Ação visa fomentar o agro em Goiás e práticas inovadoras para a produção de alimentos sustentáveis, como o Programa Estadual de Bioinsumos
Ciente da aproximação do Brasil com os mercados consumidores internacionais, o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), promoveu, nesta quarta-feira (17/05), agenda com representantes da Embaixada da Alemanha no Brasil para apresentar o potencial do agro em Goiás e discutir possibilidades de aumentar a cooperação entre os países no setor agrícola. O secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leonardo Rezende, recebeu na sede da Seapa, em Goiânia, o adido de Alimentação e Agricultura da Embaixada da Alemanha, Roland Mohr, e o assessor agrícola, Rainald Baier.
Foram apresentados dados econômicos do Estado de Goiás sobre a produção agropecuária, bem como iniciativas de valorização das áreas produtivas aliadas às questões ambientais. Também participaram do encontro o chefe do Gabinete de Assuntos Internacionais do Governo de Goiás, Giordano Souza; o chefe da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na unidade de Arroz e Feijão, Élcio Guimarães; o pesquisador da instituição, Alcido Wander; o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), Antelmo Teixeira; o superintendente de Engenharia Agrícola e Desenvolvimento Sustentável da Seapa, João Asmar Júnior; e a Chefe de Gabinete da Seapa, Paula Coelho.
O secretário Pedro Leonardo apresentou a evolução do setor agrícola no Brasil, com a adoção de tecnologias que deram um salto na produção a partir da década de 1970, e demonstrou a série de investimentos feitos no setor, principalmente em Goiás, para aumentar a produtividade. “Com os investimentos realizados, foi possível aumentar a produtividade em sete vezes, apenas dobrando a área plantada. E, hoje, temos capacidade de dobrar a área produtiva utilizando apenas as pastagens degradadas existentes, sem cortar uma única árvore” , comentou o secretário ao falar sobre o desenvolvimento de técnicas que possam aumentar a produção sem utilizar o desmatamento. “Com isso, temos capacidade de oferecer ainda mais produtos e alimentos para outros países que nos procuram”, destacou.
O adido da Embaixada da Alemanha, Ronald Mohr, destacou que hoje faltam informações sobre a produção agrícola brasileira e as técnicas existentes para uma produção sustentável. “Sabemos do papel do Brasil na alimentação da população mundial, mas carecemos de conhecimento sobre as práticas de produção. Temos informações sobre alguns pontos positivos, como o plantio direto, mas nosso papel também é conhecer e trazer para a Alemanha as possibilidades de ter esse produção de forma mais sustentável”, frisou.
Além do plantio direto, o secretário Pedro Leonardo citou políticas específicas de crédito promovidas pelo Governo de Goiás para a sustentabilidade, para incentivar ações vinculadas ao Programa Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC+). Ele também destacou o Programa Estadual de Bioinsumos criado pelo Governo de Goiás, que foi a primeira unidade federativa a criar uma legislação própria para regulamentar o uso de bioinsumos no Estado.
O chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, Élcio Guimarães, reforçou que o programa é uma iniciativa inédita no país e que está promovendo uma revolução na adoção de práticas sustentáveis na produção agrícola. “Isso mostra como o Estado está preocupado com essas questões, que vão além do crédito, para a adoção e disseminação de tecnologias sustentáveis, buscando formas inovadoras de produzir”, enfatizou. Ele deu outro exemplo de pioneirismo com a prática dos sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), criado em Goiás. “O Estado tem políticas de desenvolvimento e uma questão muito particular de olhar com atenção para essas questões e buscar novas formas de produzir”, acrescentou.
O diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Emater, Antelmo Teixeira, também argumentou que as práticas criadas e disseminadas pelo Estado vão desde grandes produtores até pequenos, incluindo agricultores familiares. “Isso também mostra a preocupação do Estado com a inclusão produtiva, aumentando a produção da agricultura familiar, seja por meio de projetos de melhoramento, manejo e gestão, e também com a participação da iniciativa privada, como as parcerias com o Sistema S, incluindo Senar e Sebrae “, ele adicionou.
O titular da Assessoria de Relações Internacionais do Governo de Goiás, Giordano Souza, acrescentou que o Governo de Goiás tem trabalhado para oferecer diversificação na oferta de produtos em linha com práticas sustentáveis reconhecidas e inovadoras. “Não existe em outros estados uma política pública como a que é feita em Goiás. O governador Ronaldo Caiado colocou o Estado como referência para o Brasil no setor agropecuário, indo além da produção de grãos e da pecuária, para a fruticultura, para a agricultura. política intimamente ligada à política ambiental. E temos muito a contribuir com nossos parceiros”, finalizou.
Após o encontro na sede da Seapa, a comitiva foi até a sede da Embrapa Arroz e Feijão, em Santo Antônio de Goiás, para conhecer as pesquisas e experimentos realizados pela unidade, incluindo ações na área de bioinsumos. No final do dia, eles também participaram da inauguração da Agro Centro-Oeste Familiar, na Universidade Federal de Goiás (UFG).
cooperação Econômica
Em 2022, o Brasil exportou US$ 3,5 bilhões para a Alemanha (um aumento de 53,8% em relação ao ano anterior), principalmente em café, complexo soja, produtos florestais e carnes. Goiás ocupa a 7ª posição entre os Estados que mais exportaram para aquele país, com US$ 85,7 milhões, um aumento de 84,1% em relação ao ano anterior. Os setores mais exportados pelo Estado foram complexo soja (US$ 53 milhões), carnes (US$ 12,2 milhões), couro (9,5 milhões) e café (US$ 8 milhões).
