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ECR Trigo 22/22 é lançado na Expodireto

    Precos do trigo em Chicago cairam durante a semana

    O inverno frio e seco proporcionou altas produtividades e grãos de boa qualidade industrial em uma safra considerada a melhor dos últimos anos. É o que demonstra o Teste de Rede de Cultivares (ECR) para Trigo Safra 22/22. O alto potencial de produtividade foi evidenciado pelo pico médio de 169,7 scs/ha registrado em Vacaria. Realizado pela Fundação Pró-Sementes e pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), e apoiado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS) e pela Bayer, o levantamento anual visa ajudar os produtores rurais a escolher as melhores cultivares para suas propriedades de acordo com a região. A apresentação dos resultados aconteceu no estande do Senar-RS, nesta quarta-feira (8), na Expodireto Crotrijal, em Não-Me-Toque (RS).

    Durante a apresentação, o presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, lembrou a importância da cultura do trigo para o Rio Grande do Sul no momento em que se iniciam os investimentos na produção de etanol no estado, além do impacto na importação do grão em razão do conflito entre Rússia e Ucrânia. “Nosso programa Duas Culturas defendeu essa cultura que substituiu o milho na alimentação animal”, disse ele. Gedeão também destacou o trabalho de pesquisa realizado pela Fundação Pró-Sementes. “Estamos aplicando tudo o que foi pesquisado na área”, destacou.

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    A abertura da apresentação foi feita pelo superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli, que enfatizou a continuidade do trabalho que completou quinze safras consecutivas em 2022. Fazendo. É um trabalho que valoriza a agricultura do Rio Grande do Sul. Isso mostra o interesse de todos nós em elevar o nível de tecnologia e genética ao produtor”, declarou.

    Após a apresentação dos resultados, o presidente da Fundação Pró-Sementes, Hugo Boof, agradeceu a parceria que viabilizou o estudo. Ele falou da dificuldade de aplicar a pesquisa sem apoio financeiro, sendo fundamental o patrocínio do Senar-RS e da Bayer. Ele também agradeceu à Farsul, que vem trabalhando na aproximação da Fundação com a CNA com o objetivo de expandir a pesquisa para outros estados.

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    O coordenador da Comissão de Trigo e Culturas de Inverno da Farsul, Hamilton Jardim, encerrou a apresentação destacando a longevidade do trabalho. “São quinze anos de trabalho contínuo e não nos arrependemos de nada. A evolução neste período pode ser vista na maior produção da história do estado. Temos muito o que fazer, mas estamos no caminho certo” , concluiu.

    O principal objetivo do ECR é fornecer informações relacionadas a características agronômicas e potencial produtivo para essa tomada de decisão. O ensaio reúne informações sobre trinta cultivares de trigo que tiveram a maior área de produção de sementes homologada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, indicadas pelo Zoneamento Agropecuário do Rio Grande do Sul. “O ECR permite que o produtor tenha em mãos o desempenho das cultivares mais comercializadas no Estado. E esse resultado é disponibilizado em tempo hábil para que ele possa definir quais cultivares adquirir para a próxima safra”, explica o coordenador da Fundação ECR Trigo da Pró-Sementes, Kassiana Kehl.

    ECR Trigo 22/22 principais resultados

    Região Tritícola I – ECR Grupo I (Cultivares Super Precoce e Precoce): São Gabriel, Cruz Alta, Passo Fundo e Vacaria.
    Cultivar campeã: TSZ Dominadore com 169,7 scs/ha, em Vacaria.

    Região Tritícola I – Grupo ECR II (Cultivares de ciclo médio e tardio): São Gabriel, Cruz Alta, Passo Fundo e Vacaria.
    Cultivar campeã: INOVA com 165 scs/ha, em Vacaria.

    Região Tritícola II – ECR Grupo I (Cultivares Superprecoce e Precoce): Cachoeira do Sul, São Luiz Gonzaga e Santo Augusto.
    Cultivar campeã: LG BIANCO com 122 scs/ha, em Santo Augusto.

    Região Tritícola II – Grupo ECR II (Cultivares de ciclo médio e tardio): Cachoeira do Sul, São Luiz Gonzaga e Santo Augusto.
    Cultivar campeã: TBIO Aton com 126,1 scs/ha, em Santo Augusto.

    Em relação à evolução da produção, a safra 2022 teve uma série histórica de produtividade do trigo na região Sul do Brasil. Somente no Rio Grande do Sul, a produtividade foi de 3.941 kg/ha, média de 65,7 scs/ha (segundo dados da Conab de fevereiro de 2023). A validade do RCT também chama a atenção. Como exemplo, pode-se observar a região de Passo Fundo, onde a cultivar com rendimento máximo atingiu 146 scs/ha, enquanto a de rendimento mínimo foi de 118 scs/ha. A diferença, considerando um valor de R$ 78,00 por saca, seria de R$ 2.184,00 por hectare – demonstrando a importância da decisão de escolha da cultivar para que o bolso dos produtores não sofra prejuízos.

    Mas as informações de ECR não se limitam à produtividade. Ciclo, altura e reação ao acamamento também foram analisados ​​e os grãos da colheita foram avaliados quanto à qualidade tecnológica: proteína do grão, cor da farinha, Falling Number, estabilidade e força do glúten (W). O Diretor Técnico e Administrativo da Fundação Pró-Sementes, Alexandre Moscarelli Levien, destaca a contribuição da ECR para a cadeia produtiva do trigo: “A ECR também auxilia toda a cadeia produtiva da semente, balizando seus produtos, sem qualquer viés comercial. o resultado do trabalho é de suma importância e muito valorizado pelas instituições parceiras”, destaca.

    Metodologia RCT

    Foram utilizadas parcelas experimentais com cinco linhas de cinco metros de comprimento, espaçadas em 0,20m e densidade de semeadura de 350 ou 380 sementes, conforme a região, utilizando semeadora experimental, delineamento em blocos casualizados com 3 repetições em cada local. A adubação de base foi de acordo com a análise de solo para cada localidade, utilizando em média 300 kg.ha-1 da fórmula 20-05-20 e como adubação de cobertura em doses fracionadas no perfilhamento e alongamento das plantas, totalizando 50 kg.ha-1 de Nitrogênio.

    O controle de pragas e doenças foi feito com inseticidas e fungicidas recomendados pela pesquisa, cujo número de aplicações visando a prevenção e controle de patógenos variou de três a quatro. Para avaliar a produtividade foram colhidas as cinco fileiras de cada parcela, totalizando uma área útil de 5,00 m² e a produtividade foi obtida pelo peso dos grãos colhidos na parcela, corrigindo a umidade para 13% e depois transformada em kg.ha -1.



    Fonte: Agro