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Búfalas impulsionam economia no Vale do Ribeira

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Sumário

1. Introdução

2. O início da criação de búfalos no Vale do Ribeira

2.1. A experiência de Geraldo Alves Garro

2.2. O incentivo do governo federal

3. O sucesso da criação de búfalos no Vale do Ribeira

3.1. A concentração do rebanho na região

3.2. A produção de queijo de leite de búfala

4. O aumento da produtividade na região

4.1. O desafio de aumentar a produtividade

Introdução

Quando chegou a Iporanga, no Vale do Ribeira há 41 anos, o pecuarista mineiro Geraldo Alves Garro não queria saber de criar búfalas — uma atividade que desde a década de 1960 vinha se desenvolvendo na região. “Eu achava um animal muito grande, feio, bravo. Parecia uma coisa louca pra gente mexer com ele”, recorda o produtor.

Foram vinte anos investindo na aquisição de gado bovino de leite até alcançar um rebanho modesto, de quinze animais, quando o destino lhe impôs uma virada. “Veio um rapaz que trabalhava comigo e disse que tinha duas vacas mortas na beira do rio. Eu não acreditei. Quando fui ver encontrei mais quatro animais mortos”.

A situação foi a gota d’água para ele, que já havia perdido animais em decorrência da ingestão de ervas tóxicas, comuns na região. “Foi o que me levou a pensar mais no búfalo, e graças a Deus que ele não tem esse problema, né? É um animal mais rústico. Parece que aquilo ali veio para eu sair mesmo do gado comum, e só me arrependo de não ter começado antes”.

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A partir de então, Garro decidiu vender o que restou do seu rebanho e investir em cinco cabeças de gado bubalino. Cerca de 18 anos depois, já são 200 animais, sendo 46 deles em lactação. E a produção, entre 150 e 200 litros por dia, tornou-se a principal fonte de renda da família, com um retorno 80% superior ao obtido com o leite de vaca.

“O búfalo é um animal que veio para ficar. Ele não depende de muito medicamento, é um animal rústico, que não tem grande despesa, não exige muito, com um temperamento excelente. Hoje se me oferecerem um caminhão de boi branco [nelore], eu não quero”, brinca o produtor.

A rusticidade dos bubalinos quando comparado aos bovinos foi o que levou os primeiros animais ao Vale do Ribeira nos anos 1960, reflexo da iniciativa de alguns pecuaristas locais e da chegada dos primeiros laticínios à região, conta o pesquisador científico do Instituto de Zootecnia de São Paulo, Nelcio Antonio Tonizza de Carvalho.

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Mas foi apenas a partir do início da década de 1990, com o incentivo do governo federal, que o rebanho passou a crescer.

“Era um programa federal de distribuição dos animais em que eram distribuídos dez fêmeas e um macho aos produtores, e com o passar do tempo os produtores devolviam esses animais. Em seguida esse programa foi absorvido pelo Estado de São Paulo e quem coordenava o programa era o instituto de zootecnia”, relata Tonizza.

Atualmente com 52,6 mil bubalinos, a região do Vale do Ribeira concentra mais de 42% de todo o rebanho do Estado de São Paulo.

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O pesquisador diz que a atividade se tornou estratégica para a região. Hoje são quase 600 propriedades, a maioria de pequeno porte, que trabalha exclusivamente com búfalos no Vale do Ribeira. Cada uma tem em média cem animais, segundo ele.

O potencial da atividade logo chamou a atenção da família de Jorge Nakid, cuja chegada a Sete Barras, no Vale do Ribeira, coincidiu com os primeiros anos do programa. A partir das dez fêmeas e um macho, seu pai também deu início à produção de queijo de leite de búfala que ele, ainda jovem vendia a restaurantes de cidades próximas.

Foram quatro anos de trabalho artesanal até a fundação da Levitare, laticínio que hoje produz 190 toneladas de queijos por mês.

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“Já trabalhamos com mais ou menos 35 mil litros por dia, na média, e ideia é aumentar”, conta o hoje diretor-executivo da Levitare. A empresa familiar se tornou em poucos anos o principal laticínio da região, atraindo outras três marcas desde então. Com mais de 250 fornecedores, o desafio tem sido aumentar a produtividade local — um trabalho que tem sido desenvolvido pouco a pouco.

“A ideia é chegar a animais com produtividade acima de três mil litros”, diz Jorge Nakid — Foto: Divulgação

“A gente está tentando fazer o mesmo percurso das grandes integradoras de aves e suínos, nas devidas proporções”, afirma. Segundo ele, antigamente a produtividade na região era de 1 mil a 1,1 mil litros de leite por animal/ano e hoje já está entre 1,5 mil e 1,6 mil litros. “A ideia é chegar a animais com produtividade acima de três mil litros”, diz.

Quando chegou a Iporanga, no Vale do Ribeira há 41 anos, o pecuarista mineiro Geraldo Alves Garro não queria saber de criar búfalas — uma atividade que desde a década de 1960 vinha se desenvolvendo na região. “Eu achava um animal muito grande, feio, bravo. Parecia uma coisa louca pra gente mexer com ele”, recorda o produtor.

Foram vinte anos investindo na aquisição de gado bovino de leite até alcançar um rebanho modesto, de quinze animais, quando o destino lhe impôs uma virada. “Veio um rapaz que trabalhava comigo e disse que tinha duas vacas mortas na beira do rio. Eu não acreditei. Quando fui ver encontrei mais quatro animais mortos”.

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A situação foi a gota d’água para ele, que já havia perdido animais em decorrência da ingestão de ervas tóxicas, comuns na região. “Foi o que me levou a pensar mais no búfalo, e graças a Deus que ele não tem esse problema, né? É um animal mais rústico. Parece que aquilo ali veio para eu sair mesmo do gado comum, e só me arrependo de não ter começado antes”.

