Pular para o conteúdo

Expodireto comprova a força do setor

    Expodireto comprova a forca do setor

    Parque lotado. Temperaturas altas. Visitantes de um lado para o outro conferindo as tecnologias e inovações. Grandes máquinas. O pequeno e o grande agricultor. Reuniões. Apertos de mão. É o resumo de cinco dias – intensos – da Expodireto Cotrijal. Em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, não foram só os dias que esquentaram, os negócios também esquentaram. A feira foi a melhor e a maior: foram R$ 7 bilhões em negócios.

    Veja a reportagem especial de encerramento.

    Patrocinadores

    Em 133 hectares com infraestrutura completa, a feira reuniu 591 expositores. sendo 230 da agricultura familiar. O evento bateu recordes não só de vendas, mas também de público, com um total de 320,5 mil pessoas circulando pelo parque – foi a maior de todas as edições. A agricultura familiar também foi destaque, com R$ 2,5 milhões em vendas. O pavilhão internacional alcançou R$ 114,9 milhões e os bancos fecharam mais de R$ 6,3 bilhões em financiamentos.

    E numa imersão de novidades no mundo do agronegócio, há ainda mais espaço para o conhecimento, o Fórum da Soja analisou a produção, o mercado e os impactos da política econômica na agricultura. O palestrante Alexandre Lima Nepomuceno, Gerente Geral da Embrapa Soja, abordou o tema “Soja de Baixo Carbono e Sustentabilidade dos Sistemas Produtivos”, no qual destacou que o Brasil é uma solução e não um problema para as mudanças climáticas. “As emissões da agricultura brasileira correspondem a 1% do total de emissões do planeta. Grandes emissões são feitas por países desenvolvidos na produção de energia baseada na queima de carvão e petróleo. Cerca de 75% das emissões do planeta vêm desses países, que precisam compensar essas emissões. E aí começam a surgir oportunidades como créditos de carbono e mercados específicos”, disse Nepomuceno.

    Patrocinadores

    O sócio-diretor e consultor de agronegócios da Agrinvest Commodities, Marcos Araujo, abordou o tema “Visão Geral das Commodities e Tendências do Agronegócio”, que chamou a atenção dos produtores para a formação dos preços da soja. “Tivemos um ano desafiador, infelizmente houve uma queda na safra gaúcha de sete para oito milhões de toneladas. Na produção argentina, uma queda de mais de 20 milhões em relação às estimativas iniciais. E essa queda na safra argentina tem sustentado, principalmente, o farelo de soja, que chama a atenção porque a partir de maio a Argentina deve retomar seu processamento industrial e fornecer farelo e óleo de soja ao mercado – o que pode comprimir os preços da soja ao longo da segunda metade de 2023”, projeta Araujo.

    No fórum do leite não foi diferente, conhecimento e discussões sobre o cenário atual nortearam o encontro. A 18ª edição do Fórum reuniu representantes de produtores e indústrias. O vice-presidente do Sindilat/RS, Alexandre Guerra, e o secretário-executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, acompanharam as discussões, observaram a importância da digitalização para avanços e como a união de esforços de produtores, indústrias e agentes públicos é o caminho para um cenário mais positivo no setor de lácteos.

    A produção leiteira brasileira necessita de ajustes básicos em seus sistemas de custos e sustentabilidade para superar as barreiras comerciais e ambientais e avançar para novos mercados. Segundo o presidente da CCGL e diretor-secretário do Sindilat/RS, Caio Vianna, é fundamental buscar maior eficiência sanitária e produtiva. “O Brasil tem ampla capacidade de produção, com muita luz, terra e grãos. Mas vimos leite entrando em nosso mercado vindo de outros países. Há coisas a serem feitas além das barreiras tarifárias”, recomendou, lembrando que além do apoio do governo, essa também é uma tarefa do setor, incluindo produtores e indústrias.

    Um caminho na busca por maior eficiência é ampliar o uso de tecnologia na produção, tema que também motivou os debates da manhã. Além da robotização da ordenha, o uso de plataformas de gestão como o Smartcoop, lançado em 2021 pela RTC/CCGL, é visto como uma tendência. O uso do Smartcoop nas propriedades foi detalhado pela produtora de leite da CCGL e sucessora da família, Larissa Zambiasi. De forma didática, ela apresentou as funcionalidades da plataforma e como seu uso pode se traduzir em benefícios e facilidades para os produtores. “É possível ter uma propriedade digital, com tudo na palma da mão e em tempo real. A Smartcoop pertence a todos os produtores de leite associados em cooperativas. Ele foi criado para facilitar a vida dos produtores, é a nossa plataforma”, afirmou.

    Para o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, um dos grandes desafios apresentados é a necessidade de o setor avançar em competitividade. “Muitos produtores do Rio Grande do Sul ainda precisam melhorar sua competitividade. Para ele saber se é competitivo ou não, ele precisa de indicadores. Competitividade significa ter controles, como a Smartcoop oferece, por exemplo. Quando falamos de competitividade, estamos comparando o Rio Grande do Sul com outros estados e também com outros países, principalmente Argentina e Uruguai”, observou. O evento também contou com a palestra ‘Mercado de lácteos: o que esperar para 2023’, ministrada pelo representante da empresa Rabobank, Andrés Padilha.

    O preço diferenciado das máquinas atraiu os produtores para a compra de máquinas e implementos. Na feira é possível ver “uma montra ao ar livre” de equipamentos agrícolas com diferentes condições oferecidas.

    Segundo informações divulgadas pela assessoria de imprensa da Expodireto, o casal de produtores rurais Luiz Antônio e Maria Fátima Tamiozzo, de Coronel Bicaco, na região noroeste do Rio Grande do Sul. Eles compraram uma semeadora de inverno de 24 linhas. “Já namorava esse maquinário há algum tempo. A questão do preço mais atrativo durante a feira foi decisiva para a compra agora, já que os negócios estão um pouco melhores”, relata Luiz Antônio. A família trabalha com soja, trigo e milho em uma área de cerca de 400 hectares. Apesar da estiagem dos últimos dois anos, Luiz Antônio destaca que é importante investir neste momento para não correr o risco de estagnação.

    Não é por acaso que a 23ª edição é a maior e melhor de sempre. Foi uma semana de extrema conquista – tanto para os visitantes quanto para a organização ” A prova disso é o grande número de visitantes que tivemos, já no terceiro dia de evento a feira já atingia o recorde de visitação. Quando visitamos o estandes, percebemos que todos os expositores fizeram um trabalho impecável e estão ainda maiores que os outros anos, trouxeram muitas opções em tecnologia. Estamos crescendo a cada ano”, destacou o vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder.

    O presidente da Cotrijal, Nei César Manica, em entrevista exclusiva para o Portal Agrolink, avaliou o evento positivamente, citou a presença política e as ações já planejadas para minimizar os efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul. A Manica comemorou todos os recordes, além da Expodireto se consolidar ainda mais no calendário de eventos do agro no Brasil.

    MAIS

    Clique aqui e veja a cobertura do Portal Agrolink durante a Expodireto 2023.



    Fonte: Agro