Pular para o conteúdo

China volta a ser a válvula de escape do setor • Portal DBO

A especulação em torno do gado com padrão de exportação, o chamado “boi chinês” (mais jovem abatido, com até 30 meses de idade) tem ganhado força nos mercados brasileiros, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário.

“Com o fim do embargo chinês (anunciado em 23/3), o mercado de boi gordo vem trabalhando com ajustes positivos em diversos mercados pecuários”afirma a agrônoma Jéssica Olivier, analista da Scot Consultoria.

Patrocinadores

Os números atuais de embarques, porém, ainda refletem o período de ausência da China, devido ao bloqueio comercial causado pelo registro de um caso atípico de vaca louca no Pará.

Dados parciais das exportações deste mês (até a terceira semana) indicam queda nos embarques diários de 10,1% em relação ao mesmo período do ano passado, ou cerca de 6,9 ​​mil toneladas.

Patrocinadores

O preço médio da proteína embarcada também segue pressionado, com forte desvalorização de 17,6% na mesma base de comparação, atingindo US$ 4.863/ton.

A receita das exportações no mês totalizou US$ 28,8 milhões, 36,5% inferior à receita média diária de março/22.

Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, nesta sexta-feira (31/3), os preços do animal terminado ficaram estáveis ​​nas feiras paulistanas, uma das principais referências no mercado de boi gordo.

“Com a volta dos embarques de carne para a China, os frigoríficos paulistas começaram a semana comprando intensamente, o que resultou no alongamento das escalas de abate”, dizem analistas da Scot. Com isso, acrescenta a consultoria, muitas indústrias optaram por ficar de fora das compras de gado gordo nesta sexta-feira.

Assim, a cotação do boi gordo paulista está em R$ 287/@, enquanto as vacas e novilhas são negociadas a R$ 257 e R$ 275 (preços brutos e futuros).

Para o “boi-China”, a oferta média nos mercados paulistas é de R$ 300/@, com negociações específicas de até R$ 310/@, informa Scot.

Na região Sudoeste do Mato Grosso, o preço de todas as categorias de animais terminados subiu nesta sexta-feira, informa Scot.

A pecuária subiu R$ 3/@, para R$ 260/@, enquanto as cotações de vacas gordas e novilhas subiram diariamente R$ 2/@ e R$ 5/@, respectivamente, para R$ 242/@ @ e R$ 250/@ (bruto e preços a prazo). Nessa região, o “boi-china” está cotado, em média, a R$ 270/@.

Na região de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, os preços do animal terminado ficaram estáveis ​​no último dia da semana, informa a Scot. Assim, o touro está cotado a R$ 275/@, a vaca a R$ 255/@ e a novilha a R$ 260/@ (preços brutos e futuros). Para o “boi-China”, estão oferecendo R$ 280/@, acrescenta Scot.

De acordo com S&P Global Commodity Insightsas indústrias exportadoras brasileiras buscaram se adequar e operar com valores mais em linha com os preços máximos durante o final de março, o que permitiu que muitas das unidades ampliassem seus cronogramas de abate. “Dessa forma, ao estimular uma maior oferta de animais, permite-se a acomodação de preços”dizem analistas.

Na perspectiva de S&P Globala oferta de lotes de animais padrão para exportação é baixa, o que afeta a liquidez, mesmo que a busca da indústria por essa categoria continue ativa.

Além disso, a disparidade entre os preços do gado destinado ao mercado externo e o chamado “boi comum” aumentou na última semana, após a volta chinesa.

“Atualmente, o mercado externo tem sido a válvula de escape para as indústrias frigoríficas”reivindicações S&P Globalreferindo-se ao aumento da demanda chinesa e, ao mesmo tempo, ao problema relacionado à venda de carne bovina no mercado interno. “Outro ponto é o descarte das matrizes, que também fez crescer o spread (diferença) entre macho e fêmea”adiciona a S&P Global.

