Fazendo história: A primeira mulher a assumir a BSCA tinha o propósito de fazer…

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Cada nova história que encontro Cafezal entre as linhas fica mais evidente que em cada xícara de café há muita história, muita paixão pela produção e mais que isso, um amor que ultrapassa gerações.

E o Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, teve sua história literalmente escrita por famílias que a ela se dedicam há muitos anos. Para muitos produtores, o café vai muito além de apenas ter seu próprio sustento com a cafeicultura, mais do que isso, eles encontraram um propósito que muda histórias na produção da segunda bebida mais consumida no mundo.

parada de hoje entre as linhas está em Três Pontas, microrregião produtora do sul de Minas Gerais para contar a história de Carmem Lúcia Chaves de Brito, carinhosamente conhecida e reconhecida como Ucha em todo o setor cafeeiro do Brasil.

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A história da primeira mulher a assumir a presidência da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) vai muito além do trabalho eficiente na produção de qualidade e representatividade do setor. Um dos principais nomes femininos do café no Brasil também carrega uma característica única dos cafeicultores: não deixar o legado de uma família para trás.

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Mas para entender como Ucha se tornou uma das principais vozes do café brasileiro, é preciso voltar no tempo. A família produz arábica há mais de 100 anos e ela cresceu debaixo de um cafeeiro, as memórias de infância são todas relacionadas à produção, mas aos 16 anos ela optou por se mudar para o Rio de Janeiro para estudar.

Lá, ela escreveu sua própria história dentro da vida acadêmica, graduando-se como professora de Educação Física e posteriormente também em Psicologia. E entre as pesquisas e a construção da carreira de professora, foi em 2006 que Ucha decidiu voltar para Minas Gerais.

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Após a morte do pai, ela decidiu voltar para evitar que o legado da família se perdesse. Para ela, depois de ver todo o esforço da família na produção de café, foi uma honra acompanhar sua trajetória na Cafezal entre as linhas🇧🇷

A volta ao campo, apesar do momento difícil para a família, também foi marcada por muitos sonhos e vontade de fazer acontecer. Em um momento de crise da cafeicultura nacional e de endividamento de grande parte dos produtores, seu propósito era muito mais do que apenas produzir: o objetivo principal era manter a família unida com carinho e segurança na produção, mas mudar a cara da produção passando de commodities a especiais.

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“Resolvi voltar para que, junto com meus irmãos, desenhassemos um novo projeto para não dividirmos a fazenda, porque isso faz parte tradicionalmente da cultura de lá. E isso foi muito impactante para mim, pensei : meu Deus, não é possível que não consigamos dar continuidade a esse legado”, comenta.

Ucha e os irmãos concordaram em continuar a produção, mas algumas mudanças foram implementadas. “A proposta era diferenciar e sair da linha de commodities, agregar valor. Isso começou em 2007 quando voltei, já se passaram 15 anos desde que estou à frente do nosso negócio”, acrescenta, acrescentando que os cinco irmãos ainda trabalham juntos na produção de cafés de alta qualidade.

“É uma história deliciosa que traz muita realização, envolve muita gente. 15 anos para o café não é nada, mas o que já conseguimos avançar nesse período foi impressionante”, comenta.

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A Volta ao Especial

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Atualmente falamos quase que diariamente sobre a produção de cafés especiais no Brasil, mas há 15 anos o cenário era completamente o contrário. Além da crise que abalou a vida de muitos produtores, Ucha lembra que quem se “aventura” em cafés de qualidade quase não encontra informações.

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“Acho que esse projeto até virou muito pelo grande parceiro ser meu irmão Nando. Se não fosse ele talvez eu não tivesse vindo. Ele aceitou. Foi sensacional, tem sido sensacional trabalhar com ele”, lembra.

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Estar com Nando e toda a família foi um fator crucial na virada fundamental da produção de Três Pontas. Ucha lembra que era preciso estruturar uma cultura praticamente do zero, quebrar alguns paradigmas e até mudar processos que estavam muito bem estabelecidos até então.

“Na verdade, eu tinha um sonho, que era esse negócio de agregar valor, de se conectar com nossos clientes, divulgar para as pessoas o que elas gostariam de encontrar. Cheguei no momento que a cafeicultura estava fazendo SOS cafeicultura e falei pro meu irmão que para viver a vida daquele jeito não era possível, precisávamos virar esse jogo porque realmente estávamos vindo de uma crise muito grande”, diz.

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Sem dinheiro para fazer grandes investimentos, Ucha começou a trabalhar na fazenda construindo novas narrativas, pensando em qual história a família gostaria de contar a partir de então. “Não tínhamos dinheiro para investir em muita coisa, mas podíamos começar pelas pessoas, que é o mais importante que temos”, comenta.

A partir daí, Ucha passou a trabalhar com base nos valores considerados essenciais para dar continuidade ao negócio da família e passou a investir nos funcionários da fazenda, construindo com todos os novos passos de sua então nova fase. Junto com isso, as novas práticas de pós-colheita também começaram a fazer parte da nova realidade.

“Passamos a criar um ambiente mais propício para as pessoas, para pensar de forma mais criativa em um ambiente de trabalho legal e acolhedor, onde todos se sentissem bem. Para dar oportunidades iguais na fazenda, para chamar as mulheres para mais perto de nós. Os jovens, para isso eles entenderam que não precisavam sair para serem felizes. Isso foi muito bom, que acabou sendo maior que as dificuldades. Começamos em casa, melhorando de fato a vida de todos que estiveram conosco, revalorizando quem estava e está em campo até hoje”, comenta.

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Nas fazendas da família, Caxambu e Aracaçu, ambas administradas por Ucha, o café também é tratado com muito cuidado e carinho. Ali, os grãos descansam em uma área com pouca luz e ao som de música clássica. Segundo o cafeicultor, o objetivo é mesmo dar uma descansada no grão após o período de estresse da safra.

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“Acredito que o grão dessa bebida, que é apaixonante, merece esse carinho. É um momento de pausa e apreciação desse grão que dá vida à segunda bebida mais consumida do mundo”, comenta.

Nos próximos anos, a Ucha continua acreditando no sucesso que o bom relacionamento traz para todos os elos da cadeia. Atualmente, fala-se muito em práticas ESG, mas ações sustentáveis ​​vêm sendo adotadas pela família desde a virada de chave na produção.

Com propósito e planos traçados, o cafeicultor que é referência já deixa um grande legado para as próximas gerações: Sempre lembrando e valorizando que o café é feito de pessoas, histórias e conquistas. Mais do que isso, esse foco e persistência são capazes de transformar a vida de todos os envolvidos com o café, dentro ou fora do portão.



Fonte: Noticias Agricolas

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