Introdução
O aumento na produtividade e produção das culturas comerciais nos últimos anos superou patamares históricos, chegando a níveis inéditos na produção. A produção de milho chegou a 116,7 milhões de toneladas, e contou com um aumento de 2,5% na superfície totalidade cultivada (CONAB, 2021). Aliás, em 2021 houve um aumento considerável nos preços, tanto nos grãos comercializados em si, porquê em todos os insumos agrícolas, indispensáveis à produção.
Desta forma, tornou-se imprescindível aos produtores que tornassem sua produção o mais eficiente verosímil, e para isso, as novas tecnologias de forma universal, e às biológicas em específico, tiveram grande destaque. Assim, os bioestimulantes tornaram-se uma forma economicamente viável e cientificamente validada de manter a produtividade em patamares elevados, sem aumentar muito o dispêndio totalidade da produção. Segundo De Oliveira (2016) e Silva (2019), os bioestimulantes são uma mistura de reguladores vegetais, os quais são compostos por uma ampla variedade de produtos, incluindo hormônios, substâncias húmicas, microrganismos, macromoléculas, algas e outros.
Vale ressaltar que os estudos com essa classe de produtos são relativamente recentes, trazendo algumas questões incertas, mormente com o modo de ação de cada um dos produtos estudados (DE OLIVEIRA, 2016). Assim, apesar da crescente leva de estudos demonstrando efeitos positivos, ainda se faz necessário um aprofundamento, tanto teórico porquê prático, para a validação completa destes produtos nas culturas comerciais brasileiras.
Cultura do milho
O milho (Zea mays) é uma cultura proveniente da América Médio e da região sul da América do Setentrião, vinda de países porquê México e Guatemala. (SMITH et al., 2004). No Brasil, o cultivo de milho se dá historicamente entre os meses de setembro e abril (milho de primeira safra). Todavia, com o desenvolvimento da produção de soja no país, o milho de segunda safra, cultivado entre janeiro e agosto depois a colheita da soja, tem ganhado força, sendo que a partir da safra de 2008/09, o milho de segunda safra ultrapassou a produção do milho de primeira safra.
O milho é uma vegetal afetada pela disponibilidade térmica, isto é, necessita de um acúmulo específico de graus-dia para atingir determinados estádios. O ciclo do milho é muito variado em função das condições climáticas do lugar. Dessa forma é importante saber os estádios de desenvolvimento para ordenar as melhores épocas de plantio e se as condições ambientais.
O clima é um dos principais fatores responsáveis pela oscilação na produção agrícola no país. No caso do milho, por ser sensível ao déficit hídrico, pode apresentar perdas significativas, mesmo com curtas estiagens em pontos períodos críticos para a vegetal. Assim, acaba sendo uma das culturas mais afetadas pela versatilidade no regime de chuvas no país. Outrossim, a disponibilidade de chuva não é a única influência climática importante para a cultura do milho, fatores porquê radiação solar e temperatura também são chaves para seu bom desenvolvimento (BERGAMASCHI, 2009).
Desta forma, coloca-se que a vegetal de milho, apesar de sua rusticidade, seu metabolismo C4 e relativa resiliência, pode se prejudicar devido a quaisquer condições adversas, mormente no quesito meteorológico. De vestimenta, um tanto que podemos controlar, a despeito ao clima, seria a emprego de produtos que podem melhorar, de forma efetiva, a capacidade da vegetal em se restabelecer destes eventos. Os bioestimulantes têm se mostrado uma opção viável, e podem contribuir de forma efetiva para a manutenção de produções elevadas, apesar de intempéries que possam surgir durante sua safra.
Biofertilizantes
Os biofertilizantes são substâncias naturais ou microrganismos que possuem a capacidade de melhorar a eficiência nutricional, as respostas aos estresses abióticos, a produtividade e qualidade dos cultivos, além de possuírem nutrientes em sua constituição. Segundo Van Oosten et al (2017), estes podem ser adicionados ao envolvente em torno da vegetal, via solo ou foliar, porquê o objetivo de melhor a eficiência nutricional e/ou as características de qualidade da cultura.
