Ter um cavalo com pelos lindos, macios e sedosos pode ser mais fácil do que pensamos. A crina de cavalo é um reflexo de sua dieta. Se ele tiver uma alimentação balanceada, terá cabelos sedosos.
Além da crina e da cauda, existem outras crinas que devem receber atenção redobrada. Você já ouviu falar em vibrissas e trago? voce sabe o que eles são?
Vibrissas são os pelos que se localizam próximo ao focinho e à boca do animal. Mais grossos e longos, eles têm função sensorial, ajudando o cavalo a identificar objetos, já que seus olhos estão localizados na lateral da cabeça.
O trago é o pelo localizado na orelha do cavalo. Serviam para proteger o ouvido da água da chuva, por exemplo.
Mas, com a modernização da criação, houve uma mudança nos hábitos dos animais e essas proteções instintivas não são mais tão úteis.
Segundo a veterinária e juíza da ABQM, Thiago Nitta, hoje em dia os cavalos mudaram muito seus hábitos, eles não têm mais essa capacidade de reconhecer algo por causa daqueles pelos. “Por isso, por questões estéticas, principalmente em animais de leilão, esses pelos são cortados”, diz.
Mas retirar esses pelos traz malefícios?
Segundo a veterinária, não, porque os cavalos são criados em confinamento, em baias, não havendo a necessidade de reconhecer nenhum perigo, ou inibir a entrada de água da chuva no ouvido, por exemplo, desde que estejam protegidos.
“Hoje, eles não precisam mais se proteger das onças, seu predador natural, nem dos animais peçonhentos, pois a modernização do manejo os protege desses males”, explica.
Mas essa mudança de hábitos também trouxe benefícios para os cavalos. Hoje, segundo explica o veterinário, a visão deles, por exemplo, está muito mais aguçada, permitindo que ele visualize melhor os obstáculos e perigos.
“Esses cortes servem até como uma questão de higiene, porque a partir do momento que você tira os pelos da região da orelha, por exemplo, a chance de ver um ectoparasita como um carrapato é muito grande. E o trauma causado pelo carrapato é muito maior do que cortar o cabelo”, explica.
Precisamos cortar o cabelo dos cavalos?
Essa é uma dúvida recorrente, afinal devemos tosquiar um cavalo ou não?
Segundo Nitta, o cavalo não precisa ser tosado. No inverno, devido à queda da temperatura, os pelos do animal aumentam por causa do aquecimento natural. O maior medo, portanto, está relacionado ao suor do animal, que deixaria o pelo molhado.
Mas, segundo a veterinária, o bom manejo nutricional, a escovação adequada e o uso de coberturas já protegem o animal, extinguindo a necessidade de tosa.
Como manter a qualidade da crina de cavalo?
Nitta reforça que a pelagem do animal é reflexo de sua qualidade nutricional. “Um cavalo bem nutrido com uma dieta balanceada terá uma pelagem bonita e brilhante. E se a pelagem do animal não for bonita, é sinal de que a qualidade da alimentação do animal deve ser observada”, alerta.
Mane, quais são os cuidados?
O corte da crina, explica o veterinário, é uma questão de gosto pessoal do dono do cavalo ou mesmo racial. “Os cavalos Crioulo e Quarto de Milha, por exemplo, têm cortes especiais que sinalizam a raça. Mas isso é uma questão de gosto do criador.
Para ter crinas bonitas e brilhantes, o veterinário recomenda pentear a crina com frequência, desembaraçar os pelos com uma escova adequada. Ela não pode ter cerdas muito duras e nem ser passada de forma muito agressiva, pois isso pode deixar o animal nervoso.
“Divida o cabelo em mechas e penteie uma a uma até obter uma camada leve, livre de pó e outros elementos. Também deve ser lavado corretamente, com xampu adequado”, explica.
Se a crina estiver muito emaranhada, existem no mercado produtos chamados amaciantes, uma espécie de condicionador para cavalos que pode ser usado para ajudar a desembaraçar os pelos.
Os cuidados com a higiene da crina do animal são essenciais para manter a saúde do animal em dia. Uma boa aparência não é apenas uma questão estética, mas também demonstra a saúde do cavalo.
Por isso, ao notar qualquer alteração na pelagem do seu animal, procure um médico veterinário.
Por: Camila Pedroso
Foto: Divulgação/Pixabay
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