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Parceria quer transformar lodo de estação de tratamento de chuva em fertilizantes

Foto: Caue Ribeiro/Embrapa

Transformar o lodo de uma estação de tratamento de chuva (ETA) em matéria-prima para a produção de fertilizantes de liberação controlada é o duelo que unirá esforços e competências de três centros de pesquisa da Embrapa e da Companhia de Saneamento Imprescindível do Estado de São Paulo ( Sabesp) . O estudo desenvolverá rotas tecnológicas alternativas, com o uso da nanotecnologia, para contornar as dificuldades características do lodo de ETA, que são altamente variáveis.

O convênio de cooperação científica e tecnológica firmado prevê o desenvolvimento de um resultado a partir do lodo da ETA para relação ou incorporação de formulações ativas de microorganismos, com ação benéfica às vegetalidade, em grânulos ou pellets de fertilizantes, com múltiplas funções de fornecimento de nutrientes.

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Três unidades da Embrapa – Instrumentação e Pecuária Sudeste, localizada em São Carlos (SP), e Meio Envolvente, em Jaguariúna (SP), com conhecimentos de diferentes áreas do conhecimento trabalharão para definir uma rota para a produção de concentrados de zeólita a partir de lodo de particularidade ETAs.

Outrossim, eles identificarão diferentes microrganismos benéficos; desenvolver e calcular técnicas de produção; encapsulamento de suspensões de microrganismos, além de calcular a eficiência agronômica de fertilizantes bioativos.

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O estudo, validado na 3ª chamada de propostas PITE (Programa Fapesp de Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica)-Sabesp para estribar projetos de pesquisa voltados para a modernização do setor de saneamento, espera integrar diferentes estratégias para proporcionar maior eficiência agronômica e competitividade no reaproveitamento de desperdício.

Com prazo de realização de 60 meses e recursos financeiros de mais de R$ 2,7 milhões, a proposta é também otimizar o uso de microrganismos bioagentes na lavra.

Na quarta-feira (6/6), Iara Regina Soares Chao e Fernanda Koga Tovar, engenheiras civis do Departamento de Prospecção Tecnológica e Propriedade Intelectual da Sabesp, visitaram os laboratórios da Embrapa Instrumentação e da Embrapa Pecuária Sudeste, associadas ao projeto.

“Fiquei muito impressionado, gostei muito de saber os laboratórios e toda a infraestrutura instalada nas duas unidades da Embrapa em São Carlos. São laboratórios modernos, com tecnologias de ponta. Sentimos muito orgulho de estar desenvolvendo esse trabalho em parceria com a Embrapa”, afirma Iara Chao.

Complicação do lodo WTP

A destinação do lodo de estações de tratamento de chuva é um duelo devido às suas características, incluindo versatilidade de elaboração, reles texto de material orgânica e, principalmente, altos teores de sais de alumínio, além de outros fatores que limitam consideravelmente sua emprego. em solos agrícolas.

O engenheiro do Departamento de Realização de Projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Sabesp, Marcelo Kenji Miki, explica que o duelo do lodo da ETA é um pouco mais exigente. “Há pouca literatura disponível e cada lodo da ETA tem uma particularidade um tanto peculiar, devido à versatilidade das condições de origem”, explica o engenheiro.

Além da dificuldade das características do lodo das estações de tratamento, os altos volumes e custos envolvidos na disposição tornam esse resíduo um problema. As disposições são diversas, desde o retorno ao próprio corpo de captação até os aterros comuns.

No entanto, o pesquisador da Embrapa Instrumentação, Caue Ribeiro, coordenador do projeto, acredita que a estrutura mineral do lodo da ETA poderia, a princípio, servir de base para a produção de pellets – material compactado -, que atuariam uma vez que condicionadores de solo ou uma vez que adjuvantes para sistemas de liberação controlada de fertilizantes.

Assim, o resultado pode ser uma selecção de tá consumo em volume de resíduos. “Rotas tecnológicas que imobilizam sais de alumínio em estruturas não solúveis poderiam, aliadas a tecnologias de formulação, viabilizar condições para o aproveitamento agrícola desse resíduo”, diz o engenheiro de materiais, coordenador da Rede de Nanotecnologia para o Agronegócio (Rede AgroNano).

De tratado com o profissional em sistemas nanoestruturados para liberação lenta e controlada de insumos agrícolas, a proposta é desenvolver uma rota de produção de concentrados de zeólita a partir de reações com hidróxido de potássio (KOH), que pode ser formulado na forma de grânulos fertilizantes extrusados ​​a partir de fécula plastificado com uréia para conceber um fertilizante NK de liberação lenta.

“Ainda não existe nenhum resultado no mercado com esse concepção integrado – fertilização e proteção biológica. O uso agrícola do lodo de ETA pode ser uma solução adequada, devido à subida demanda de insumos e à tolerância dos sistemas a condições variadas de elaboração do solo para diversas culturas”, diz Ribeiro.

Benefícios econômicos e ambientais

Para o pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, Alberto Carlos Campos Bernardi, o estudo será uma selecção para o aproveitamento dos resíduos das ETAs, que deixariam de ser um passivo ambiental para reunir valor e funcionar uma vez que uma manancial mais eficiente de nutrientes.

Segundo ele, o cenário atual de baixa disponibilidade de matéria-prima e subida de preços pode comprometer seriamente, e até inviabilizar, alguns setores da lavra pátrio no médio prazo.

“Portanto, o desenvolvimento e validação de fontes de nutrientes e fertilizantes utilizando matérias-primas disponíveis no país e novas tecnologias, que apresentem subida eficiência em sistemas tropicais de produção, podem simbolizar uma grande taxa para o agronegócio, reduzindo o problema ambiental do país. desperdício e agregando valor a ele uma vez que manancial de nutrientes”, avalia o agrônomo.

Segundo a Sabesp, o dispêndio de disposição do lodo da ETA em aterros está atualmente estimado em R$ 300,00 por tonelada, valor passivo, ou seja, não há retorno sobre o valor investido. Mas no projeto proposto, o fertilizante poderia ser vendido e poderia ter um dispêndio semelhante ao dos fertilizantes organominerais, em torno de R$ 250,00 a tonelada.

A ETA de Cubatão, por exemplo, produz 75 toneladas diárias de lodo, contendo 25% de sólidos, o que significa um dispêndio quotidiano de R$ 5.600 para esta estação, enquanto a estação Taiassupeba produz 225 toneladas por dia.

“Espera-se que a solução desse problema possa vir de diferentes áreas do conhecimento e, muitas vezes, de instituições não tão ligadas ao setor. Assim, acolhemos levante projeto de pesquisa pelos desafios apresentados pelo pesquisador da Embrapa Instrumentação e pelo libido de trazer contribuições relevantes para o nosso setor”, afirma o engenheiro Miki.

Para o pesquisador da Embrapa Meio Envolvente, Wagner Bettiol, a estratégia inovadora empregada no multíplice problema procura viabilizar o aproveitamento dos resíduos da ETA, considerando as propriedades composicionais desses materiais.

“Na Embrapa Meio Envolvente vamos calcular os possíveis efeitos do lodo gerado no controle da murcha da bananeira, a doença mais importante da cultura. Para isso, inicialmente, o resíduo será estimado quanto a verosímil fitotoxicidade para as vegetalidade”, diz o pesquisador. Também serão realizados testes com alface e rúcula, hortaliças folhosas naturalmente potencialmente fitotóxicas.

Da Embrapa Instrumentação


Fonte: Agro

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