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Embrapa cria bois mais resistentes ao carrapato!

    Agosto Chegou ! Veja Se já e Hora de Vender Seu Boi

    Diferentes raças de gado são mais ou menos suscetíveis à infestação de carrapatos | Foto: Arquivo / Gazeta do Povo

    A Embrapa desenvolveu uma solução baseada na seleção de rebanhos, criando gado mais resistente aos carrapatos. Veja o artigo abaixo!

    Considerado a principal praga da pecuária, o carrapato sempre manteve os pecuaristas acordados à noite, principalmente aqueles que criam rebanhos de origem europeia, como angus, brangus, hereford e braford – menos resistentes à sanguessuga.

    Só no Brasil, as perdas ultrapassam US$ 3 bilhões. Além disso, uma infestação desses aracnídeos reduz o peso do gado e afeta a produção diária de leite.

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    Na luta bilionária entre o boi e o carrapato, a genética pode definir o vencedor.

    A solução para contornar o problema pode estar na genética. A Embrapa desenvolveu uma solução baseada na seleção de rebanhos, criando gado mais resistente aos carrapatos. Como resultado, o número de carrapatos em bovinos foi reduzido em 33%.

    Primeiro, foram desenvolvidas soluções para as raças Braford e Hereford, mas os pesquisadores já estão trabalhando em uma ferramenta genômica para rebanhos Angus e Brangus.

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    Basicamente funciona assim: são selecionados touros com maior resistência genética ao carrapato e as linhagens descendentes desses animais naturalmente acabam tendo essa mesma característica genética, formando futuros rebanhos resistentes à praga.

    Segundo a pesquisadora Claudia Cristina Gulias Gomes, da área de Saúde Animal da Embrapa Pecuária Sul, a resistência ao carrapato é uma característica hereditária e a genômica é a forma mais precisa e prática de identificar quais animais são mais resistentes no rebanho, com a vantagem de caracterizando a resistência do carrapato com o animal ainda jovem, sem a necessidade de expô-lo ao parasitismo.

    “A seleção genética para o traço de resistência ao carrapato bovino é uma forma de controle não químico que tem as vantagens de não poluir o meio ambiente, não apresentar risco de afetar a segurança do usuário ou do alimento produzido e ter um personagem”, diz. Cláudia.

    Segundo o médico veterinário e pesquisador da Embrapa, a associação de formas não químicas de controle com o uso da alopatia reduz a dependência de acaricidas como única forma de controle.

    “Rebanhos mais resistentes exigem menos tratamentos por ano, o que também reduz o custo de medicamentos e mão de obra a médio prazo. Na prática, ao utilizar touros de alta resistência em relação a touros de baixa resistência, espera-se uma redução de cerca de 1/3 na contagem média de carrapatos na prole”, diz.

    Mas essas não são as únicas vantagens do controle genômico de pragas. Indiretamente, a seleção de genes resistentes também poderia reduzir o risco de surtos de tristeza parasitária bovina – doença transmitida pelo carrapato – ao mitigar o risco de perda populacional de aracnídeos. Para as propriedades que comercializam reprodutores, há também a possibilidade de agregar valor aos animais ou sêmen para venda.

    impacto econômico

    Segundo o pesquisador, as perdas econômicas associadas ao carrapato são da ordem de US$ 3,14 bilhões no Brasil. Em gado leiteiro, estima-se uma redução na produção de 90,24 litros de leite por vaca para cada lactação. Na pecuária de corte, entre 1,18 e 1,37 gramas de peso por carrapato/animal são perdidos diariamente em raças compostas e europeias, de acordo com vários estudos. Fora isso, ainda há perdas com a desvalorização do couro e gastos com medicamentos e mão de obra para tratar o gado.

    No Brasil, a única espécie de carrapato que afeta a produção de gado é o Rhipicephalus (boophilus) microplus, conhecido como carrapato de boi. Segundo Claudia Gomes, a incidência da praga é influenciada por diversos fatores, mas principalmente pelo clima quente e úmido.

    No entanto, mesmo com o frio no sul do país, o carrapato se espalha entre raças europeias comuns na região, como o gado holandês. As raças zebuínas (nelore) não dão muita dor de cabeça ao produtor, pois são naturalmente mais resistentes.

    O Serviço de Previsão Genômica para as raças Hereford e Braford originou-se de um convênio de pesquisa entre a Embrapa e a Conection Delta G e a GenSys Consultores Associados, com o apoio da Associação Brasileira de Hereford e Braford. Tanto a Embrapa quanto a GenSys oferecem o serviço aos produtores.

    Para acessar o serviço, o pecuarista interessado precisa entrar em contato com fornecedores para providenciar a entrega do material genético (sangue e/ou amostras de cabelo) dos animais para análise do genótipo e cálculo do valor genético para resistência ao carrapato por predição genômica. .

    Segundo Claudia Gomes, o cálculo da DEP genômica indica a Diferença Esperada na Progênie, considerando as características genéticas do animal em relação ao grau de resistência ao carrapato bovino.

    “Animais caracterizados como de alta resistência podem ser utilizados no programa de seleção genética do rebanho para aumentar a resistência de sua prole.”

    Fonte: Gazeta do Povo

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    Fonte: Noticias Agricolas