Confinamento de gado de corte: como garantir o bem-estar animal

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Confinamento de gado de corte: como garantir o bem-estar animal
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Confinamento de gado de corte: como garantir o bem-estar animal
Confinamento de gado de corte: como garantir o bem-estar animal

Embora não seja o método de criação mais utilizado pelos pecuaristas especialmente em países como o México e o Brasil, onde cerca de 95% gado de corte do país é criado em sistema extensivo de pastagem, o confinamento é uma opção que pode trazer benefícios para o produtor, como maior eficiência produtiva e redução da mortalidade dos animais.

Para fazer o confinamento bovino, o pecuarista deve ter em mente os objetivos para os quais esse sistema de criação é indicado e quais são as condições para colocá-lo em prática.

Conversamos com o agrônomo Antony Paulo Luenenberg sobre os esforços que devem ser feitos para assegurar que as estruturas das instalações sejam padronizadas de forma que visem o bem-estar animal.

A maior eficiência produtiva é um dos principais benefícios de praticar o confinamento bovino em comparação à criação em pasto extensivo.

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A redução na mortalidade dos animais e a maior velocidade no retorno do capital investido na criação também são atrativos.

Outro ponto interessante é a oportunidade de versatilidade para a fazenda, uma vez que as áreas de pastagem ficam livres para o uso de outras categorias de produção durante o período de confinamento.

Luenenberg explica as vantagens do confinamento de gado: ”O principal objetivo é estratégico.

Visa o aumento da eficiência produtiva, pois permite terminar os animais no período seco, onde as pastagens têm menor produtividade e desenvolvimento, não atendendo as necessidades nutricionais dos animais.

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Outras vantagens são: redução da idade de abate, melhor acabamento de carcaça, melhora na taxa de desfrute, maior produção de arrobas e melhores condições de comercialização”.

É importante enfatizar que o sucesso do confinamento bovino é alcançado apenas quando as instalações para bovinos de corte seguem o protocolo de estrutura e manejo adequados.

Tamanho do curral, biosseguridade, estresse e hidratação e nutrição são os principais fatores que precisam de atenção.

Quando essas diretrizes não são seguidas, ao invés de uma melhora na produtividade, o pecuarista pode ter prejuízos. 

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Os bovinos de corte em confinamento são expostos a um ambiente muito diferente do seu habitat natural.

O produtor deve considerar que o animal foi evolutivamente preparado para viver de outra maneira, portanto, é papel dele assegurar que essa transferência ocorra da melhor forma possível.

De acordo com o artigo “O modelo dos ‘Cinco Domínios’ do bem-estar animal aplicado em sistemas intensivos de produção de bovinos, suínos e aves“, publicado na Revista Brasileira de Zoociências, a mudança para o sistema de confinamento de gado pode estimular a ativação de mecanismos adaptativos, que são estressores.

E se a adaptação ao novo ambiente falhar, isso pode acarretar em mudanças comportamentais, metabólicas e endócrinas que comprometem o bem-estar e a saúde do animal.

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Uma das manifestações mais facilmente observadas nos animais que não foram bem adaptados aos desafios ambientais é a redução do peso e da eficiência alimentar.

O tamanho ideal de curral é um assunto muito debatido e que requer que o profissional esteja sempre se atualizando sobre a melhor indicação.

”No Brasil, as dimensões variam de 10 a 15 m² por animal.

Porém, diversos estudos têm demonstrado que trabalhar com mais espaço (24 m² por animal) reflete diretamente no desempenho dos animais”, afirma Luenenberg. 

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Segundo o agrônomo, um curral com mais espaço reduz a poeira e a lama, diminuindo, assim, o estresse dos animais, outro ponto que requer cuidado no confinamento de gado de corte.

Além do tamanho ideal de curral, outro tema pesquisado é de ferramentas que podem ser agregadas no ambiente para melhorar a qualidade de vida dos bovinos de corte em confinamento.

O artigo “A Scoping Review: The Impact of Housing Systems and Environmental Features on Beef Cattle Welfare“, publicado na revista Animals, aponta que o próximo passo no cuidado com o bem-estar animal no confinamento de gado de corte pode ser o enriquecimento ambiental.

