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Fabricantes de ração possuem quatro meses para se adequarem às novas regras do Mapa

Os fabricantes de parte, incluindo produtores rurais, têm mais quatro meses para se adaptar às novas regras impostas pelo Portaria nº 798fazer Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O documento, publicado em 10 de maio, estabelece os critérios e procedimentos mínimos para a fabricação e utilização de produtos destinados à alimentação animal com medicamentos de uso veterinário.

Portaria nº 798, de Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), do Mapa, atualiza os regulamentos para a fabricação, transferência de propriedade (posse ou titularidade) e uso de produtos destinados à alimentação com medicamentos veterinários. As regras valem tanto para estabelecimentos que fabricam e armazenam rações quanto para veterinários e criadores de animais.

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A auditora fiscal do Mapa, Vivian Palmeira, explica que toda a cadeia produtivadesde o fabricante de rações e remédios, até o produtor rural e a carne dos animais que consumiram o produto com remédio, é inspecionado.

“Até falamos muito sobre o uso de antibióticos, mas também aquela fábrica que usa antiparasitários vai ser fiscalizada”, aponta o auditor fiscal.

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Gado do Mato Grosso Foto canal Pedro Silva Rural

Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

Medidas de autocontrole e redução da resistência antimicrobiana

O documento SDA também estabelece medidas relacionadas à autocontrole para o uso racional de medicamentos e promove ações para reduzir a resistência aos antimicrobianos utilizados nas rações.

Segundo Vivian Palmeira, o que se quer é evitar que sejam encontradas irregularidades com resíduos de drogas na carne. “O que esperamos é que o produtor rural solicite autorização para uso e comprove ao Mapa que o utiliza”.

Especialistas ainda alertam que o uso desnecessário de antibióticos, pois pode comprometer a longevidade e eficácia das moléculas de drogas.

“O uso de antibióticos em baixas doses durante a exposição prolongada estará selecionando bactérias que possivelmente adquirirão resistência a esse antibiótico. Então, quando você precisar para alguma finalidade de tratamento, não vai funcionar. O ideal seria a gente trabalhar muito essas questões de biossegurança preventiva, um bom plano de vacinação para nossos animais terem imunidade, probióticos, prebióticos, para que o animal trabalhe na flora intestinal para manter bons índices de produtividade, porque esse animal não não está doente”, diz o diretor técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABC), Charlie Ludtke.

Segundo ela, os planos que estão sendo traçados pelos governos, pelas organizações de organismos internacionais, passam pela preocupação com o uso excessivo dos medicamentos. “Queremos eficácia nessas moléculas tão importantes que são os antibióticos, seja para o tratamento de doenças na saúde humana ou na saúde animal”.

suína foto pedro selvagem canal rural mato grosso

Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

Novos padrões podem trazer oportunidades

Para Stefan Rohr, consultor da ABCS, a implantação das novas regras quanto à fabricação de rações e medicamentos inseridos pode trazer mais oportunidades para o setor de suinocultura. Segundo ele, a norma traz como pré-requisito as Boas Práticas de Fabricação (BPF).

“Traz benefícios para o produtor rural. Vai reduzir seu desperdício, vai sistematizar a rotina, vai proporcionar um ambiente melhor para quem está trabalhando na fábrica, e por fim o animal vai comer uma ração de melhor qualidade e com isso terá melhor desempenho. Com esta revisão, a norma está mais adequada às exigências globais e o Brasil é um player global e um país fundamental no mercado mundial”.

o presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Frederico Tannure Filho, aponta que as exigências e regras da portaria são as mesmas que outros países já seguem.

“Então, isso vai trazer mais confiança aos compradores de que o Brasil está cumprindo seu papel, fazendo o dever de casa. A princípio vai parecer que vai impactar na nossa produção, no nosso custo, mas acredito que superada essa primeira fase, que é entender melhor o que essa portaria exige e o que ela traz, o suinocultor, o produtor vai ver que foi benéfico, uma melhor organização da sua fábrica de ração para sua fazenda, o que trouxe uma redução de custos devido ao uso indiscriminado de antibióticos”.

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