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Crédito de carbono: Uma solução em desenvolvimento • Portal DBO

    Crédito de carbono não é o fim, mas o meio • Portal DBO

    * Por Mariama Vendramini

    Foto: Divulgação

    O mercado de carbono está no centro das atenções. Com a ameaça das mudanças climáticas batendo à porta e a renovação dos compromissos desde o Acordo de Paris, muitos novos players ingressaram neste setor, novas iniciativas têm surgido, mais recursos têm sido canalizados e novas fronteiras vêm sendo testadas. Isto tudo é muito positivo, pois os projetos financiados por recursos do mercado de carbono são cada vez mais necessários.

    Entretanto, com este crescimento, vem também uma confusão de conceitos, além de atores com práticas questionáveis e muitas críticas. Por isto, antes de se discutir onde estamos e para onde vamos com o mercado de carbono, é importante relembrar a que veio o crédito de carbono, o que não é e o que de fato é.

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    Resumidamente, o crédito de carbono é um incentivo financeiro, uma espécie de subsídio, para que uma atividade que reduza ou capture gases de efeito estufa aconteça. Ao contrário do que pode parecer, ele não é a finalidade de um projeto que visa a conservação florestal, restauração florestal, recuperação de áreas degradadas, energias renováveis, tratamento de resíduos ou a melhorias de práticas agrícolas, por exemplo.

    Ele é exatamente o meio, o mecanismo de financiamento que mantém viável financeiramente as atividades mitigadoras das mudanças climáticas por agentes que o fazem obrigatória ou voluntariamente.

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    Cada crédito de carbono representa uma tonelada de gases de efeito estufa equivalente que foi evitada de ser emitida ou foi capturada da atmosfera com atividades promovidas para este fim. E os projetos e iniciativas recebem recursos do mercado de carbono, de acordo com a quantidade de redução ou captura que conseguiram fazer, ou seja, segundo a quantidade de créditos que conseguiram gerar.

    O crédito de carbono não é uma certificação ou um selo que vai permitir que um produto tenha um preço premium no mercado. Não é um atestado de que a empresa atingiu determinado nível de qualidade ou sustentabilidade, e não é uma criptomoeda que veio exclusivamente para reservar valor e fazer com que seus investidores tenham retornos financeiros.

    A lógica é até contrária: se eu tenho uma operação com alta intensidade de carbono e dificuldades para financiar ou realizar uma transição, o crédito de carbono entra para incentivar a mudança.

    O crédito de carbono é um elemento dos instrumentos de precificação de carbono. Estes instrumentos têm por finalidade promover mudança de comportamento na sociedade para que possamos salvar não o planeta, porque mesmo se a vida acabar, o planeta permanecerá, mas preservar as condições estáveis climáticas que permitem a vida humana e dos ecossistemas como a conhecemos.

    Importante dizer que o crédito de carbono não é bala de prata para resolver as mudanças climáticas. A maior parte do esforço para a mitigação deve vir da redução de emissões da porta para dentro das organizações, da adoção de uma matriz energética de baixo carbono, da redução de geração resíduos ou adoção de novas tecnologias.

    Mas o acesso ao crédito de carbono, gerado por projetos externos à organização ou de sua cadeia de valor, está aí para permitir o esforço adicional alcance o nível das emissões líquidas zero, que precisamos atingir como planeta até 2050, se quisermos manter a vida na Terra como a conhecemos.

    * Mariama Vendramini é administradora com MBA em Sustentabilidade pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e diretora-geral da ecosecurities no Brasil

    Jornal Campo do Campo
    O mercado de carbono tem ganhado destaque devido à preocupação com as mudanças climáticas e a renovação dos compromissos do Acordo de Paris. A partir disso, novos players têm investido nesse setor e surgiram iniciativas e projetos que visam reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

    No entanto, esse crescimento também tem gerado confusão de conceitos e críticas. Por isso, é importante entender o que é o crédito de carbono e qual o seu propósito.

    O crédito de carbono é um incentivo financeiro que subsidia atividades que reduzem ou capturam gases de efeito estufa. Ele não é o objetivo principal de projetos de conservação florestal, restauração de áreas degradadas, energias renováveis, entre outros. É apenas um mecanismo de financiamento que torna viáveis financeiramente as ações de mitigação do clima.

    Cada crédito de carbono representa uma tonelada de gases de efeito estufa evitados ou capturados da atmosfera. Os projetos recebem recursos do mercado de carbono conforme a quantidade de créditos gerados.

    É importante destacar que o crédito de carbono não é uma certificação, selo de qualidade ou uma criptomoeda. Ele não garante um preço premium para produtos e não é uma solução milagrosa para as mudanças climáticas.

    No entanto, o crédito de carbono pode incentivar a transição de operações com alta intensidade de carbono e auxiliar na mudança de comportamento da sociedade em relação ao clima.

    Apesar disso, a redução de emissões e adoção de uma matriz energética de baixo carbono devem ser os principais esforços para mitigar as mudanças climáticas. O acesso ao crédito de carbono é uma ferramenta adicional para alcançar as metas de emissões líquidas zero até 2050.

    Fonte
    **Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**