Pular para o conteúdo

Leite: Custo de produção cai 1,7% em novembro, mas acumula alta de 1,3% no ano

    Leite Custo de producao cai 17 em novembro mas acumula

    Foto: Divulgação/Famato

    O custo de produção do leite caiu 1,7% em novembro, seguindo a tendência de queda dos últimos seis meses, segundo boletim divulgado nesta segunda-feira (12) pelo Centro de Inteligência do Leite (CILeite), da Embrapa Gado de Leite. No acumulado do ano, porém, houve aumento de 1,3% nas despesas dos produtores para manter a atividade leiteira.

    Ainda de acordo com a publicação, a queda no custo da produção de leite em novembro deveu-se principalmente à ração concentrada. “O grupo Concentrado apresentou variação de -4,5%, devido à queda dos preços da ração no mercado, em um momento em que as chuvas começam a ser abundantes na maior parte do Brasil, reduzindo a demanda pelo insumo”, informa o boletim . .

    Patrocinadores

    Leia abaixo a íntegra do boletim sobre o Índice de Custo de Produção do Leite, elaborado pelos pesquisadores Paulo Martins e Samuel Oliveira e pelos analistas Manuela Lana e Alziro Carneiro, da Embrapa Gado de Leite:

    Custo de produção tem queda significativa em novembro. A variação foi de -1,7%”

    “Confirmando a tendência formada nos últimos seis meses, novembro registrou nova e expressiva queda no custo da produção de leite. O ICLeite/Embrapa teve variação negativa de 1,7%. O principal item responsável por essa queda foi a ração concentrada.

    Patrocinadores

    Os preços dos insumos subiram até abril deste ano, em parte devido às incertezas da guerra entre Rússia e Ucrânia. Mas, a partir de maio, seguiram tendência de queda e, de maio a novembro, o ICPLeite/Embrapa acumulou variação de -5,02%. Porém, como houve inflação de custos nos primeiros meses do ano, de janeiro a novembro o acumulado do ICPLeite/Embrapa foi positivo (1,3%). Na comparação em doze meses, ou seja, entre novembro/2021 e novembro/2022, o acumulado foi de 1,7%.

    Em um momento em que os preços recebidos pelos produtores sinalizam queda contínua, a deflação dos custos ameniza a pressão sobre as margens financeiras medidas pelos produtores.

    O custo de produção em dezembro pode ficar próximo ao praticado em janeiro de 2022, acumulando uma inflação restrita. Se confirmado, será um cenário atípico para o comportamento dos custos de produção de leite.

    leite derramado 5 6 19 pixabay license

    O preço da ração fez a diferença

    Em novembro, o grupo Concentrado apresentou variação de -4,5%, devido à queda dos preços da ração no mercado, em um momento em que as chuvas começam a ser abundantes na maior parte do Brasil, reduzindo a demanda por esse insumo. O grupo volumoso teve variação de -0,1%, resultado da retração nos preços de fertilizantes e defensivos no mês analisado.

    Dois grupos apresentaram alta de preços. Os preços do grupo Qualidade do Leite cresceram 1,2% e Energia e combustíveis 0,7%. Os outros três grupos de custos de produção que compõem o ICPLeite/Embrapa não registraram variação de preços. São eles: Trabalho, Minerais, Sanidade e Reprodução.

    Nos 12 meses deste ano, o ICPLeite/Embrapa acumulou uma inflação de custos de 1,3%, com trajetória ascendente de custos até abril e tendência de queda nos meses seguintes. O grupo Mão-de-obra atingiu variação de 17,6%, seguido pelos grupos Minerais, que apresentaram inflação acumulada de 13,2% no período. O grupo Saúde e Reprodução registrou acumulado de 8,6%, seguido do grupo Qualidade do Leite, que foi de 7,7%.

    Os grupos que representam alimentação apresentaram queda no acumulado de 11 meses. Para o grupo Volumoso a variação foi de -8,8% e para o Concentrado de -1,7%. O grupo Energia e Combustíveis também teve queda de -14,0%, maior percentual negativo entre os grupos que compõem o ICPLeite/Embrapa.

    O custo de produção acumulado em 12 meses vem caindo a cada mês ao longo de 2022 e chegou a 1,7% em novembro.

    Em 12 meses, o grupo Mão de Obra registrou alta de 17,6% nos preços, a maior inflação entre todos os grupos. Os custos representados pelo grupo Minerais cresceram 13,2%, seguidos pelo grupo Saúde e reprodução, com inflação anual de 9,1%.

    Dos sete grupos considerados no cálculo do ICPLeite/Embrapa, quatro registraram deflação anual. Energia e combustível tiveram variação de -14,3%, Volumes -6,8%, Concentrados -1,3% e Qualidade do leite acumulada -0,8%.

    Os principais motivos dessa deflação foram a retração dos preços dos insumos (petróleo e fertilizantes), que iniciaram o ano com preços inflacionados devido à especulação decorrente das incertezas até então existentes quanto aos impactos da Guerra entre Rússia e Ucrânia. A desorganização das cadeias de suprimentos globais também contribuiu. Ao longo do ano esses percalços foram diminuindo e o cenário ficou mais claro. Por outro lado, internamente, houve significativa desoneração tributária nos preços de combustíveis e energia e os reservatórios utilizados pelas hidrelétricas atingiram patamares de segurança, com o retorno da tarifa referente à bandeira verde.”

    Clique aqui para acessar o boletim completo

    Fonte: Agro