A literatura sobre o tema ainda é escassa e mais pesquisas precisam ser feitas para avaliar os resultados a longo prazo.

Mas a discussão sugerida pela revisão é de que o enriquecimento ambiental pode estimular que os bovinos manifestem, dentro do confinamento, comportamentos que são biologicamente naturais, e, assim, tenham uma melhora no bem-estar.

Durante o confinamento de gado de corte, um dos maiores problemas que o produtor pode enfrentar é o aumento do estresse dos bovinos.

Os altos níveis de cortisol afetam o sistema imunológico dos animais, comprometem a resposta às vacinas e resultam na perda de peso.

A chegada no confinamento bovino pode ser um fator estressor, já que esse formato tem estímulos que não estão presentes nas pastagens, como o trânsito frequente de máquinas e pessoas.

Sendo assim, é papel do produtor administrar esses fatores que podem causar estresse no gado.

”Deve-se adotar práticas de manejo de baixo estresse. Por exemplo, após a chegada no confinamento, deixar os animais em piquetes de descanso com forragem e água à vontade por no mínimo três dias para que os animais descansem, se hidratem e fortaleçam o sistema imune”, recomenda o coordenador técnico de bem-estar animal.

A nutrição e a hidratação têm um papel fundamental na garantia do bem-estar animal no confinamento de gado de corte.

É importante que a água seja sempre fornecida à vontade, já que um estado de desidratação afeta a saúde do animal e o consumo de alimento.

É recomendado que os cochos tenham boias de alta vazão para que vários animais possam beber água ao mesmo tempo sem dificuldades.

A alimentação de bovinos de corte em confinamento é feita com uma combinação de concentrado e volumoso.

A escolha de produtos de qualidade e a verificação da disponibilidade para a produção do volumoso dentro da propriedade devem passar por uma avaliação profissional.

A quantidade para o consumo é calculada de acordo com o peso dos animais – quanto maior o peso, maior o volume de alimento -, e por isso, a pesagem deve ser feita periodicamente.

O acompanhamento é importante para assegurar que o desenvolvimento e a engorda dos bovinos de corte em confinamento estão ocorrendo conforme o esperado, já que esse é um dos principais benefícios desse sistema de criação de gado.

O manejo sanitário é imprescindível e envolve práticas básicas de biosseguridade, como a limpeza semanal dos cochos e das instalações para bovinos de corte.

Nos bebedouros, deve-se evitar o acúmulo e a fermentação de alimentos e a formação de lama ao redor, que impede o acesso dos animais para beber água.

Também devem existir esforços para prevenir o acúmulo de lama nos currais. A lama potencializa os efeitos negativos da restrição de espaço e afeta o processo digestivo dos bovinos de corte em confinamento.

Isso porque os bovinos passam boa parte do tempo deitados, não apenas para o descanso, mas para a ruminação, e optam por lugares limpos e secos para se deitar.

Apesar de haver um melhor controle sanitário no confinamento de gado, os riscos também aumentam, devido à maior concentração de animais.

”No momento de estabelecer seu protocolo sanitário, o produtor deve consultar um técnico especializado na área para em conjunto desenhar a melhor estratégia sanitária para os animais. Por exemplo, a adoção da metafilaxia em animais de alto risco (diagrama de risco para Doença Respiratória Bovina, ou DRB).

E se os animais forem de recria própria, pode-se fazer a imunização com vacinas de clostridioses e doenças respiratórias antes da entrada deles”, explica o agrônomo.

A vacinação do gado é um dos pontos mais importantes do manejo sanitário no confinamento de gado de corte.

Portanto, resume-se que o confinamento de gado de corte pode ser uma opção de sistema de criação para produtores que buscam ampliar a eficiência produtiva.

Entretanto, para obter sucesso, é preciso seguir os devidos protocolos que garantem o bem-estar animal.

O confinamento bovino exige cuidados específicos: a incidência de doenças respiratórias se torna maior entre animais confinados, por exemplo.

Afinal, o bem-estar dos bovinos reflete diretamente na imunidade e na saúde do gado, diminuindo o custo da propriedade e resultando em um produto final de qualidade.

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