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Congresso apresenta desafios e oportunidades para o agronegócio brasileiro • Portal DBO

Abertura do 22º Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo (Foto: Gualberto Vita)

A Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), em parceria com a B3, realizou nesta segunda-feira (07/08), em São Paulo (SP), o 22ª edição do Congresso Brasileiro do Agronegócio. Com ampla cobertura da imprensa, o evento reuniu especialistas, representantes e empresários do setor, governo e parlamentares.

Com o tema central “Brasil Agro: Inovação e Governança”, quatro painéis discutiram os temas: Cadeias Produtivas e Inovação, Inovação e Mercados, Governança e Perspectivas e Geopolítica e Governança; os painéis foram transmitidos no canal da Abag no YouTube.

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A solenidade de abertura contou com a presença de Gilson Finkelsztain, presidente da B3, governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, senadora Tereza Cristina, deputada estadual e presidente da Frente Parlamentar de Agricultura (FPA), Pedro Lupion, presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, do presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, do secretário de Agricultura de SP, Antonio Julio Junqueira de Queiroz e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, fez sua fala gravada em vídeo e mostrada aos presentes que lotaram o auditório do Sheraton WTC São Paulo Hotel.

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O presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, mencionou na abertura os 30 anos da associação, comemorados em 2023, e apresentou uma linha do tempo dos assuntos tratados ao longo dos anos no congresso, como o desmatamento da Amazônia, a programa de biodiesel, Código Florestal, lei de biossegurança, entre outros temas fundamentais do agronegócio nacional.

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Foto: Divulgação

“Entre 1990 e 2023, a área com grãos no Brasil dobrou e a oferta 5,4 vezes. Isso combate a pegada de carbono em uma matriz energética limpa com tecnologia tropical, que agrega biodinâmica a solos quimicamente pobres e com baixo teor de matéria orgânica, como os encontrados no Cerrado”apontou.

No atual cenário mundial, o dirigente abordou a fragmentação do comércio internacional em meio a políticas protecionistas. “Como manter os mercados agrícolas globais quando as políticas fecham em blocos? Como competir com os subsídios agrícolas? Somam-se a isso os conflitos geopolíticos no Mar da China e a guerra Rússia-Ucrânia”..

SAIBA MAIS | Evento da ABAG debate os efeitos do European Green Deal na agricultura brasileira

Luiz Carlos também lembrou do Green Deal da União Europeia. “Está criado o novo ‘precaucionismo’ europeu, com medidas unilaterais e ferindo frontalmente a Organização Mundial do Comércio (OMC)”alertou o presidente da Abag.

Em seu pronunciamento, a senadora e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina afirmou que “é uma meta urgente acelerar os programas de rastreabilidade, uma exigência internacional incontornável”. “Ainda temos que caminhar para estabelecer um mercado de carbono no país. O agronegócio é o setor capaz de liderar esse processo e mostrar a potência agroambiental que é o Brasil”ele indicou.

Para o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, os brasileiros precisam se orgulhar das tecnologias e da sustentabilidade da agricultura brasileira. “Temos um código florestal eficiente, produtores competentes, qualificados e treinados. Podemos incorporar 40 milhões de hectares à produção sem desmatamento. Sabemos da nossa responsabilidade com o meio ambiente”esses.

Fávaro destacou ainda que há 50 anos o país importava alimentos. Com a criação da Embrapa, a pesquisa agropecuária deu um salto e o Brasil passou a exportar seu excedente. “Nesse período, tivemos um crescimento de 580% em nossa produtividade. Que outro país do mundo conseguiu isso?

Tecnologia digital e sustentabilidade – Encerrada a cerimônia de abertura, Nelson Ferreira, sócio e líder global em agricultura da McKinsey & Company, apresentou os dados de uma pesquisa mundial, realizada em 2022, envolvendo 5.500 produtores rurais.

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Resultados da pesquisa “Inovação no Agronegócio” foram apresentados no evento (Foto: Gualberto Vita)

“A agricultura brasileira está na vanguarda da digitalização”, apontou o palestrante. Um dos motivos é o percentual de agricultores do país (70%, segundo a pesquisa) que afirmam utilizar ativamente os canais digitais para compra e venda de insumos. A aplicação de novas tecnologias, como a inteligência artificial, para gerar informações e ampliar o conhecimento sobre a produção também foi destacada como o próximo passo na evolução contínua.

Em relação a outros países, a pesquisa global da McKinsey & Company também apontou que o Brasil lidera em agricultura de precisão e sustentabilidade, na adoção de técnicas como plantio direto, integração lavoura-floresta e uso de produtos biológicos. “Apesar disso, nossa participação em programas de crédito de carbono é baixa”revelou Nelson.

Na avaliação do especialista, o agronegócio brasileiro tem uma grande oportunidade de avançar nesse mercado crescente por meio da recuperação de áreas degradadas. “Nenhum outro país do mundo tem a quantidade e a competitividade de conversão dessas terras degradadas que temos. Estimamos uma área de até 100 milhões de hectares em território brasileiro”ele afirmou.

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