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Ibovespa fecha abaixo de 98 mil pontos com ajustes na Selic e ruído…

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira, um dia depois de o Banco Central esfriar as expectativas de alívio monetário para breve, em um pregão também prejudicado por novas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central e pela escalada no conflito entre os titulares da Câmara dos Deputados e do Senado.

Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa caiu 2,29%, a 97.926,34 pontos, a menor desde julho de 2022 e longe da máxima da sessão do início do dia, de 101.125,76 pontos. Na pior, chegou a 96.996,84 pontos. O volume financeiro totalizou 25,6 bilhões de reais.

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a taxa Selic em 13,75% aa na véspera, reforçando que “perseverará até que não só o processo de desinflação seja consolidado, mas também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que apresentavam nova deterioração “.

Para o analista Luis Novaes, da Terra Investimentos, o Banco Central revelou preocupação com as expectativas ainda não ancoradas sobre a inflação e destacou como um dos fatores de risco a incerteza quanto à estabilidade fiscal nos próximos anos, sinalizando que o ciclo de queda da taxa Selic não deve comece logo.

“Houve uma mudança na perspectiva (otimista) do mercado em relação à trajetória das taxas de juros e seus impactos na atividade econômica e nos resultados das empresas”, avaliou, citando que, na sessão, os investidores optaram por setores de maior estabilidade no B3 ou ativos de risco preferenciais. na sua totalidade.

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O comunicado do BC reforçou a visão dos grandes bancos de que as reduções da taxa Selic ficarão para o segundo semestre, possivelmente apenas no final desse período.

A sinalização do Copom de que há pouco espaço para queda dos juros gerou novas críticas de Lula no âmbito da Selic, do Banco Central e do presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto. Ele reafirmou que não vê explicação para o atual nível de juros no país e disse que o Banco Central deve pagar o preço.

As declarações de Lula, aliadas às críticas também de outros integrantes da ala política ligadas ao governo, aumentam a preocupação do mercado, “tendo em vista a incerteza que esse fator agrega”, acrescentou Novaes.

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Além do aumento da tensão Lula/BC, novos desdobramentos da crise entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também afetaram a humor em B3. Medidas provisórias estão em tramitação no Congresso há semanas.

Lira disse nesta quinta-feira que a tramitação das MPs não avançará “um milímetro” na Câmara depois que Pacheco acatar pedido que restabelece a forma como as medidas provisórias vigoram na forma que vigoravam antes da pandemia. Ele também disse que o governo Lula pode ser o mais afetado.

Em Wall Street, embora os principais índices tenham perdido força durante a sessão, prevaleceu o sinal positivo, com a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, garantindo que serão tomadas medidas para manter os depósitos americanos seguros.

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Em 2023, o norte-americano S&P 500 acumula alta de 2,85%, enquanto o Ibovespa recua 10,76%.

Para o sócio e estrategista da Meta Asset, Alexandre Póvoa, o problema não são juros internacionais, crise bancária ou qualquer coisa que venha de fora: “A verdadeira questão é o cenário brasileiro, com juros altos, baixo crescimento, baixa visibilidade fiscal e grande barulho.”

“O verdadeiro miolo da nossa bolsa é 100% Tupiniquim”, disse ele em comentário a clientes nesta quinta-feira.

DESTAQUES

– O MAGAZINE LUIZA ON caiu 13,37%, para 3,11 reais, e o VIA ON caiu 7,04%, para 1,85 reais, já que a decisão e o sinal do BC prejudicaram as apostas de flexibilização do aperto monetário no início do ano Brasil, provocando um ajuste para cima no futuro curva de rendimento.

– GOL PN fechou em queda de 10,08%, a R$ 5,98, e AZUL PN caiu 8,88%, a R$ 11,19, também impactado pela valorização do dólar frente ao real.

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– O MRV ON recuou 6,8%, para 6,99 reais, afetado negativamente pela alta dos juros futuros, com o índice imobiliário caindo 4,87%. O pior desempenho foi de TENDA ON, que não está no Ibovespa e caiu 15,77%, a 4,86 ​​reais, na sequência do leilão de terrenos para o novo programa habitacional na cidade de São Paulo, o Pode Dentro.

– EMBRAER ON avançou 1,78%, a 20,54 reais, entre as poucas altas do Ibovespa na sessão. Os analistas do Citi elevaram o preço-alvo do ADR da fabricante de aviões de US$ 11,75 para US$ 17, embora tenham mantido sua recomendação “neutra”.

– BRASKEM PNA caiu 4,91%, para R$ 16,64, após prejuízo líquido no quarto trimestre do ano passado acima do prejuízo registrado um ano antes, resultado marcado por demanda e margens menores. O lucro líquido caiu 33%. A petroquímica estima menor investimento em 2023 na estratégia de preservação de caixa em um ambiente de demanda pressionada.

– CEMIG PN subiu 0,77% para 10,52 reais. A mineradora informou na véspera que pagará R$ 424,2 milhões em juros sobre capital próprio (JCP) aos seus acionistas.

– ITAÚ UNIBANCO PN recuou 2,49%, a R$ 23,15, e BRADESCO PN encerrou com queda de 3,46%, a R$ 12,57, pressionado pela piora do sentimento na Bolsa de Valores de São Paulo.

– A PETROBRAS PN cedeu 2,27%, a 22,8 reais, em sessão com declarações do presidente da empresa, inclusive de que a estatal terá o combustível mais barato possível sem decolar do mercado e que a venda do polo Bahia Terra pela empresa está sendo reavaliado sob uma nova perspectiva. No dia anterior, o conselho de administração aprovou os novos diretores da empresa. As negociações também tiveram como pano de fundo o fechamento negativo das cotações do petróleo no exterior e o corte do preço-alvo dos PNs atrelados ao UBS de 22 para 20 reais.

– VALE ON caiu 2,57%, a 79,58 reais, em dia negativo para os futuros de minério de ferro na Ásia. O contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou as negociações diurnas em queda de 2,01%, a 854 iuanes (US$ 125,25) a tonelada, o nível mais baixo desde 14 de fevereiro.



Fonte: Noticias Agricolas

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