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Seca no mundo, mudanças climáticas e previsões no Brasil para…

    Seca no mundo mudancas climaticas e previsoes no Brasil para

    Entre vários assuntos, o Conexão Campo Cidade desta semana trouxe alguns detalhes sobre o clima no Brasil e no mundo, já antecipando o início do plantio para a próxima safra, com comentários de Francisco de Assis Diniz, diretor do Inmet

    O agronegócio e os setores urbanos estão intrinsecamente conectados, pois as cadeias produtivas de alimentos influenciam diretamente no cotidiano das cidades. No entanto, muitos ruídos de comunicação entre as duas pontas geram discussões e mal-entendidos que merecem atenção. Nesse contexto, o site Notícias Agrícolas e a consultoria MPrado desenvolveram o projeto Campo e Cidade, que visa discutir diversas questões relacionadas a negócios que envolvem ambientes urbanos e rurais.

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    Confira aqui todas as edições do Connection Campo Cidade

    Nesta semana, o Conexão Campo Cidade contou com a presença de dois convidados: Carlos Brando, presidente do conselho do Café de Santos e Museus da Imigração de São Paulo, e Francisco de Assis Diniz, diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Assim, esta edição abordou o clima para o início da safra 22/23, o aumento da temperatura em todo o planeta e a influência do La Niña no clima brasileiro. E, em seguida, os participantes também discutiram a importância histórica e turística que o Museu do Café, localizado em Santos, tem para o Brasil. Confira o que foi apresentado no programa:

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    Instabilidade climática nos últimos 20 anos

    O primeiro ponto destacado pelo representante do Inmet foi a instabilidade climática no planeta, que vem ocorrendo há cerca de 20 anos, causando períodos muito chuvosos ou estiagem prolongada em locais onde não houve estiagem.

    Com isso, verões mais quentes têm sido observados em ambos os hemisférios, tanto que, assim como ondas de calor foram registradas nos Estados Unidos, Europa e China, o mesmo ocorreu no início do ano no Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai. , com temperaturas que chegaram mesmo a 42°C.

    Essa variabilidade climática, conforme explica Diniz, acontece por conta do aquecimento que a Terra vem sofrendo há mais de 30 anos. Porém, segundo ele, é difícil dizer se essa mudança climática é cíclica, ou seja, está acontecendo por um período e depois vai se normalizar, ou se é algo contínuo.

    O meteorologista destaca que as medições reais da temperatura do planeta ocorrem há 180 anos, o que em termos históricos é um período curto. Por esta razão, não é possível dizer se o aquecimento é uma fase ou algo permanente. O que se sabe com mais certeza é que por pelo menos 20 anos as condições de alta temperatura devem continuar.

    Influência do La Niña em território brasileiro para iniciar o plantio

    O fenômeno La Niña, que provoca redução das chuvas no Sul do Brasil e aumento no Norte, continua muito ativo e deve persistir moderadamente pelo menos até o final da primavera, que ocorre em dezembro. Consequentemente, essa situação é ruim para a parte sul do território brasileiro, Argentina e Paraguai.

    Diniz explica que há uma inversão climática no regime de chuvas aproximadamente a cada 90 dias. Assim, as chuvas devem ocorrer na região sul do Brasil durante os meses de setembro e outubro. No entanto, à semelhança do que aconteceu no ano passado, esta situação irá mudar e ocorrerão grandes irregularidades pluviométricas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná nos meses de novembro e dezembro.

    Na região do Matopiba, também por influência do La Niña, a situação se inverte. Por mais um ano, as condições climáticas serão favoráveis ​​aos produtores, com início da estação chuvosa em outubro, continuando com boas condições de chuva em novembro e dezembro. Nesta parte do país as chuvas estarão dentro da climatologia ou até acima do normal.

    Medidas de proteção contra a seca

    Diante desse cenário de instabilidade climática, Marcelo Prado e Robertos Rodrigues destacaram que é fundamental que o produtor esteja preparado para possíveis secas. Isso começa com a escolha da variedade de sementes que será plantada, buscando, principalmente na região Sul, aquelas mais resistentes à seca.

    Marcelo Prado reforçou que a instabilidade climática que deve perdurar pelos próximos anos exigirá dos empresários rurais atenção a novas técnicas, novas variedades mais resistentes, manejos que ajudem a planta a resistir à seca. Se não houver tecnologias para enfrentar os problemas climáticos, o setor sempre sofrerá com isso, resultando em perdas e prejuízos no meio rural.

    Preste atenção às previsões de 15 dias

    Por fim, em relação ao clima para a safra, Francisco de Assis diz que mudanças podem ocorrer em previsões mais longas. É algo instável. Por isso, o produto precisa estar atento às previsões de meia-prada, que correspondem a um período de 15 dias, por serem mais assertivas.

    Portanto, é fundamental que os produtores sigam as previsões de curto e médio prazo, para que não tenham imprevistos em seus campos. Se ele conseguir se manter informado sobre o que deve acontecer nos próximos 15 dias, não deve ser pego de surpresa pelas instabilidades do clima, ou pelo menos mitigar esse risco.



    Fonte: Noticias Agricolas