Extrato de algas
O uso de extrato de alga na lavra é uma prática recente que, apesar de ainda passar pelo processo de espalhamento, tem apresentado ótimos resultados para a produtividade das culturas de valor agronômica. A produção destes biofertilizantes se dá através do processamento de macroalgas originalmente marinhas. A coleta destes organismos foi totalizada, segundo a FAO (2012), em murado de 15 milhões de toneladas métricas.
O insumo em questão é considerado um agente antiestresse, uma vez que sua atuação favorece a resistência das vegetais à estresses abióticos, porquê o hídrico e o térmico. Aliás, também favorecem o desenvolvimento vegetativo, possibilitando o aumento de biomassa e maior desenvolvimento radicular – através da síntese de fitormônios porquê giberelina e citocinina (ZHANG; ERVIN, 2003).
A principal alga utilizada para a produção de extrato de alga é a Ascophyllum nodosum, oriunda do oceano Atlântico. Além dos benefícios supracitados, a alga em questão auxilia no melhor funcionamento fisiológico da vegetal através da manutenção da integridade da clorofila e da indução a produção da mesma, uma vez que apresenta magnésio (Mg) – fundamental para a estruturação da clorofila – em sua constituição (CHEN et al., 2021).
Ácidos húmidicos e fúlvicos
Os ácidos húmicos e fúlvicos resultam da dissolução de compostos orgânicos e, quando utilizados na lavra, favorecem o desempenho das culturas através da atuação nos processos fisiológicos das vegetais, além de atuarem – também – no condicionamento do solo (CASTRO et al., 2019). A principal diferença entre ambos é a solubilidade em chuva (ácidos fúlvicos > ácidos húmicos), propiciada – principalmente – pela diferença de peso molecular, menor nos ácidos fúlvicos.
Os autores afirmam que a utilização destes biofertilizantes possibilita a regulação enzimática, favorecendo diversos processos da vegetal, porquê a respiração celular e a síntese de clorofila. Aliás, atuam na redução dos impactos da perda de N pelo solo, reduzindo o movimento dos íons NH4+ (amônio), e na estruturação do envolvente edáfico, favorecendo a reunião do solo e, consequentemente, maior resistência estrutural do mesmo (CASTRO et al., 2019).
Aminoácidos
Os aminoácidos são os principais constituintes das proteínas e podem ser classificados em essenciais e não essenciais. Apresentam, em sua constituição, um grupo carboxílico (COOH), amina (NH2), hidrogênio (H) e um grupo radical (CARVALHO, 2020).
A atuação dos aminoácidos, nas vegetais, pode caracterizá-los porquê agentes antiestresses, assim porquê os extratos de alga, uma vez que atuam na regulação estomática, moderando a ingressão e saída de chuva das células, além de proporcionar a segurança do mecanismo de resguardo antioxidante das vegetais (RAI, 2002). Por término, Nasholm et al. (2009) afirmam que os aminoácidos podem servir de natividade de nitrogênio para as vegetais, visto que as mesmas apresentam a propriedade de sorver N de fontes orgânicas. Os principais aminoácidos utilizados na lavra são a prolina e a glicina-betaína, atuantes nos processos fisiológicos supracitados.
Microrganismos
A atuação de alguns microrganismos pode proporcionar, através de diversos modos de atuação, o desempenho de culturas de interesse agronômico, possibilitando maiores produtividades e maior eficiência no processo produtivo. Os principais processos influenciados por tais organismos ocorrem no solo, porquê a ciclagem de nutrientes. Assim, a inoculação dos microrganismos no envolvente edáfico pode proporcionar a maior mineralização de nutrientes, porquê o nitrogênio e o fósforo, e – consequentemente – a maior fertilidade do solo (BONFIM; FONTENELLE, 2017).
