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Há um movimento importante na heveicultura. A atividade está em crise devido aos preços pagos terem atingido um valor inviável para a manutenção da produção. Isso ocorre em nível nacional e afeta principalmente o estado de São Paulo, que tem cerca de 70% da produção.

A FAESP reuniu representantes do setor para avaliar as dificuldades e demandas, a fim de viabilizar soluções e traçar ações conjuntas de apoio aos heveicultores paulistas. A Diretoria da FAESP recebeu Roberto Quartim Barbosa, Presidente da Câmara Setorial da Borracha do Estado de São Paulo, Antonio Ginack Junior, Presidente do Sindicato Rural de Monte Aprazível e Coordenador Adjunto da Comissão Técnica de Silvicultura da FAESP, e Angelo Morales, do Sindicato Rural de Inúbia Paulista.

Uma das medidas discutidas envolve o apoio da FAESP à manutenção do contrato e publicação do Preço de Referência de Importação da Borracha Natural, calculado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, a partir de parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

“Produtores e sangradores podem contar com o apoio irrestrito da FAESP às demandas apresentadas por seus representantes. Trabalharemos prontamente na tomada de ações emergenciais, para evitar o acirramento da crise, sem deixar de buscar medidas mais estruturantes, que serão estudadas por nosso corpo técnico. O objetivo é estimular um ambiente de mercado mais harmonioso e estável para todos os elos da cadeia produtiva. Quanto ao preço de referência IEA/CNA, é um parâmetro importante para os produtores e não vamos deixar acabar esse trabalho imparcial e tecnicamente excelente”, comentou Tirso Meirelles.

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Os produtores defendem o aumento do imposto de importação da borracha natural e derivados, além de ajustar as alíquotas de importação da borracha sintética, a fim de garantir maior competitividade ao produto brasileiro. Outra demanda é a busca pela convergência entre as metodologias dos levantamentos de custos de produção publicados. Também é importante comparar as metodologias de cálculo do preço de paridade internacional, buscando dirimir as dúvidas do mercado e apontar com clareza o preço mínimo que os produtores deveriam estar ganhando, a partir da internalização do preço internacional da commodity.

“O preço que está sendo praticado hoje não remunera o sangrador nem o produtor, que fez o investimento no plantio, formou sua lavoura, e só passa a obter produção de borracha a partir de 8 anos, tendo algum retorno econômico somente após dez anos, se o preço é justo”, revela Angelo Morales, do Sindicato Rural de Inúbia Paulista.

“Neste momento, o preço da borracha é deprimente. Já começamos a ver a eliminação dos seringais. A seringueira é um fixador de mão de obra no campo. Sem essa atividade, o sangrador, que mora no campo para trabalhar, acaba tendo que voltar para a cidade. A seringueira tem que ser vista como um projeto social, além do fator econômico, para dar condições dignas de vida ao trabalhador rural”, enfatiza Morales.

A extração da borracha é realizada em modelo de parceria entre o produtor/proprietário dos seringais e os seringueiros. Os baixos preços pagos pelas fábricas de processamento de borracha são inferiores aos custos de produção. “Com o preço de mercado entre R$ 2,75 e R$ 3,00, o sangrador não consegue se sustentar”, diz Antonio Ginack Junior, presidente do Sindicato Rural de Monte Aprazível. Em matéria de agosto do ano passado, a FAESP já apontava para a queda dos preços e outros desafios do setor – na época, o quilo do látex custava cerca de R$ 4,25. Ginack explica que o produtor tem outras atividades agrícolas, mas mesmo assim não vê na borracha vantagens econômicas que sustentem a produção. “Esperamos que haja um forte movimento de reavaliação de preços, para que todos se beneficiem: a indústria, as empresas processadoras, o produtor rural e, principalmente, seu sócio, o sangrador, que é um dos que mais sofre com isso situação. ”, aponta Ginack.

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De acordo com o presidente da Câmara Setorial da Borracha do Estado de São Paulo, Roberto Quartim Barbosa, está sendo feito um levantamento de todos os custos operacionais, com base em índices confiáveis, para tirar a produção de borracha da situação atual. Os preços pagos aos produtores estão atrelados ao valor pago na importação (o Brasil importa 60% da borracha que consome), por isso, segundo Barbosa, o imposto de importação que foi reduzido precisa ser devolvido. “Todas essas questões precisam ser geridas com clareza, transparência e taxas realmente verdadeiras”.

Estiveram presentes à reunião, representando a FAESP, o vice-presidente, Tirso Meirelles; o diretor 2º tesoureiro, Pedro Lucchesi; o gerente do Departamento Econômico, Cláudio Brisolara; e Érica Monteiro de Barros, assessora técnica do mesmo Departamento.



Fonte: Agro

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