A Comissão Europeia anunciou restrições às importações de sementes de trigo, milho, colza e girassol ucranianos para a Polônia, Hungria, Romênia, Eslováquia e Bulgária até 5 de junho. impostas, citando a necessidade de proteger seus agricultores. A Romênia não proibiu as importações.
Aqui estão algumas das perguntas:
POR QUE A UCRÂNIA EXPORTA PELA EUROPA DE LESTE?
A Ucrânia exportava principalmente produtos agrícolas por meio de portos no Mar Negro até serem bloqueados pela Rússia no ano passado. Três portos na região de Odesa foram posteriormente reabertos sob um pacto da ONU assinado em julho para criar um corredor seguro para as exportações para ajudar a enfrentar a crise global de alimentos.
Outros portos ucranianos, incluindo um dos mais importantes, Mykolaiv, permanecem fechados.
A Ucrânia, um dos maiores exportadores mundiais de grãos e oleaginosas, voltou-se para rotas terrestres e expandiu as exportações por meio de pequenos portos fluviais no Danúbio.
A rota terrestre mais fácil para o norte através da Bielorrússia, aliada da Rússia, foi efetivamente bloqueada, forçando a Ucrânia a transportar o máximo de grãos possível pela Europa Oriental. Para facilitar essa opção, a União Europeia anunciou uma suspensão de um ano das tarifas de importação para a Ucrânia em junho de 2022.
QUANTO AUMENTARAM AS EXPORTAÇÕES PARA A EUROPA DE LESTE?
O aumento nas exportações de grãos e sementes oleaginosas ucranianas através da União Européia Oriental foi enorme. Dados alfandegários ucranianos mostram que em 2022, 3,39 milhões de toneladas de milho, 1,47 milhão de toneladas de trigo e 529.689 toneladas de cevada foram exportadas para a Romênia. Em 2021, foram exportadas apenas 526 toneladas de milho, sem embarques de trigo ou cevada.
A Polônia, por sua vez, recebeu 2,08 milhões de toneladas de milho, 579.315 toneladas de trigo e 44.114 toneladas de cevada em 2022. No ano anterior, foram exportadas para a Polônia míseras 6.269 toneladas de milho e 3.033 toneladas de trigo, sem cevada. Também houve aumentos acentuados nas exportações para Hungria e Bulgária, embora os volumes não sejam tão altos quanto os que passam pela Romênia e Polônia.
POR QUE OS AGRICULTORES DA EUROPA DE LESTE ESTÃO INSATISFEITOS?
Os agricultores da Europa Oriental inicialmente se beneficiaram financeiramente do conflito na Ucrânia, pois os preços de suas safras subiram acentuadamente em linha com os mercados globais de grãos. Eles, no entanto, enfrentaram uma concorrência crescente nos mercados locais de grãos e oleaginosas da Ucrânia. Os agricultores também acharam mais difícil e mais caro transportar suas colheitas, já que muitos dos caminhões e carroças que eles normalmente usam carregam grandes volumes de suprimentos da Ucrânia.
Uma queda acentuada nos preços nos últimos meses também aumentou suas preocupações, com alguns culpando as importações ucranianas. As quedas de preço, no entanto, são uma tendência global que os traders atribuem a fatores como fortes exportações do Brasil e da Rússia, bem como uma demanda mais fraca do que o esperado da China.
Uma seca em partes da Europa Central no ano passado também criou dificuldades financeiras para os agricultores da região.
A safra de milho da Hungria, por exemplo, caiu para 2,8 milhões de toneladas no verão passado, menos da metade dos 6,4 milhões de toneladas da temporada anterior, segundo estimativas do Conselho Internacional de Grãos (IGC).
QUAL A IMPORTÂNCIA DAS EXPORTAÇÕES PARA A UCRÂNIA?
O fechamento dos portos da Ucrânia no ano passado forçou o país a exportar grãos e oleaginosas para todo o leste da UE por trem, caminhão, barcaça e até balsa. Tudo passou pela União do Leste Europeu, já que as fronteiras da Ucrânia com a Rússia e a Bielo-Rússia foram fechadas. O acordo apoiado pelas Nações Unidas para permitir um corredor seguro para as exportações por mar aliviou parte da pressão nas rotas terrestres.
Dados da ONU mostram que cerca de 29,3 milhões de toneladas de produtos agrícolas foram exportados dos portos ucranianos do Mar Negro sob o corredor seguro, incluindo 14,8 milhões de toneladas de milho.
A inclusão de apenas três portos, no entanto, significa que a capacidade tem sido insuficiente e os produtos agrícolas ainda são movimentados por via terrestre, embora esta seja uma opção geralmente mais cara do que por via marítima. A Ucrânia deverá, por exemplo, exportar cerca de 24 milhões de toneladas de milho durante a atual temporada 2022/23 (julho/junho), segundo dados do IGC. Mas apenas 62% foram enviados pelo corredor com menos de dois meses restantes da temporada.
A importância das rotas terrestres, no entanto, aumentará enormemente se a Rússia se recusar a estender o acordo para permitir embarques pelo corredor além de meados de maio.
QUAL A IMPORTÂNCIA DESSAS EXPORTAÇÕES PARA O MERCADO GLOBAL?
A Ucrânia foi o quarto maior exportador mundial de grãos na temporada 2020/21, atrás dos Estados Unidos, Argentina e Rússia, segundo dados do IGC. O grão ucraniano foi enviado para 95 países naquela temporada, com os principais compradores incluindo China, Egito, Paquistão, Espanha e Líbia.
Os desafios de cultivar e transportar colheitas em um país em guerra, no entanto, diminuíram sua importância.
O IGC previu que a Ucrânia exportará 28 milhões de toneladas de grãos na temporada 2023/24, o que a tornaria o oitavo maior exportador do mundo. Grande parte do déficit da Ucrânia foi compensado pelo Brasil, onde as exportações quase dobraram de 26,2 milhões de toneladas em 2021/22 para 50,9 milhões na atual temporada 2022/23.
COMO O CONFLITO AFETA OS PREÇOS DOS GRÃOS?
Os preços do trigo e do milho dispararam após o início da guerra na Ucrânia devido ao temor de que o conflito pudesse prejudicar os embarques de dois dos maiores exportadores de grãos do mundo. No entanto, eles voltaram aos níveis pré-guerra.
Isso ocorre em parte porque as exportações russas de trigo na verdade aumentaram após uma safra recorde no verão passado. Uma queda nas exportações de milho da Ucrânia também foi compensada por um salto nos embarques do Brasil.
Fonte: Reuters com tradução Agrolink*
