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Família no ES tem foco em “Agricultura Biodinâmica” com foco não só em…

    Familia no ES tem foco em Agricultura Biodinamica com foco

    Segundo o produtor, a vontade de quebrar os paradigmas e preconceitos que ainda existem com a variedade foi o grande impulsionador do café que tem boa produtividade e atinge a marca de 85 pontos

    O Entrelinhas do Cafezal deste domingo (9) vai mais longe. Desta vez, nossa parada será no estado do Espírito Santo, coração da produção de café conilon no Brasil, que nos últimos anos vem se destacando não só pela produtividade, mas também pela qualidade da bebida produzida no estado.

    Família Giori (12)

    Na quarta geração de produção, a história do café Giori começou a mudar em 2014, quando Conceição Giori, visando uma produção mais sustentável, implantou novas práticas agrícolas na fazenda, que possui 75 hectares, antes destinados ao Arábica, mas agora produzindo conilon com qualidade, sustentabilidade e importantes certificações internacionais.

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    Conceição, que além de cafeicultora também atua como advogada criminalista, conta que encontrou na produção uma nova ideologia. “Nosso café não é só café, é uma filosofia de vida. É feito com muito amor, trabalhamos com foco em trazer benefícios além do que poderia ser percebido superficialmente pelo consumidor final”, conta ao Entrelinhas.

    “Somos uma família de cafeicultores unidos pela crença de que é possível curar o mundo com a cafeicultura consciente e que é possível superar o preconceito infundado em relação aos robustas, provando que sabor e qualidade estão mais intimamente relacionados às boas práticas e conhecimento do que se faz, do que simplesmente a uma espécie! Café especial é café saudável, café saudável é café que faz bem!”, diz.

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    Luiza do Carmo Giori, Domingos e Sebastião Giori, Conceição Giori e Fabrício Campos

    O manejo aplicado na fazenda é chamado de “Agricultura Biodinâmica”, que tem como foco o sistema de base ecológica. Segundo publicação da Embrapa, a Agricultura Biodinâmica tem características próprias. Fazer agricultura biodinâmica é fazer agricultura ecológica e orgânica, mas a alimentação é ainda mais diferenciada e valorizada por sua qualidade excepcional.

    Com cafés que atingem a marca de 84 pontos, o produtor explica que a canephora entrou na história da família com o propósito de mostrar que é possível entregar um café de qualidade sem ser da cultivar de café arábica, destacando assim o desafio de quebrar os paradigmas no mercado.

    “Vimos aqui que o café é uma boa bebida e é a gestão, atitudes e ações colaborativas e isso também nos faz crescer como humanidade. Mostrar que não há razão para ter essa competição entre o arábica ou outros tipos de café. todo mundo.” , ele diz.

    familia giori 6 GPswS

    Embora o manejo biodinâmico tenha começado há alguns anos, o processo de implantação na fazenda ainda está em andamento. Parte da área está passando por um processo de renovação. “Nesse período, observamos a planta que melhor se adaptou ao clima, à seca. Estamos reformando justamente para colocar em cada fazenda a cultivar que melhor se adaptou ao manejo”, comenta. A família também implantou sistemas para favorecer a conservação da água.

    O primeiro passo para mudar o cultivo foi entender a base de como a produção funcionava na prática. “A base foi aprender a entender o ciclo, entender as plantas, a natureza. Trazendo toda a sabedoria dos mais antigos na recuperação dessa área. Acreditamos muito no impacto e influência de cada ser no todo”, comenta.

    “Temos que descobrir, experimentar e desenvolver muitas coisas por conta própria porque é escassa assistência técnica com mais experiência em orgânicos (nem se fala em biodinâmica, que é mais complexa e avançada). alimentos, por outro
    há imensos desafios na correção das técnicas de produção, a fim de manter
    produtividade e qualidade”, explica.

    Ele também afirma que, na outra ponta, em relação ao consumidor final, existem outros gargalos que acreditamos que vão diminuir com o tempo. Uma delas é a falta de compreensão do que é um alimento verdadeiramente orgânico e biodinâmico, que não se restringe apenas a não utilizar agrotóxicos e fertilizantes químicos, mas que exige controle e registro do processo, atenção à rastreabilidade, atendimento às exigências ambientais, apresentação do fazenda, seus documentos e registros para auditorias anuais, entre outros.

    “Além disso, o público ainda está aprendendo a verificar as certificações e mecanismos de controle que dão credibilidade ao processo e muitas pessoas ainda não conseguem observar se o chamado produto orgânico realmente tem o selo “Orgânico do Brasil”, diz.

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    O cafeicultor se orgulha em dizer que o café produzido no município de Cachoeiro de Itapemirim atende às principais regras da agricultura orgânica. “Além da certificação brasileira para produtos orgânicos (o selo “Orgânicos do Brasil”), temos também a certificação orgânica para a União Européia, certificação USDA (NOP), para o mercado norte-americano, IFOAM, que garante equivalência para mais de 137 países, e de uma forma muito especial para nós, nossas práticas agrícolas biodinâmicas nos dão a certificação Demeter, reconhecida mundialmente como a mais exigente de todas as certificações”, afirma.

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    Fonte: Noticias Agricolas