O Ibovespa avançou pela nona sessão consecutiva nesta terça-feira, ultrapassando os 110 mil pontos no melhor momento, com as ações preferenciais da Petrobras avançando 5% após o anúncio de uma nova política de preços para gasolina e diesel.
A temporada de balanços também repercutiu nos negócios, com Hapvida e Rede D’Or no lado positivo após os números dos primeiros meses do ano, enquanto Magazine Luiza e BRF foram destaques negativos na sequência de dados piores do que as projeções.
Às 11h01, o Ibovespa subia 0,99%, a 110.112,53 pontos, mesmo após oito altas consecutivas, período em que acumulava alta de 7,1%. A última vez que o Ibovespa avançou por nove pregões consecutivos foi em fevereiro de 2018. Em sua máxima até então, chegou a 110.151,03 pontos. O volume financeiro do pregão foi de R$ 6 bilhões.
Ainda em destaque está o novo marco fiscal acertado entre lideranças partidárias na véspera, que, segundo o relator da proposta na Câmara, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), será votado em plenário da Câmara em 24 de maio.
O texto traz gatilhos para conter gastos caso o governo não cumpra as metas estabelecidas para melhorar as contas públicas, mas o programa Bolsa Família e a política de reajuste do salário mínimo real serão preservados.
Para a Tullett Prebon Brasil, apesar de atender ao pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e retirar o salário mínimo e o Bolsa Família de gatilhos, o texto é positivo, pois traz os principais gatilhos que a PEC Emergencial previa.
A equipe da corretora também destacou em nota aos clientes que considera positiva a “aplicação” da criminalização apenas em caso de descumprimento dos gatilhos.
A proposta prevê sanções administrativas contra o presidente da República em caso de descumprimento da meta pelo governo federal. E o gestor que não cumprir as metas poderá responder por improbidade administrativa e até crime de responsabilidade.
DESTAQUES
– A PETROBRAS PN avançou 5,11%, a R$ 26,97, após anunciar nesta terça-feira sua nova estratégia comercial para diesel e gasolina, abandonando a paridade de importação (PPI) como principal base para reajustes e passando a aplicar premissas que visam um “equilíbrio” entre os mercados nacional e internacional.
– HAPVIDA ON saltou 11,11%, para 3,5 reais, mesmo após prejuízo líquido de 341,6 milhões de reais no primeiro trimestre, já que o Ebitda ajustado aumentou 63,5%, para 634,5 milhões de reais, com expansão da margem Ebitda ajustada para 9,4%, de 6,5% um ano antes.
– A REDE D’OR ON subiu 7,1%, para 27,9 reais, após divulgar um aumento de cerca de 35% no lucro líquido do primeiro trimestre em relação ao ano anterior, para 303,8 milhões de reais, impulsionado por maiores receitas de serviços e menores despesas. O resultado superou as expectativas dos analistas.
– O MAGAZINE LUIZA ON caiu 15,3%, para 3,71 reais, na esteira do prejuízo líquido ajustado de 309,4 milhões de reais no primeiro trimestre deste ano, ante prejuízo de 98,8 milhões de reais no mesmo período de 2022, em desempenho afetado por maiores despesas financeiras e maiores taxas de juros.
– BRF ON caiu 5,34%, para 6,92 reais, ao registrar prejuízo líquido de 1,024 bilhão de reais no primeiro trimestre deste ano, bem acima das expectativas de analistas, citando um mercado global de carne de frango com excesso de oferta e alta de grãos preços.
– BANCO DO BRASIL ON recuou 1,31%, a 43,86 reais, em meio a resultado trimestral dentro das expectativas, com lucro líquido ajustado de 8,55 bilhões de reais nos três primeiros meses do ano, expansão de cerca de 29% em relação ao mesmo período do ano passado, apesar de as provisões para créditos de liquidação duvidosa terem mais do que duplicado.
– A ALIANSCE SONAE ON valorizou 1,94%, para 20,01 reais, após o balanço do primeiro trimestre, bem como um lucro estimado antes de juros, impostos e amortizações (Ebitda) entre 1,95 mil milhões e 2 mil milhões de reais este ano.
– O IRB BRASIL ON avançou 4,44%, para 37,6 reais, no contexto do balanço do primeiro trimestre, com lucro líquido de 8,6 milhões de reais.
– ENEVA ON subiu 1,34%, para R$ 12,12, com o balanço do primeiro trimestre apresentando lucro líquido de R$ 223 milhões, alta de 21% na comparação anual, em meio a uma diversificação de negócios na empresa que permitiu evolução nos resultados apesar da queda demanda por despacho térmico no Brasil.
– ITAÚSA PN ganhou 0,78%, a 9,07 reais, em meio ao saldo dos três primeiros meses do ano, com lucro líquido de 2,8 bilhões de reais, além do anúncio de programa de recompra de ações.
– MARFRIG ON apresentou queda de 3,33%, a 6,39 reais, após divulgar prejuízo de 634 milhões de reais no primeiro trimestre de 2023, ante lucro de 109 milhões de reais no mesmo período do ano passado, com margens operacionais menores no Estados Unidos pressionando os resultados.
– SLC AGRÍCOLA ON registrou variação positiva de 0,17%, a 35,79 reais. Uma das maiores produtoras de grãos e oleaginosas do Brasil, a empresa teve queda de 27,9% no lucro líquido do primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para cerca de 575 milhões de reais.
– A XP INC, que negocia em Nova York, subiu 5,37%, para US$ 16.595, mesmo depois que a maior plataforma de investimento independente do Brasil registrou uma queda de 7% no lucro líquido do primeiro trimestre em relação ao ano anterior, para 796 milhões de reais, com receitas estáveis e forte queda diminuição das entradas líquidas de fundos.
– NU, também negociado nos EUA, subiu 7,06% para $ 6,52. O maior banco digital da América Latina registrou lucro líquido de US$ 142 milhões no primeiro trimestre, superando o resultado negativo de US$ 45,1 milhões no mesmo período do ano passado, em meio a uma forte expansão de sua base de clientes na região.
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(Por Paula Arend Laier Editado por Pedro Fonseca)
