Pular para o conteúdo

Milho: queda de R$ 13,00 nos preços da saca

    Milho queda de R 1300 nos precos da saca

    Os preços do milho continuam em queda no mercado brasileiro. Em abril, a cotação registrou queda média de R$ 13,00. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os valores voltaram a operar nos níveis nominais observados em 2020. No Rio Grande do Sul, o preço médio do milho recuou -7,02%, passando de R$ 71,50 para R$ R$ 66,48, segundo pesquisa semanal de preços realizada pela Emater/RS-Ascar.

    “O valor depende muito da região, mas em média a queda registrada no mercado físico ficou entre R$ 10,00 a R$ 15,00 no Brasil. Especificamente, no sul do país, os preços passaram de R$ 85,00 para R$ 74,00 a saca, ou seja, uma queda média de R$ 10,00”, informa o analista de mercado da Grão Direto, Ruan Sene.

    Patrocinadores

    Esse cenário é resultado do aumento da oferta interna do cereal e da expectativa de uma safra recorde estimada em 95,32 milhões de toneladas, 11% superior ao volume produzido em 2022, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Houve uma desvalorização na B3 e no mercado físico devido a essa expectativa de oferta abundante no mercado a partir de junho, quando começa a colheita em algumas regiões do Brasil. Principalmente em Mato Grosso e Goiás, que plantaram milho muito antes do normal”, esclarece o especialista.

    Houve flexibilidade nos preços de venda, bem como nas formas de pagamento e entrega por parte dos produtores. “Ao mesmo tempo, tivemos um movimento mais lento das exportações, o que já era esperado pelo mercado nesta época do ano, reduzindo a demanda pelo milho brasileiro, o que também prejudicou os preços”, explica Sene.

    Patrocinadores

    Poderia

    O mercado permanece indefinido no mês de maio. A expectativa é que o setor permaneça em posição de cautela, atento ao clima e aos resultados da safra brasileira e norte-americana. “Os movimentos de compras externas e internas trarão esse suporte aos preços brasileiros até junho. Mas a safra norte-americana também vem chamando a atenção, pois também foi plantada e tem um desenvolvimento satisfatório. O que acaba, de certa forma, concorrendo com o milho nacional nos meses de agosto, setembro e outubro, quando começa a colheita nos Estados Unidos”, enfatiza o analista de mercado.

    Outro ponto de atenção é a reunião do Federal Reserve (banco central) dos EUA para elevar os juros, cenário que “não impacta diretamente a economia brasileira, mas pressiona negativamente o consumo”, explica.

    zona sul

    A colheita no Rio Grande do Sul chegou a 82% (Emater/RS), mas o processo está lento porque os produtores estão atentos para finalizar a operação da soja. As lavouras tardias estão na fase de floração e enchimento de grãos, respondendo por 7% da área cultivada, e apresentam desenvolvimento variável, pois a predominância de baixas temperaturas na segunda metade do período desfavoreceu essas lavouras com plantio tardio. “Nesse período de desenvolvimento, o clima pode impactar negativamente na evolução da lavoura, principalmente se houver falta de chuva, frio intenso ou mesmo geadas”, alerta Sene.

    Em Santa Catarina, a colheita está próxima do fim, com 85% da área já colhida (Conab). A qualidade dos grãos é considerada satisfatória, mas devido à restrição hídrica durante o ciclo de cultivo nas regiões Oeste e Extremo Oeste, houve queda na produtividade inicialmente estimada.

    As chuvas frequentes no início do mês atrasaram a maturação e os trabalhos de colheita do milho primeira safra no Paraná, mas sem interferir na qualidade dos grãos das lavouras (Conab). O milho segunda safra está se desenvolvendo bem no estado. As boas chuvas ocorridas melhoraram as condições das lavouras, principalmente aquelas que vinham sendo afetadas pelo déficit hídrico.

    Jornal do campo
    Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão?

    Fonte
    Gostou das nossas dicas? Possui alguma outra que gostaria de compartilhar com a gente?
    Escreva para nós nos comentários!

    Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo