A Cota Hilton é um acordo comercial que permite a exportação limitada de cortes bovinos de altíssima qualidade de determinados países para a União Européia (UE).
Entre os países que compõem essa cota de exportação para a UE estão Argentina, Austrália, Uruguai, Brasil, Nova Zelândia e Paraguai. E esse comércio surge como uma grande oportunidade para os pecuaristas desses países.
Porém, conquistar o mercado europeu por meio da Cota Hilton não é uma tarefa fácil, muito pelo contrário. Isto é um mercado super exigente e com quantidade limitada (daí o nome “Qota”) para cada país.
Porquê “Cota Hilton”?
O nome “Cota Hilton” é uma referência à famosa rede hoteleira norte-americana Hiltonque era (e ainda é!) sinônimo de sofisticação e qualidade.
Na década de 50, quando os hotéis Hilton chegaram ao continente europeu, um de seus objetivos era servir os melhores cortes de carne bovina, seguindo o padrão de qualidade já reconhecido na rede hoteleira dos Estados Unidos.
Assim, em 1979, nasceu a Cota Hilton, que concedeu a certos países o direito de exportar cortes bovinos de altíssima qualidade para os países da UE.
O hotel Hilton é conhecido mundialmente por seu luxo, sofisticação e padrão de qualidade.
A utilização desse nome para designar a cota de exportação de carne bovina de alto nível para a União Européia foi uma forma de associar o acordo comercial ao conceito de excelência e prestígio.
Requisitos de cota da Hilton
Como mencionado anteriormente, o mercado europeu é extremamente exigente em termos de qualidade dos cortes. Por outro lado, o valor pago aos cortes destinados à Cota Hilton é maior.
Os cortes comercializados para a Cota são cortes bovinos de alta qualidade, que devem ser frescos ou refrigerados, sem osso, provenientes de machos jovens (de 13 a 24 meses) com dentes de leite.
Além disso, também estão incluídos cortes de animais castrados ou fêmeas entre 25 e 36 meses, com até 4 dentes incisivos permanentes, alimentados exclusivamente a pasto até os dez meses de idade. Todos os animais qualificados também devem ter sido identificados até os 9 meses de idade.
características da carcaça
As carcaças bovinas aceitas para compor a Cota Hilton devem ser de conformação A, B ou C. Excluem-se as carcaças de conformação D ou E (Ver imagem abaixo).
O acabamento da carcaça, ou seja, a distribuição e quantidade de cobertura de gordura, deve se enquadrar nas categorias “magro” e “médio”. Sendo que:
- Escassa varia de 1 a 3 mm
- A mediana varia de 4 a 6 mm
Finalmente, o peso das carcaças deve ser:
- Machos – mínimo de 240kg de carcaça (16@)
- Fêmeas – mínimo de 195kg de carcaça (13@)
identificação e rastreabilidade
A identificação dos bovinos que compõem a Cota Hilton deve ser cadastrada no BND – Banco de Dados Nacional do SISBOV antes dos 10 meses de idade. Além disso, a propriedade cadastral desses animais também deve ser cadastrada (somente cadastrada) neste sistema.
Por outro lado, a fazenda terminação de animais deve ser registrado e certificado pelo SISBOV, ou seja, deve ser um ERAS (capaz de exportar para a União Europeia). Na propriedade de terminação, o bovino deve permanecer por no mínimo 90 dias. E antes da fase de rescisão, devem ter permanecido por 40 dias no imóvel anterior.
Essa adesão ao SISBOV é necessária para as propriedades que queiram aderir à Cota Hilton, pois é um mercado que só aceita animais rastreáveis.
Cota Hilton em 2023
O ano europeu da Cota vai de julho a junho. Neste último ano (2022 e 2023), das 8,9 mil toneladas que o Brasil possui da Cota Hilton, apenas 2,9 mil foram utilizadas, ou seja, praticamente 1/3 deste mercado foi utilizado.
Como podemos observar, países como Argentina, Paraguai e Uruguai utilizam quase a totalidade do volume de exportação da Cota.
De fato, ainda há muito desse mercado a ser explorado no Brasil. Ou seja, o produtor está perdendo uma oportunidade de agregar ainda mais valor ao seu produto.
O mercado de exportação dentro da Cota Hilton conta com benefícios fiscais de até 20% de redução de alíquota. Além disso, o pecuarista pode ganhar prêmio adicional por arroba produzida.
Exigência do mercado europeu
No entanto, a cota Hilton é apenas uma amostra do requisito da UE. As regras de exportação (dentro ou fora da Cota) vão muito além da qualidade da carne. A sustentabilidade produtiva é outra exigência desse mercado.
Nos últimos anos, as políticas de exportação de produtos agrícolas para a UE têm sido resistentes. Principalmente em relação ao desmatamento.
Os produtos brasileiros não podem mais ser exportados para este mercado porque não são adequados para o local. E isso afeta negativamente nossa economia..
Nesse sentido, certamente, a questão da sustentabilidade produtiva torna-se extremamente importante, seja dentro da pecuária ou fora dela.
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