Aliás, as autoras afirmam que alguns microrganismos podem atuar na disponibilização de nutrientes adsorvidos aos coloides do solo, porquê o fósforo e o potássio. Assim, pode-se reduzir a adubação fosfatada – por exemplo – favorecendo a mobilização do fósforo presente no solo, mas indisponível às vegetais.
Por término, alguns microrganismos favorecem a fixação de N no solo e a síntese de fitormônios, possibilitando maior resistência a estresses e maior desenvolvimento vegetativo (SIQUEIRA et al., 2004).
Hormônios vegetais
Os hormônios vegetais são substâncias químicas produzidas pelas vegetais que, em pequenas concentrações, atuam na regulação de diversos processos fisiológicos das vegetais, porquê o desenvolvimento vegetativo e a senescência de folhas, por exemplo (MELO, 2002).
A auxina, giberelina e a citocinina são os principais hormônios atuantes no desenvolvimento vegetativo das vegetais, favorecendo a separação celular, aumento da biomassa da secção aérea, desenvolvimento radicular e indução da germinação. Enquanto isso, o etileno na abscisão de folhas e frutos, no sazão dos mesmos e na floração. Já o ácido abscísico atua no fechamento de estômatos, favorecendo a manutenção do estabilidade osmótico, e na senescência de estruturas vegetativas e reprodutivas (MELO, 2002).
Manejo dos biofertilizantes na cultura do milho
A cultura do milho no Brasil, dada a sua valor social e econômica, exige pleno desenvolvimento de novas tecnologias que favoreçam seu desempenho, em compasso ao processo de manutenção do estabilidade ambiental. Assim, a utilização de biofertilizantes no cultivo de milho é uma opção aos métodos convencionais de incremento da produtividade, favorecendo a integridade do meio-ambiente.
A resposta da cultura em questão ao uso de biofertilizantes foi experimentada por Santos et al. (2013), quando aminoácidos, extrato de alga e microrganismos foram Santos et al. (2013), aplicados na semente e via foliar.
Tratamentos | Produtos | Ração (ml.ha-1) |
T1 | Testemunha | – |
T2 | BU – RG1 | 100 ml/ 60.000 sementes |
T3 | BU – EC1 | 100 ml/ 60.000 sementes |
T4 | BU – VG2 | 500 ml |
T5 | BU – EC1 + BU – VG2 | 100 + 500 |
T6 | BU – RG1 + BU – VG2 | 100 + 500 |
BU – RG = Biofertilizante constituído por aminoácidos, sulfatos de Zn e Mn, citrato de Fe, ácido bórico, Molibdato de amônio e citrato de ferro.
BU – EC = Biofertilizante constituído a base de extrato de algas marinhas (Ascophyllum nodosum), molibdênio e ácido fosforoso
BU – VG – Biofertilizante obtido pela levedação biológica proveniente através da bactéria do gênero Brevibacterium sp.
1 Em tratamento de sementes; 2 Pulverização foliar, as vegetais encontravam-se no estádio V3.
A seguir os resultados do experimento:
Constatou-se, ao final do tentativa, que o uso dos biofertilizantes na cultura do milho favoreceu o desempenho das vegetais, através da manutenção e segurança de processos fisiológicos, muito porquê possibilitou o maior desenvolvimento vegetativo, com aumento relevante da volume seca das raízes.
Oliveira e Sousa (2016) elaboraram um tentativa experimental na cidade de Sete Lagoas/MG a término de calcular a resposta da cultura do milho à emprego de produtos à base de substâncias húmicas e à base de aminoácidos. Os biofertilizantes testados foram:
Biofertilizantes | Resultado mercantil | Empresa | Constituintes |
Biofertilizante A | BlackGold | Fortgreen | Substâncias húmicas |
Biofertilizante B | Amino Plus | Ajinomoto | Aminoácidos |
Biofertilizante C | Resultado teste | Ajinomoto | Aminoácidos |
Constatou-se, ao final do experimento, que a emprego dos biofertilizantes em questão promovem o aumento da superfície das raízes e do peso das vegetais.
