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Commodities despencam nesta quarta-feira, puxadas pelo petróleo, de olho…

As commodities caíram significativamente e de forma generalizada nesta quarta-feira (4) nas bolsas internacionais lideradas pelo petróleo, que caminha para fechar o dia com perdas de mais de 5% no WTI – que chega a US$ 72,93 o barril – enquanto o brent testa US$ 77,91. Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros de trigo caíram mais de 3% só nesta sessão, o milho mais de 2% e ambos pesaram sobre a soja, que fechou a quarta-feira em queda de 0,50%. Entre os derivados, queda de 0,3% no farelo e de 0,6% no óleo.

“Os fundos começaram a vender forte. Os fundos comerciais começaram a vender o trigo, o que levou o milho e a soja, que vinham subindo pela manhã, e começaram a cair, com forte influência do cenário macro”, explicou o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa. No link abaixo, confira a entrevista completa ao Notícias Agrícolas desta quarta-feira:

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O dia foi de intensa aversão ao risco, pesando sobre todos os ativos, além das commodities. No entanto, alguns deles conseguiram se recuperar, como os índices de ações europeus e americanos. Todos os olhos estão voltados para o futuro da economia global.

No início desta semana, a diretora-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristalina Georgieva, afirmou que 2023 seria um ano ainda mais difícil e desafiador do que 2022, principalmente devido à desaceleração conjunta dos três principais motores da economia mundial: Estados Unidos, China e União Europeia.

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Kristalina Georgieva
Kristalina Georgieva – Diretora Executiva do FMI

“Pela primeira vez em 40 anos, o crescimento da China em 2022 provavelmente será igual ou inferior ao crescimento global”, disse Georgieva. “Estive na China na semana passada, numa bolha numa cidade onde não há Covid. duram quando as pessoas começam a viajar. Nos próximos meses, será difícil para a China, e o impacto no crescimento chinês será negativo, o impacto na região será negativo, o impacto no crescimento global será negativo”, disse ela em entrevista a agências internacionais.

Os receios de uma recessão económica mundial já eram bastante latentes no final do ano passado e transitaram naturalmente para o início de 2023. Segundo a agência de notícias Bloomberg, os alertas de que até 25 mil pessoas podem morrer de Covid na China, em janeiro, pesaram muito nas estimativas e projeções para a economia do país, principalmente depois que o relaxamento das medidas de combate ao vírus foi oficializado em dezembro do ano passado.

“A desconexão entre como ativos prospectivos, como ações de energia, anteciparam uma recuperação da China não se traduz em força imediata para o petróleo, pois há muito risco de curto prazo para a demanda antes de vermos a recuperação acontecer”, disse Rebecca Babin, trader sênior de energia , da CIBC Private Wealth Management, disse à Bloomberg.

Gráfico do Petróleo - Bloomberg
Gráfico: Bloomberg

Além do petróleo, outro assunto que repercutiu bastante entre traders e investidores foram as especulações sobre as próximas ações do Federal Reserve – o banco central norte-americano – especialmente sobre a taxa básica de juros do país. “Nos EUA, o ISM das indústrias caiu fortemente. Tem vários infladores já mostrando um prejuízo grande. Isso vai convencer o Fed? Vai depender de sexta-feira. Os dados do mercado de trabalho nos EUA vão ser acompanhados de perto. O evolução dos salários continua muito forte, esse é o principal dado”, explicou a equipe da Agrinvest Commodities.

Assim, nesta quarta-feira, além das expectativas do que vem pela frente, os mercados ficaram atentos à divulgação das atas das últimas reuniões do FOMC – uma espécie de COPOM do Federal Reserve – sinalizando que a instituição apoia juros mais altos para enfrentar a crise inflação “inaceitavelmente alta” nos Estados Unidos.

“Os participantes geralmente observaram que manter uma política rígida por um período sustentado até que a inflação esteja claramente em direção a 2% é apropriado do ponto de vista de gerenciamento de risco”, mostraram as atas do Fed.

Na reunião de dezembro, as autoridades do banco central dos EUA definiram uma taxa média de 5,1% para 2023, contra a projeção anterior de 4,6%.

No início desta quarta-feira, o presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, disse que, embora haja sinais de redução da inflação, o Fed ainda tem mais trabalho a fazer. “Será apropriado continuar elevando as taxas pelo menos nas próximas reuniões até que estejamos confiantes de que a inflação atingiu o pico”, disse Kashkari, prevendo uma pausa do Fed em torno de 5,4%.

Assim, diante de uma conjunção de fatores nesta quarta-feira, “o índice de commodities da Bloomberg perde um suporte muito importante, com os fundos de índices recuando”, acrescentou a Agrinvest.

NO BRASIL

No Brasil, após uma alta inicial do dólar, o dia terminou com a moeda norte-americana estável – subindo apenas 0,01% e valendo R$ 5,45 – após alguns acenos do governo Lula. Ainda assim, os rumos que estão sendo definidos pela equipe econômica – principalmente em relação ao teto de gastos e equilíbrio fiscal – mantêm os investidores ainda muito temerosos.

“Segundo os investidores, o apoio à estabilização do real esta quarta-feira foi a declaração do ministro da Casa Civil, Rui Costa, de que não está neste momento a ser considerada qualquer proposta de revisão das reformas, incluindo a da segurança social. Para Costa, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que se reuniu no início desta quarta-feira com Lula, também repetiu sua atitude negativa em relação à Previdência”, informou a agência de notícias Reuters.



Fonte: Noticias Agricolas

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