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Mercado do leite prova o sabor do investimento em genética superior

Por Nelson Eduardo Ziehlsdorff, presidente da Associação Brasileira de Inseminação Sintético (Asbia)

O investimento em genética é um dos responsáveis ​​pelo atual cenário do mercado de leite no país, o melhor dos últimos quatro anos. Em média ponderada, os preços ao produtor fecharam 2022 em R$ 2,65. E seguem firmes até cá, retomando o ânimo perdido pelos altos e baixos recentes.

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O produtor reconhece que o melhoramento genético é um importante agente nesse processo, pois tem ordinário dispêndio (entre 1,5% e 2,5%) e um efeito vantajoso a longo prazo para a evolução do projeto pecuário – melhora a qualidade do rebanho e deixa um tenreiro. Mais do que isso, a genética se perpetua no plantel, sendo repassada para as próximas gerações.

Esses benefícios são potencializados pela evolução das técnicas reprodutivas, porquê o sêmen sexado, que possibilita a escolha do sexo do tenreiro, contribuindo sobremaneira para a velocidade de renovação do rebanho.

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Estamos vivendo uma transformação positiva na pecuária leiteira. Existem propriedades com 100, 300 ou 500 vacas com produtividade média supra de 40 litros de leite. É um tanto fantástico e inimaginável até pouco tempo detrás. Esses dados também mostram porquê o efeito de melhorar a genética é contínuo e rápido.

É fundamental que todos os produtores entendam a valia de investir na multiplicação de genética superior. A inseminação e outras biotecnologias reprodutivas podem colaborar com o prolongamento dos pequenos pecuaristas, potencializando seus ganhos, e com projetos de médio e grande porte, consolidando-os ainda mais no setor leiteiro. O caminho procedente é a crescente democratização do entrada às tecnologias de reprodução, com facilidade de entrada a projetos de todos os portes. Atualmente, existem menos criadores, mas a oferta de leite continua aumentando. Isso é fruto de animais ainda mais produtivos.

Além dos ganhos de produtividade, esse aporte tecnológico proporciona ganhos de graduação, ajudando a reduzir custos em uma atividade em que cada centavo faz a diferença.

Mas, evidente, os investimentos serão maiores à medida que a rentabilidade também cresce. Nossa expectativa é de que os preços ao produtor continuem subindo por pelo menos mais dois ou três meses. Um passo de cada vez.

Contribui para esse momento positivo a relativa segurança dos custos de produção – responsáveis ​​por pesadelos em muitos momentos. Teremos uma magnífico safra de milho e soja, o que deve moderar os aumentos de preços. Bom para produtores de leite.

Outra boa notícia é a verosímil inclusão do leite na merenda escolar. A concretizar-se, esta medida terá um duplo impacto: aumentará a procura interna e proporcionará aos alunos – sobretudo os mais carenciados – provisões essenciais e de qualidade.

O Brasil é um dos maiores produtores de leite do mundo. São 35 bilhões de litros por ano. O consumo doméstico gira em torno de 170 litros por habitante/ano, ainda aquém do exigido pela FAO. No entanto, é uma atividade cíclica. E a situação atual é positiva, o que nos permite voltar a falar de exportação.

Para isso, é fundamental que continuem os investimentos em genética, cuidados com nutrição, saúde, conforto e bem-estar bicho. Mais produtividade significa menos custos e com isso mais lucratividade e motivação para os criadores investirem. E isso é bom para todos.

**Levante texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**

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