso, as vacas alimentadas com o aditivo apresentaram maior produção de leite e dos sólidos.

    Conclusão

    A seletividade alimentar pode gerar um ponto crítico nutricional para vacas de leite. O manejo alimentar adequado, juntamente com o uso de aditivos nutricionais, pode contribuir para amenizar esse comportamento e melhorar o desempenho do rebanho. A observação do comportamento ingestivo e a análise das sobras no cocho são fundamentais para identificar as causas desse comportamento e buscar soluções adequadas. O uso de aditivos nutricionais à base de levedura pode ser uma alternativa relevante para a manutenção do pH ruminal e a redução da seletividade alimentar.
    Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

    Conclusão

    Em resumo, a seletividade alimentar por parte das vacas de leite pode levar a deficiências nutricionais e metabólicas, afetando o desempenho do rebanho. A escolha de determinadas partículas de alimentos influencia aspectos nutricionais importantes, como o pH ruminal e a microbiota. A seletividade pode resultar em queda na produtividade leiteira. No entanto, ajustes de manejo e o uso de aditivos nutricionais específicos podem ajudar a minimizar esse comportamento e melhorar o desempenho do rebanho.

    Perguntas e Respostas

    Pergunta 1: Por que a seletividade alimentar é problemática para as vacas de leite?

    Resposta 1: A seletividade alimentar pode causar deficiências nutricionais e metabólicas, afetando o desempenho do rebanho leiteiro.

    Pergunta 2: Por que os ruminantes têm a capacidade de escolher apenas certas porções das plantas?

    Resposta 2: Esse comportamento alimentar dos ruminantes está relacionado ao mecanismo de auto recompensa, no qual as propriedades sensoriais e estímulos após a ingestão são associados ao alimento, influenciando no comportamento dos animais a longo prazo.

    Pergunta 3: Como a seletividade alimentar afeta o equilíbrio de nutrientes nas vacas de leite?

    Resposta 3: Quando as vacas selecionam apenas certas partículas de alimentos, a dieta total fornecida pode não suprir todas as exigências nutricionais dos animais, resultando em um desequilíbrio de nutrientes.

    Pergunta 4: Como a seletividade alimentar afeta o pH ruminal e a microbiota?

    Resposta 4: A seleção de partículas menores pode resultar em menor consumo de fibras, impactando o pH e a microbiota ruminal, conforme demonstrado por estudos científicos.

    Pergunta 5: Quais ajustes de manejo podem contribuir para minimizar a seletividade alimentar?

    Resposta 5: A ordem de enchimento dos alimentos no vagão misturador, o tempo de mistura e a adição de água são pontos importantes a serem monitorados. Além disso, a avaliação da dieta após o fornecimento também é fundamental. A utilização de aditivos nutricionais, como leveduras e minerais orgânicos, pode ajudar a manter o pH ruminal e reduzir a seletividade alimentar.

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