Dentro das comportas, os pecuaristas continuam retendo parte de seus lotes de animais gordos no campo, favorecidos pelas boas condições de pastagem.

A estratégia diz S&P Global, é barganhar por melhores condições de preços em bovinos que se enquadrem em algum padrão de exportação.

No entanto, vacas e machos mais velhos vêm como uma oferta de venda para que o produtor, com o fluxo de caixa, possa cumprir alguns compromissos financeiros, acrescentam os analistas.

Em algumas regiões do Sudeste e Centro-Oeste, o mercado já dá sinais de estabilidade, apurou S&P Global. “Talvez apenas algumas praças do Norte do país ainda tenham espaço para tímidos ajustes na arroba”, informar o consultor.

No atacado de bovinos, após os reajustes de preços registrados na quinta-feira (30/3), o volume de negócios evoluiu dentro do esperado para a virada do mês, ou seja, de forma mais consistente.

Por outro lado, o período da Semana Santa e os preços baixos das carnes concorrentes ainda devem limitar a dinâmica das vendas de proteína bovina no mercado interno, acredita o S&P Global.

Dessa forma, o setor fica de olho nas vendas externas, que devem ganhar maior fôlego em abril, reforça a consultoria.

Cotações máximas para homens e mulheres nesta sexta-feira, 31/03
(Fonte: S&P Global)

SP-Noroeste:

carne bovina a R$ 296/@ (prazo)
vaca a R$ 258/@ (prazo)

MS-Gold:

carne bovina a R$ 274/@ (à vista)
vaca a R$ 249/@ (dinheiro)

MS-C.Grande:

carne bovina a R$ 276/@ (prazo)
vaca a R$ 251/@ (prazo)

MT-Cáceres:

carne bovina a R$ 256/@ (prazo)
vaca a R$ 231/@ (prazo)

MT-Cuiabá:

carne bovina a R$ 259/@ (à vista)
vaca a R$ 229/@ (dinheiro)

MT-Collider:

carne bovina a R$ 246/@ (dinheiro)
vaca a R$ 221/@ (dinheiro)

GO-Goiânia:

carne bovina a R$ 256/@ (prazo)
vaca R$ 236/@ (prazo)

Vá para o sul:

carne bovina a R$ 261/@ (prazo)
vaca a R$ 236/@ (prazo)

PR-Maringá:

carne bovina a R$ 281/@ (dinheiro)
vaca a R$ 246/@ (dinheiro)

MG-Triângulo:

carne bovina a R$ 286/@ (prazo)
vaca a R$ 243/@ (prazo)

MG-BH:

carne bovina a R$ 256/@ (prazo)
vaca a R$ 236/@ (prazo)

BA-F. Santana:

carne bovina a R$ 246/@ (dinheiro)
vaca a R$ 236/@ (dinheiro)

RS-Fronteira:

carne bovina a R$ 270/@ (à vista)
vaca a R$ 240/@ (à vista)

PA-Marabá:

carne bovina a R$ 240/@ (prazo)
vaca a R$ 231/@ (prazo)

PA-Resgate:

carne bovina a R$ 236/@ (prazo)
vaca a R$ 227/@ (prazo)

PA-Paragominas:

carne bovina a R$ 251/@ (prazo)
vaca a R$ 236/@ (prazo)

TO-Araguaína:

carne bovina a R$ 236/@ (prazo)
vaca a R$ 207/@ (prazo)

RO-Cacoal:

carne bovina a R$ 231/@ (dinheiro)
vaca a R$ 207/@ (dinheiro)

MA-Açailândia:

carne bovina a R$ 256/@ (à vista)
vaca a R$ 212/@ (dinheiro)

A cópia completa do conteúdo acima não é permitida. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e link para o conteúdo completo. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.
DBO, há mais de 40 anos acompanhando e contribuindo para uma pecuária cada vez mais moderna e eficiente.

Fonte: Portal DBO

Autor