Peroração
Os biofertilizantes são secção de um mercado crescente em todo o território pátrio, e abrangem secção da inovação, que é sempre visada no caso de grandes produtores, mormente para os que focam sempre melhorar. Todavia, podemos ressaltar que nem todos os produtos possuem uma possante base científica os consolidando, alguns por falta de testes de qualidade, e outros por má-fé de quem os produz e comercializa.
Deste modo, pode-se colocar porquê fundamental que mais testes sejam realizados com todas as novas tecnologias que vêm surgindo no contexto agrícola, uma vez que podem, de vestimenta, facilitar os produtores a atingirem patamares elevados de produção, aumentando a viabilidade, eficiência e rentabilidade da produção agrícola pátrio.
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Referências
1° SEMINÁRIO CODA DE NUTRIÇÃO VEGETAL, 1., 2002, Petrolina. Introdução aos hormônios e reguladores de desenvolvimento vegetal. Petrolina: Embrapa, 2002. 18 p.
BERGAMASCHI, Homero; MATZENAUER, Ronaldo. Milho. In: AGROMETEOROLOGIA dos Cultivos: O fator meteorológico na produção agrícola. Brasília: INMET, 2009. p. 237-260. ISBN 978-85-62817-00-7.
BONFIM, Catherine Abreu; FONTENELLE, Mariana Rodrigues. Microrganismos benéficos em biofertilizantes. 2017. Disponível em: https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-/noticia/22865878/microrganismos-beneficos-em-biofertilizantes. Chegada em: 13 fev. 2022.
CARVALHO, A. M. Estímulos do fertilizante a base de aminoácidos na aspiração de nutrientes e no desenvolvimento do tomateiro. 2020. 35 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Agronomia, Unesp, Jaboticabal, 2020.
CASTRO, Paulo Roberto de Camargo e et al. Biorreguladores e bioestimulantes agrícolas. Piracicaba: Esalq, 2019.
CONAB (Brasil). CONAB. Safra Brasileira de Grãos. In: MAPA (BRASIL).
CONAB. Safra Brasileira: GRÃOS. BRASIL, 7 dez. 2021. Disponível em: https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos. Chegada em: 6 fev. 2022.
DE OLIVEIRA, N. T.; DE SOUSA, S. M. Avaliação de plântulas de milho sob efeito de bioestimulantes em solução nutritiva. Embrapa Milho e Sorgo – Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento (INFOTECA-E), 2016.
OLIVEIRA, Natanael Tavares de; SOUSA, Sylvia Morais de. Bioestimulantes à base de substâncias húmicas e aminoácidos promovem o aumento do desenvolvimento de plântulas de milho. Saberes, Sete Lagoas, v. 01, n. 01, p. 78-83, jan. 2016.
SANTOS, Valdere Martins dos et al. Uso de bioestimulantes no desenvolvimento de vegetais de Zea mays L. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, Gurupi, v. 12, n. 3, p. 307-318, jan. 2013.
SILVA, Taís da. Uso de biorreguladores e bioestimulantes na lavra.
SIQUEIRA, J. O.; ANDRADE, A. T.; FAQUIM, V. O papel dos microrganismos na disponibilização e compra de fósforo pelas vegetais. In: YAMADA, T. e ABDALLA, S. R. S. (Eds). Fósforo na lavra brasileira. Piracicaba, Potafos, 2004. p. 117-149
SMITH, Wayne; Et al., E.C.A. Corn: Origin, history, technology, and production. New Jersey: John Wiley & Sons, 2004. 935 p. ISBN 0-471-41184-1.
ZHANG, H. Q.; ERVIN, E. H. Physiological effects of liquid applications of a seaweed extract and a humic acid on creeping bentgrass. Journal of The American Society for Horticultural Science, Alexandria, v. 128, n. 4, 2003, p. 492-496.
**Levante texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**