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Ibovespa fecha em alta e confirma mês positivo com aval de estrangeiros

    Ibovespa ignora protestos nas estradas e fecha 2o pregao consecutivo scaled

    Por Paula Arend Laier

    SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa fechou em alta de 1% nesta terça-feira, acima de 113 mil pontos, confirmando desempenho positivo no primeiro mês do ano, que foi sustentado principalmente pelo fluxo de capital estrangeiro para as ações brasileiras.

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    Índice de referência do mercado de ações brasileiro, o Ibovespa subiu 1,03%, para 113.430,54 pontos, acumulando ganho de 3,6% em janeiro, após duas perdas mensais consecutivas.

    O volume financeiro no pregão somou 25,2 bilhões de reais, contra média diária em torno de 24,7 bilhões em 2023, em sessão também marcada por expectativas para decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos na quarta-feira.

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    Wall Street fechou no azul, endossando o viés de alta na B3, depois que os dados sobre os custos trabalhistas dos EUA deram sinais encorajadores aos investidores sobre a abordagem do Federal Reserve para conter a inflação.

    Segundo o analista Lucas Lima, da VG Research, os primeiros pregões do ano foram bastante negativos para a bolsa brasileira, refletindo principalmente as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua posse, quando criticou o teto de gastos.

    No pior momento do mês, no dia 3, o Ibovespa chegou a 103.852,27 pontos. Considerando essa baixa intradiária, o aumento acumulado no mês supera os 9%. Na máxima intradiária de janeiro, o índice chegou a 114.835,35 pontos, no dia 26.

    A mudança de sentimento, observou o analista, ocorreu com discursos políticos mais alinhados com o mercado, mas principalmente por causa do forte fluxo estrangeiro para as ações brasileiras.

    “Na perspectiva dos investidores estrangeiros, que olham para o bloco dos emergentes, a bolsa brasileira está significativamente descontada em relação aos seus pares, mesmo com nossos desafios internos na esfera fiscal”, acrescentou Alves.

    Segundo dados da B3, as compras de estrangeiros no mercado secundário de ações brasileiro superaram as vendas em R$ 10,9 bilhões neste ano até o dia 27.

    “O alto fluxo de investidores estrangeiros para o Brasil é impressionante”, afirmou a equipe da Guide Investimentos.

    Em relato a clientes, eles atribuem o movimento à baixa valorização das ações no Brasil, além de maior crescimento econômico – menor risco de recessão – e chances de redução de juros ainda em 2023.

    Eles também destacaram que, no Brasil, os lucros das empresas têm resistido bem à desaceleração econômica. E, acrescentam, com a valorização recente dos preços das commodities, é provável que as projeções de lucro continuem altas nos próximos meses.

    Um risco para a materialização desse cenário positivo, na visão da equipe do Guia, é a perda com operações de crédito com a Americanas, que pediu recuperação judicial em meio a dívidas de mais de 40 bilhões de reais.

    DESTAQUES

    – COGNA ON subiu 10,19%, a 2,38 reais, seguida de perto pela rival YDUQS ON, que fechou em alta de 7,16%. Analistas do Bradesco BBI elevaram nesta semana a recomendação para as ações da Cogna para “neutra”, citando expectativas de aceleração do crescimento do Ebitda em 2023, além da forte queda das ações nos últimos três meses. No caso da Yduqs, que teve a recomendação de “outperform” mantida, eles enxergam um cenário mais desafiador para o resultado neste ano devido ao fraco faturamento, mas avaliam que já está no preço das ações.

    – NATURA&CO ON valorizou 6,59%, para 14,55 reais, após afirmar que ainda avalia a possível venda de uma participação na marca Aesop como uma das alternativas para financiar o “crescimento acelerado” da unidade e agregar mais valor ao empresa e aos acionistas. O esclarecimento veio após notícias publicadas na véspera de que LVMH e L’Oréal, entre outras empresas, estariam interessadas na Aesop, além de estimar a avaliação da Aesop.

    – A DEXCO ON avançou 6,95%, para 7,54 reais, endossada por relatório de analistas do Bank of America, que retomaram a cobertura da empresa com recomendação de “compra” para as ações e preço-alvo de 10 reais. Eles citam entre os motivos uma “avaliação atrativa”, expectativas relacionadas à joint venture da Dexco com a Lenzing – LD Celulose – para dissolução da produção de celulose e exposição ao mercado brasileiro de construção.

    – ASSAÍ ON recuou 5,44%, a 19,65 reais, descolada das demais ações do setor supermercadista, já que GPA ON valorizou 3,6% e CARREFOUR ON apresentou alta de 1,29%.

    – ITAÚ UNIBANCO PN subiu 1,56%, a R$ 25,33, e BRADESCO PN avançou 1,67%, a R$ 14,02, oferecendo suporte relevante, enquanto o SANTANDER BRASIL UNIT, que divulga nesta quinta-feira o balanço do quarto trimestre, fechou com alta de 1,69 %, a 28,95 reais. BANCO DO BRASIL ON registrou queda de 0,27%, para 40,7 reais.

    – VALE ON cedeu 0,49%, a 94,51 reais, antes da divulgação dos dados de produção e vendas da mineradora, prevista para após o fechamento do mercado brasileiro. Após o fechamento, a Vale reportou produção de 80,85 milhões de toneladas de minério de ferro no quarto trimestre de 2022. Na China, os contratos futuros de minério de ferro caíram nesta terça-feira, com o preço de referência na bolsa de Dalian recuando da alta da sessão anterior para traders avaliam a demanda chinesa e monitoram os riscos regulatórios.

    – PETROBRAS PN subiu 1,24%, a 26,07 reais, mesmo com o comportamento divergente dos contratos de petróleo no exterior, enquanto os investidores seguem conjecturando sobre a estratégia da petroleira estatal sob o comando de Jean Paul Prates.



    Fonte: Noticias Agricolas