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Embate entre frigoríficos e pecuaristas segue Gurrra sem fim, mas arroba fecha a semana em patamar estavel

    Foto Pecuarista hp

    Produtores seguram os lotes terminados nas fazendas, à espera de preços melhores, enquanto a indústria evita elevar os seus estoques nas câmaras frias, devido ao baixo desempenho do consumo doméstico de carne bovina

    Nesta semana, o mercado brasileiro do boi gordo operou com preços majoritariamente estáveis em praticamente todas as praças do País, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário.

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    “Apesar da ocorrência de uma melhora sutil na oferta de gado em algumas regiões, o fraco escoamento de carne bovina no mercado interno reduziu o apetite por compras das indústrias, que, de maneira geral, têm trabalhado com escalas de abate confortáveis”, relata a médica veterinária Sophia Honigmann, analista da Scot Consultoria.

    Segundo ela, esse equilíbrio entre oferta e demanda, porém, não é visto na dinâmica de preços dos bovinos destinados à exportação.

    “Para o ‘boi-China’, por exemplo, o ágio chega a R$ 15/@ em São Paulo, muito em função dos embarques ao país asiático estarem firmes”, informa.

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    Até a segunda semana de março, o Brasil exportou uma média diária de 10,52 mil toneladas de carne bovina in natura, volume 80,9% maior comparado à média de março/21, segundo a analista da Scot, que cita os dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

    No mesmo período de comparação, o preço pago por tonelada da proteína brasileira teve forte avanço de 129,4%, acrescenta Sophia.

    Para o curto prazo, porém, as atenções se voltam ao lockdown decretado na China (após o registro de um novo surto de Covid-19 em algumas cidades do país) que, somado aos preços altos da carne brasileira embarcada, podem exercer uma pressão de baixa nos valores internos dos animais terminados com padrão exportação (abatidos mais jovens, geralmente abaixo dos 30 meses de idade).

    “A demanda chinesa, que estava extraordinariamente pujante até o fim da semana passada, deu sinais de calmaria nos últimos dias desta semana, mas, ainda assim, o mercado segue relativamente aquecido”, relatam os analistas da Agrifatto.

    A IHS Markit observa que o Brasil tem fôlego para exportar volume superior a 200 mil toneladas ao longo deste mês, caso o ritmo diário dos embarques persista.

    “As exportações de março/22 podem alcançar 221 mil toneladas, o que seria o maior volume mensal da história”, observa a IHS.

    Em relação aos bovinos destinados ao mercado interno, as margens apertadas dos frigoríficos e a oferta maior de gado terminado podem impor recuos nas cotações no curto prazo, observa a Scot.

    Segundo apurou a IHS Markit, os pecuaristas brasileiros se beneficiam das boas condições de pasto para reter lotes de boiadas gordas e barganhar melhores preços, de olho nos elevados custos de produção.

    Porém, continua a IHS, as indústrias frigoríficas brasileiras seguem cadenciando o ritmo de compra de gado, de olho no escoamento da produção de carne bovina no mercado doméstico.

    “Neste momento, as ordens de compra de animais terminados estão mais comedidas, pois os frigoríficos sentem enorme dificuldade em repassar os reajustes recentes da arroba do boi gordo aos preços finais da carne bovina”, ressalta a IHS.

    Segundo apurou a Scot Consultoria, o aumento nas escalas de abate no Estado de São Paulo, associado à estratégia de compras compassadas, abriram espaço para uma pressão de baixa na arroba por parte dos frigoríficos.

    Porém, dizem os analistas da Scot, essa estratégia de forçar a queda na arroba não surtiu efeito, já que a safra de capim ainda permite que os pecuaristas negociem os seus lotes de maneira compassada.

    Com isso, nesta sexta-feira, as cotações no mercado paulista permaneceram estáveis em R$ 340/@ para o boi gordo; R$ 298/@ para vaca gorda; e R$ 332/@ para novilha gorda (valores brutos e a prazo), segundo a Scot.

    Cotações máximas desta sexta-feira, 18 de março, segundo dados da IHS Markit:

    SP-Noroeste:

    boi a R$ 352/@ (prazo)
    vaca a R$ 300/@ (prazo)

    MS-Dourados:

    boi a R$ 310/@ (à vista)
    vaca a R$ 290/@ (à vista)

    MS-C.Grande:

    boi a R$ 312/@ (prazo)
    vaca a R$ 287/@ (prazo)

    MS-Três Lagoas:

    boi a R$ 312/@ (prazo)
    vaca a R$ 285/@ (prazo)

    MT-Cáceres:

    boi a R$ 312/@ (prazo)
    vaca a R$ 290/@ (prazo)

    MT-Tangará:

    boi a R$ 312/@ (prazo)
    vaca a R$ 291/@ (prazo)

    MT-B. Garças:

    boi a R$ 310/@ (prazo)
    vaca a R$ 295/@ (prazo)

    MT-Cuiabá:

    boi a R$ 310/@ (à vista)
    vaca a R$ 294/@ (à vista)

    MT-Colíder:

    boi a R$ 308/@ (à vista)
    vaca a R$ 290/@ (à vista)

    GO-Goiânia:

    boi a R$ 315/@ (prazo)
    vaca R$ 295/@ (prazo)

    GO-Sul:

    boi a R$ 315/@ (prazo)
    vaca a R$ 305/@ (prazo)

    PR-Maringá:

    boi a R$ 310/@ (à vista)
    vaca a R$ 290/@ (à vista)

    MG-Triângulo:

    boi a R$ 330/@ (prazo)
    vaca a R$ 300/@ (prazo)

    MG-B.H.:

    boi a R$ 307/@ (prazo)
    vaca a R$ 290/@ (prazo)

    BA-F. Santana:

    boi a R$ 296/@ (à vista)
    vaca a R$ 286/@ (à vista)

    RS-Porto Alegre:

    boi a R$ 330/@ (à vista)
    vaca a R$ 310/@ (à vista)

    RS-Fronteira:

    boi a R$ 330/@ (à vista)
    vaca a R$ 310/@ (à vista)

    PA-Marabá:

    boi a R$ 288/@ (prazo)
    vaca a R$ 281/@ (prazo)

    PA-Redenção:

    boi a R$ 283/@ (prazo)
    vaca a R$ 278/@ (prazo)

    PA-Paragominas:

    boi a R$ 296/@ (prazo)
    vaca a R$ 287/@ (prazo)

    TO-Araguaína:

    boi a R$ 295/@ (prazo)
    vaca a R$ 282/@ (prazo)

    TO-Gurupi:

    boi a R$ 290/@ (à vista)
    vaca a R$ 276/@ (à vista)

    RO-Cacoal:

    boi a R$ 294/@ (à vista)
    vaca a R$ 280/@ (à vista)

    RJ-Campos:

    boi a R$ 312/@ (prazo)
    vaca a R$ 293/@ (prazo)

    MA-Açailândia:

    boi a R$ 283/@ (à vista)
    vaca a R$ 264/@ (à vista)