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Ministra defende melhoria dos quadros jurídicos do setor energético

    Ministra defende melhoria dos quadros juridicos do setor energetico

    O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, disse que o Brasil precisa continuar aprimorando as leis e regulamentos que regem o setor de energia do país se quiser atrair investidores estrangeiros que, segundo ele, buscam um “porto seguro” onde possam investir seus recursos com segurança.

    “Uma realocação brutal de capital no mundo está chegando. O dinheiro está saindo do Leste Europeu e da Ásia em busca de um porto seguro”, disse o ministro ao apresentar, hoje (8), 26 propostas normativas discutidas com representantes de associações e empresas do setor de energia e agências reguladoras em meados de julho.

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    “Esse é o momento do Brasil. Só não vamos crescer entre 3% e 5% ao ano nos próximos anos se não quisermos. Porque o montante de capital internacional disposto a investir no Brasil graças aos marcos legais que já aprovamos e a segurança jurídica está na casa dos trilhões de dólares”, afirmou.

    Sachsida aproveitou o evento para fazer um balanço não só dos seus 7 meses à frente do ministério, mas também das ações quando foi responsável pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia.

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    “Tivemos erros e acertos. Que ninguém diga isso [herdou] terra arrasada; que está recebendo uma herança amaldiçoada. Este governo está deixando um legado abençoado para o próximo governo. Seja do lado fiscal e econômico, seja do lado da energia, mineração, petróleo, gás e agricultura”, disse o ministro.

    Transição
    O grupo técnico da equipe de transição do próximo governo declarou hoje que os consumidores de energia elétrica terão que pagar um acréscimo de cerca de R$ 500 bilhões devido a uma série de ações adotadas pelo atual governo, como a privatização da Eletrobras e um empréstimo de R$ 23 bilhões para o setor elétrico.

    “Hoje temos um fenômeno. O custo de gerar eletricidade é muito barato, nossas fontes são baratas, temos bons recursos naturais, mas a tarifa que o consumidor paga é exorbitante, uma das mais caras do mundo”, disse o coordenador executivo do grupo, Mauricio Tolmasquim , para citar a criação de subsídios para o setor.

    Em novembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou levantamento mostrando que os consumidores brasileiros já haviam pago, desde o início do ano, R$ 25,8 bilhões em subsídios incluídos em impostos sobre a conta de luz, valor equivalente a 12,59% do a taxa residencial média.

    O ministro de Minas e Energia criticou os subsídios, afirmando que, se a situação atual continuar, “todo mundo vai morrer abraçado”.

    Sachsida também destacou a necessidade de redução de impostos na conta de luz. “Um imposto de 30% não é apenas ineficiente, mas também gera um brutal peso morto exponencial. Energia mais barata é boa para gerar emprego e renda, não só para o consumidor. Um salão de beleza que gasta R$ 3.500 de energia passa a gastar R$ 2.000, essa economia é um dinheiro que sobra para investimentos, gerando mais renda futuramente, mais empregos”, explicou Sachsida, acrescentando que o atual governo agiu para reduzir impostos em área de energia e que essa é uma medida fundamental que precisa ser mantida.

    Mineração
    Ao defender o aumento do uso de fontes renováveis ​​de energia, Sachsida destacou o potencial de crescimento da mineração, atividade que, segundo ele, em 2019 representou apenas 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB).

    “Com pouco, dobramos a participação da mineração no PIB”, disse o ministro ao criticar o que classificou como “narrativas perniciosas” que atrapalham o desenvolvimento do setor.

    “Faz sentido o Brasil ter padrões ambientais mais rígidos do que o Canadá, um país que respeita o meio ambiente e as comunidades locais e, ao mesmo tempo, é um sucesso em termos de mineração?”, questionou o ministro, garantindo que, ao contrário Apesar das críticas de que o Brasil não preserva sua flora e fauna, bem como a qualidade de vida da população, o país é “um exemplo de liderança ambiental”.

    “Somos, hoje, o que a Alemanha quer ser daqui a 15 anos. 85% da nossa eletricidade vem de fontes renováveis ​​contra [a média de] 28% do resto do mundo. 47% da nossa matriz energética é renovável, contra 14%, em média, no resto do mundo. 10% do diesel brasileiro é [composto por] biodiesel, enquanto a expectativa é que a média mundial da mistura chegue a 7% só em 2040”, disse Sachsida, defendendo que o Brasil recebe por preservar recursos e ecossistemas caros a toda a população mundial.

    “Precisamos ser pagos para isso. Não faz sentido estarmos tanto na liderança ambiental e termos que ouvir do resto do mundo que não somos liderança. Venho de uma escola de pensamento econômico que diz que se você defende, você paga. O mundo gosta de dizer que valoriza o meio ambiente brasileiro? Então compre um RCP [Cédula de Produto Rural] e repassar US$ 5 bilhões ao governo do Amazonas como pagamento por serviços ambientais”, sugeriu o ministro.

    A CPR Verde foi criada em abril de 2020 para reforçar a conservação e o manejo das florestas nativas e seus respectivos biomas.

    O resumo das 26 propostas que o Ministério de Minas e Energia considera um aperfeiçoamento dos marcos legais que regem os setores de energia elétrica, petróleo, gás natural, biocombustíveis e mineração está disponível no site do ministério.



    Fonte: Noticias Agricolas