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Projeto capacita agricultores em boas práticas de produção de açaí e castanha-do-pará

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Produtores e técnicos do Consórcio e Projeto Reflorestamento Econômico Adensado (Reca) participaram de treinamento sobre boas práticas na produção e fabricação de castanha-do-pará e açaí. Realizadas em novembro e dezembro, na sede da Reca, em Nova Califórnia (RO), as ações fazem parte das atividades do projeto “Transferência de tecnologia em boas práticas agroindustriais para produtores do projeto Reca”, coordenado pela Embrapa Acre. A iniciativa faz parte de um dos onze projetos componentes do projeto “Bioeconomia e sociobiodiversidade de cadeias produtivas de importância na agricultura familiar com ênfase nos biomas Cerrado e Amazônia”, que visa apoiar a estruturação, fortalecimento e melhoria de diversos cadeias produtivas nos biomas Amazônia e Cerrado.

Segundo a pesquisadora da Embrapa Joana Maria Leite, coordenadora do projeto, as ações de transferência de tecnologia vão beneficiar cerca de 200 famílias. As atividades incluem um conjunto de medidas de higiene e controle de qualidade nas agroindústrias de celulose, processamento de castanha e óleo. Incluem também aspetos relacionados com boas práticas de produção, desde a fase de pré-colheita, com a gestão das espécies florestais e agroflorestais, até à fase de colheita e pós-colheita dos frutos. “Nosso objetivo é contribuir para a melhoria da qualidade da produção agroindustrial, gerando novas oportunidades de negócios no contexto da bioeconomia e maior sustentabilidade dos sistemas produtivos do Reca”, acrescenta.

Boas práticas de produção

Cleísa Cartaxo, pesquisadora da Embrapa e uma das instrutoras, explica que as ações para implantação de boas práticas de produção de castanha-do-brasil são de grande importância. Isso porque os produtores da Reca pretendem ampliar a oferta de produtos à base de amêndoa, como forma de diversificar a produção. “Adotar essas práticas é requisito básico para colocar no mercado produtos destinados ao consumo humano. Além disso, a garantia da qualidade do produto final não depende apenas dos controles adotados na agroindústria. no campo ou na floresta”, ele explica.

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Técnicas de mapeamento de açaís nativos com drones, desenvolvidas pela Embrapa, fizeram parte do conteúdo do curso sobre boas práticas para produção de açaí solteiro (Euterpe precatoria) e procedimentos que devem ser adotados na coleta e pós-coleta dos frutos, a fim de minimizar a contaminação química, física ou biológica. Como, por exemplo, a transmissão da doença de Chagas, que tem registrado casos em algumas localidades da Amazônia.

“O inventário e o mapeamento físico das castanheiras e açaizais permitem ao produtor quantificar o número de árvores dessas espécies na propriedade, traçar caminhos de coleta de forma otimizada, descobrir novas árvores e até mesmo substituir as menos produtivas. Esse conhecimento permite tem uma previsão, avaliação precisa do potencial produtivo da área e contribui para o planejamento da produção”, reforça Cartaxo.

Para o analista da Embrapa, Daniel Papa, os treinamentos foram repletos de descobertas e trocas de aprendizado. “Trabalhamos a parte teórica e muita prática para que os produtores pudessem entender mais sobre o uso do GPS e as diferentes aplicações do equipamento no processo de inventariação e construção de mapas das propriedades. Ao final, os participantes puderam inserir nos mapas informações como rotas mais viáveis ​​e localização de usinas mais produtivas, acredito que atingimos o objetivo desta etapa”, explica.

O grupo inventariou e cartografou um castanheiro numa área de 50 hectares de floresta com recurso ao Avenza Maps, uma aplicação interativa e fácil de utilizar que recolhe e regista dados, utilizados na produção de mapas em terminais móveis. “O próximo passo é a implantação das Unidades de Aprendizagem (UA) para o cultivo do açaí solteiro na propriedade dos produtores do Reca. Esses espaços servirão para a troca e construção de novos conhecimentos, essenciais para disseminar, entre os produtores da região, os benefícios do adoção de boas práticas de manejo”, adianta Papa.

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O agricultor familiar Claudionor de Souza Monteiro, proprietário do Sítio Paraíso, conta que ficou feliz com a prática de inventariar e mapear a área em sua propriedade. “Juntos aprendemos muito sobre a produção de castanha e açaí. Vimos que tem o lugar certo para medir o diâmetro da árvore e como é importante observar melhor o comportamento de cada árvore. Também conhecemos técnicas de extração do açaí que proporcionam maior segurança aos escaladores”, afirma.

boas práticas de fabricação

Para garantir a qualidade sanitária dos alimentos e a padronização dos procedimentos adotados nas agroindústrias, é fundamental atenção desde a etapa de produção da matéria-prima até a embalagem do produto. “Recapitulamos todas as etapas do fluxo do produto no campo e na agroindústria para visualizar onde poderiam ocorrer os perigos. Isso facilitou a identificação de situações que poderiam causar riscos de contaminação e influenciar na qualidade do produto final”, explica o pesquisador da Embrapa Acre, Marcus Arthur Vasconcelos, responsável por ministrar o curso de boas práticas de fabricação (BPF) para a agroindústria de polpa de açaí.

“O monitoramento da qualidade é fundamental no processo de produção de alimentos. Capacitamos a equipe técnica para analisar parâmetros químicos de qualidade como rancidez, teor de peróxidos e outros aspectos importantes para o controle de qualidade dos produtos na agroindústria. Esse controle também contribui para garantir a conformidade dos alimentos com os regulamentos técnicos da Anvisa”, acrescenta o pesquisador.

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Simara Kaefer, nutricionista e técnica responsável pelas agroindústrias da Reca, acrescenta que os treinamentos são importantes para atualizar e capacitar novos funcionários. Além disso, contribuem tanto para que o produtor entregue uma matéria-prima de boa qualidade, quanto para que os colaboradores do agronegócio atuem observando os princípios e critérios para entregar um produto seguro e de qualidade ao consumidor. “Temos uma alta rotatividade de funcionários nas unidades processadoras. Isso torna o nível de entendimento das BPF diferenciado. Por isso, a cada ano, a necessidade de nivelar e atualizar os conhecimentos de quem trabalha em nossa agroindústria”, finaliza.

Apoio, suporte

As ações do projeto “Bioeconomia e Sociobiodiversidade de cadeias produtivas de importância na agricultura familiar com ênfase nos biomas Cerrado e Amazônia” são desenvolvidas com recursos do programa Bioeconomia Brasil – Sociobiodiversidade, por meio de parceria entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Embrapa. O objetivo geral do programa é fortalecer as cadeias produtivas do açaí, cupuaçu, castanha-do-brasil, piaçava, mandioca, meliponicultura e baunilha brasileira, por meio da melhoria do acesso a soluções tecnológicas e conhecimentos por parte de agricultores familiares e comunidades tradicionais.

Para viabilizar a execução desse programa, a Embrapa fornece soluções tecnológicas e conhecimento para agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais. O objetivo geral do programa Bioeconomia Brasil – Sociobiodiversidade é fortalecer as cadeias produtivas do açaí, cupuaçu, castanha-do-brasil, piaçava, mandioca, meliponicultura, baunilha brasileira e sistemas agroflorestais.

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Fonte: Agro

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