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Milho: China faz novas compras nos EUA neste dia 6, mas especialistas acreditam…

    Milho China faz novas compras nos EUA neste dia 6

    O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou nesta sexta-feira (14) mais uma venda de milho para a China. Foram 382 mil toneladas, sendo 246 mil da safra 2022/23 e 136 mil da safra 2023/24. Este é o segundo anúncio da semana e o volume total chegou a 709 mil toneladas, entre valores das duas safras.

    Vendas realizadas no mesmo dia, para o mesmo destino e com volume igual ou superior a 100.000 toneladas devem ser sempre informadas ao departamento americano.

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    Já há algumas semanas, a nação asiática vem fazendo compras frequentes de milho dos Estados Unidos, aproveitando que o cereal americano agora é, de fato, mais competitivo. Só em março, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), as compras do grão pela China chegaram a 2,6 milhões de toneladas – a partir da sfara 2022/23 – e desse total, a maior parte foi comprada a partir de 14 de março.

    No acumulado do ano, porém, as compras totais de milho da China chegaram a 4,39 milhões de toneladas até o mês passado, contra 6,36 milhões no mesmo período de 2022, também segundo dados do USDA.

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    Analistas ouvidos pelo portal local South China Morning Post, as compras recentes e frequentes devem-se provavelmente às melhores margens nas importações do cereal, e os chineses precisam repor seus estoques. No entanto, especialistas também acreditam que o ritmo de compras pode desacelerar antes do início de uma nova temporada no hemisfério norte.

    “Uma nova safra de milho dos EUA está sendo plantada. A compra dependerá dos preços ou margens comerciais e das condições da safra de milho dos EUA para a temporada 2023/24”, disse Lief Chiang, analista de grãos e oleaginosas da China no Rabobank.

    E apesar das fortes compras dos EUA, a China também tem garantido bons volumes de milho da Ucrânia e do Brasil, aproveitando os momentos mais oportunos do mercado. E com isso, a analista de mercado Rosa Wang, da JCI China, estima que o país vai importar 20 milhões de toneladas do cereal na safra 2022/23, total um pouco menor do que as importações de 2021/22. O USDA estima 18 milhões.

    “No terceiro e quarto trimestres do ano passado, devido aos altos preços do milho, o ritmo de compras da China foi relativamente contido”, acredita Rosa. “E esperamos que as importações caiam em março e abril.” Em 2022, as importações de milho pelo gigante asiático somaram 20,62 milhões de toneladas, marcando uma queda de 27,3% na comparação anual. Os dados são do Ministério da Agricultura da China e, no relatório em que foram divulgados, a intensa volatilidade dos preços no ano passado também é apontada como um dos motivos da queda.

    No final do ano passado, o governo chinês informou que continuaria focado na estabilização dos preços domésticos da soja e do milho, garantindo subsídios aos produtores rurais e também promovendo a estabilidade na oferta de insumos. E em meados do mês passado, o presidente Xi Jinping afirmou que as últimas tempestades e adversidades trazidas principalmente pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, depois de todos os problemas causados ​​pela pandemia de Covid-19, tornaram ainda mais evidente o fato de que “Agricultura e a segurança alimentar nacional é um assunto de extrema importância.”

    Mais do que isso, Xi também disse que a China enfrenta uma pressão crescente para alimentar sua população de mais de 1 bilhão de pessoas diante das pressões e incertezas externas, e que os elos fracos no setor agrícola devem ser resolvidos rapidamente. Nesta sexta-feira (14), por exemplo, o Ministério da Agricultura local divulgou nota informando que o uso do farelo de soja na alimentação animal será reduzido, de forma que, mesmo que gradualmente, o país busca a redução das importações de soja.

    “Desde o início da crise na Ucrânia [em 2022], mais de 30 países limitaram as exportações de alimentos e alguns experimentaram turbulência social ou mesmo mudança de regime. A contenção do resto do mundo aumentou e há um aumento óbvio em todos os tipos de incerteza e imprevisibilidade. Uma vez que algo está errado com a agricultura, nossos pratos estarão nas mãos de outras pessoas e teremos que depender de outros para nos alimentar. Como podemos alcançar a modernização neste caso?”, trouxe a fala do líder chinês.

    Continuar perseguindo esses objetivos, preservar as terras agricultáveis ​​e desenvolver sementes cada vez melhores estão entre as prioridades chinesas na produção de alimentos.

    “A China também precisa de uma agricultura forte porque está vendo uma demanda crescente por quantidade, qualidade e diversidade de alimentos à medida que a economia cresce”, disse Xu Xiaoqing, ex-chefe de pesquisa econômica rural do Council Development Research Center. do Estado.

    Para o Brasil, as oportunidades continuam sendo importantes. A China abriu seu mercado para o grão brasileiro no final do ano passado, após anos de acordos que vinham sendo costurados entre as duas nações. Com a possibilidade de uma produção que, segundo alguns consultores privados, poderá ultrapassar os 130 milhões de toneladas, o comprador asiático deverá deparar-se com uma oferta de qualidade e preços atractivos. O Brasil, afinal, caminha para se consolidar como o maior exportador mundial do grão.

    As exportações brasileiras de milho neste ano já ultrapassam 10,15 milhões de toneladas, superando em muito o mesmo período do ano passado, quando o total foi de 3,9 milhões. Assim, as expectativas de que o país exporte 50 milhões de toneladas neste ano estão cada vez mais próximas – embora seja importante cuidar da logística – e a China tende a ser um importante destino.



    Fonte: Noticias Agricolas