A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil divulgou nota sobre o Dia Internacional do Milho, comemorado nesta segunda-feira (24). No comunicado, a CNA destaca a importância do cereal na alimentação humana e animal, na indústria e no setor de biocombustíveis.
Leia a nota ao CNA abaixo:
“O milho é um dos principais grãos produzidos no Brasil e se destaca pela versatilidade e importância econômica na alimentação humana e animal, na indústria ou no setor de biocombustíveis. Como diz um produtor, o milho faz “girar a roda da economia”.
O Dia Internacional do Milho é comemorado nesta segunda-feira (24), e o Sistema CNA/Senar parabeniza todos os produtores rurais brasileiros que trabalham diariamente para ampliar a produção e exportação de milho no país.
O Brasil é o único entre os grandes produtores a colher três safras e, conseqüentemente, produzir milho o ano todo. De setembro a dezembro, os produtores plantam a safra de verão, de janeiro a abril a safra de inverno e de abril ao final de junho, na região de Sealba (Sergipe, Alagoas e nordeste da Bahia), Pernambuco e Roraima.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o país deve produzir 124,8 milhões de toneladas de milho na safra 2022/23, um aumento de 10,4% em relação à safra anterior, que foi de 113,1 milhões de toneladas. toneladas. Do total previsto para a safra, a região Centro-Sul será responsável pela produção de 108 milhões de toneladas do cereal.
Para os produtores rurais brasileiros, o milho sempre foi e será uma cultura em potencial, seja de apelo comercial ou de subsistência. Suas alternativas de uso como matéria-prima na fabricação de subprodutos o tornam um alimento indispensável na segurança alimentar mundial.
O milho verde, por exemplo, é consumido principalmente na forma de espiga cozida, mas também é utilizado na culinária nacional, no preparo de diversos pratos, como curau, bolo e pamonha. O milho doce, por outro lado, é consumido enlatado e tem a capacidade de produzir açúcar em vez de amido.
O cereal também tem papel fundamental na alimentação animal. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), entre 60% e 80% do volume de milho produzido no país é destinado à alimentação de bovinos, suínos e aves.
Além disso, o milho tem sido utilizado na produção de etanol. Segundo projeção da União Nacional do Álcool de Milho (Unem), na safra 2023/24, o Brasil deve produzir 6 bilhões de litros, o que representa cerca de 19% de todo o etanol consumido no país.
Segundo estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na safra 2022/23, o Brasil poderá exportar 50 milhões de toneladas de milho, superando as 48,8 milhões de toneladas previstas para os EUA.
Se a estimativa se confirmar, o Brasil poderá se tornar o maior exportador do grão no mundo, mostrando o rápido crescimento do setor em poucos anos. Em 2021, por exemplo, o país enviou 20,4 milhões de toneladas de milho para o exterior. Em 2022, o volume foi de 43,6 milhões de toneladas.
Veja o depoimento de alguns produtores de milho do país:
BRUNO BORTOLUZZI – XANXERÊ (SC)
A produção de milho na propriedade de Bruno Bortoluzzi, localizada em Xanxerê, oeste catarinense, começou na década de 1980 com variedades híbridas duplas, que apresentavam limitações de produtividade e manejo.
Com o tempo, o produtor rural e sua família investiram em híbridos simples e o aumento de produtividade foi muito expressivo. Hoje, eles colhem cerca de 12 toneladas de milho por hectare no verão e a produção é vendida para a indústria de proteína animal.
“Melhoramos as técnicas de cultivo como semeadura, espaçamento, adubação, cobertura, manejo de pragas e doenças e até a colheita, reduzindo as perdas e, consequentemente, aumentando a eficiência da lavoura”, afirmou Bortoluzzi.
Para ele, o milho é uma das culturas que ajuda o Brasil a alimentar o mundo. “Isso nos proporciona desenvolvimento econômico, mas também desenvolvimento social, pois melhora e facilita a chegada de tecnologias e outros recursos de outros países. Além disso, o milho está ocupando principalmente áreas de safrinha no Centro-Oeste, o que valoriza muito o uso do solo”, disse o produtor.
SEBASTIÃO FREIRE – PINHÃO (SE)
Sebastião Freire do Nascimento Junior cultiva milho entre os municípios de Frei Paulo e Pinhão, em Sergipe. O cultivo começou em 1997 em área arrendada e cresceu com o sucesso da produção. Atualmente, ele vende milho para fazendas de Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba, mas já exportou por meio de trading.
O produtor informou que está preparando a terra para o plantio de sua safra de inverno, que começa no final de abril e início de maio e deve ser colhida em novembro e dezembro. “O clima tem sido favorável nos últimos anos. Às vezes não chove, mas está tudo normal”.
Para o produtor, a cultura do milho é fundamental para gerar emprego e alimentos para os brasileiros.
SILVANO FILIPETTO – SORRISO (MT)
Silvano Filipetto mora em Sorriso, no Mato Grosso, mas cultiva milho no município de Vera. Em 2000, quando começou o cultivo, a produtividade era de 60/70 sacas por hectare. Na última safra, foram colhidas em média 153 sacas por hectare.
“O milho entrou fortemente na propriedade em meados de 2005 e 2006 com variedades novas, mais produtivas e com o objetivo de otimizar custos. Com os mesmos funcionários e a mesma máquina, conseguimos produzir duas safras”, explica.
Atualmente, 80% das vendas de milho da propriedade são para usinas de etanol da região e 20% são para exportação.
“O milho é hoje o principal produto agrícola do Brasil, fazendo girar a roda da economia, que se transforma em carne de frango, bovina e também produz energia por meio do etanol”.
JACINTO COLOMBO – SANTA CRUZ DO XINGU (MT)
“Comecei a plantar milho na infância, junto com meus pais. Foi uma cultura que me chamou a atenção porque respondeu às práticas culturais”, disse o produtor Jacinto Colombo, de Santa Cruz do Xingu, Mato Grosso.
Atualmente ele cultiva a segunda safra (safrinha) e colhe 6 mil toneladas no total. A maior parte é vendida no mercado interno e o restante para tradings.
“O milho tem grande importância devido aos subprodutos que hoje abastecem as gôndolas dos supermercados. Também é utilizado para dietas de confinamento e ração para aves, sem falar que é fonte de renda para o produtor rural.”