A partir de então, Garro decidiu vender o que restou do seu rebanho e investir em cinco cabeças de gado bubalino. Cerca de 18 anos depois, já são 200 animais, sendo 46 deles em lactação. E a produção, entre 150 e 200 litros por dia, tornou-se a principal fonte de renda da família, com um retorno 80% superior ao obtido com o leite de vaca.

“O búfalo é um animal que veio para ficar. Ele não depende de muito medicamento, é um animal rústico, que não tem grande despesa, não exige muito, com um temperamento excelente. Hoje se me oferecerem um caminhão de boi branco [nelore], eu não quero”, brinca o produtor.

A rusticidade dos bubalinos quando comparado aos bovinos foi o que levou os primeiros animais ao Vale do Ribeira nos anos 1960, reflexo da iniciativa de alguns pecuaristas locais e da chegada dos primeiros laticínios à região, conta o pesquisador científico do Instituto de Zootecnia de São Paulo, Nelcio Antonio Tonizza de Carvalho.

Mas foi apenas a partir do início da década de 1990, com o incentivo do governo federal, que o rebanho passou a crescer.

“Era um programa federal de distribuição dos animais em que eram distribuídos dez fêmeas e um macho aos produtores, e com o passar do tempo os produtores devolviam esses animais. Em seguida esse programa foi absorvido pelo Estado de São Paulo e quem coordenava o programa era o instituto de zootecnia”, relata Tonizza.

Atualmente com 52,6 mil bubalinos, a região do Vale do Ribeira concentra mais de 42% de todo o rebanho do Estado de São Paulo.

O pesquisador diz que a atividade se tornou estratégica para a região. Hoje são quase 600 propriedades, a maioria de pequeno porte, que trabalha exclusivamente com búfalos no Vale do Ribeira. Cada uma tem em média cem animais, segundo ele.

O potencial da atividade logo chamou a atenção da família de Jorge Nakid, cuja chegada a Sete Barras, no Vale do Ribeira, coincidiu com os primeiros anos do programa. A partir das dez fêmeas e um macho, seu pai também deu início à produção de queijo de leite de búfala que ele, ainda jovem vendia a restaurantes de cidades próximas.

Foram quatro anos de trabalho artesanal até a fundação da Levitare, laticínio que hoje produz 190 toneladas de queijos por mês.

“Já trabalhamos com mais ou menos 35 mil litros por dia, na média, e ideia é aumentar”, conta o hoje diretor-executivo da Levitare. A empresa familiar se tornou em poucos anos o principal laticínio da região, atraindo outras três marcas desde então. Com mais de 250 fornecedores, o desafio tem sido aumentar a produtividade local — um trabalho que tem sido desenvolvido pouco a pouco.

“A ideia é chegar a animais com produtividade acima de três mil litros”, diz Jorge Nakid — Foto: Divulgação

“A gente está tentando fazer o mesmo percurso das grandes integradoras de aves e suínos, nas devidas proporções”, afirma. Segundo ele, antigamente a produtividade na região era de 1 mil a 1,1 mil litros de leite por animal/ano e hoje já está entre 1,5 mil e 1,6 mil litros. “A ideia é chegar a animais com produtividade acima de três mil litros”, diz.

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O pecuarista Geraldo Alves Garro e a mudança para a criação de búfalas

A descoberta de uma nova oportunidade

Quando Geraldo Alves Garro chegou a Iporanga, no Vale do Ribeira, há 41 anos, ele não tinha interesse em criar búfalas. Na época, a atividade já estava se desenvolvendo na região desde a década de 1960, mas Garro achava esse animal muito grande, feio e bravo. Era algo que parecia loucura para ele mexer com aquilo.

Foram vinte anos investindo na criação de gado bovino de leite até que aconteceu uma virada em sua história. Um rapaz que trabalhava com Garro informou que havia encontrado duas vacas mortas na beira do rio. No começo, ele não acreditou, mas ao ir conferir, encontrou mais quatro animais mortos. Essa situação foi o estopim para que ele começasse a pensar em criar búfalos, já que tinha perdido animais anteriormente devido à ingestão de ervas tóxicas comuns na região. O fato de os búfalos não terem esse problema e serem animais mais rústicos fez com que Garro se arrependesse de não ter começado antes nessa atividade.

O sucesso da criação de búfalos

A partir desse momento, Garro decidiu vender o que restou do seu rebanho bovino e investir em cinco cabeças de gado bubalino. Com o passar de 18 anos, ele conseguiu expandir seu rebanho para 200 animais, sendo 46 deles em lactação. A produção diária de leite varia entre 150 e 200 litros, o que se tornou a principal fonte de renda da família. O retorno financeiro com a produção de leite de búfala é 80% superior ao obtido com o leite de vaca. Garro destaca as vantagens desse animal em relação ao gado comum, como a resistência, a baixa necessidade de medicamentos e o excelente temperamento. Ele brinca dizendo que nem se oferecerem um caminhão de boi branco (nelore), ele aceita.

A introdução dos búfalos no Vale do Ribeira

A introdução dos búfalos na região do Vale do Ribeira começou nos anos 1960, por iniciativa de alguns pecuaristas e com a chegada dos primeiros laticínios na região. Os bubalinos se adaptaram facilmente ao ambiente em comparação aos bovinos, devido à sua rusticidade. No entanto, foi a partir da década de 1990, com incentivos do governo federal, que o rebanho começou a crescer.

O programa federal distribuía dez fêmeas e um macho aos produtores, e com o tempo, eles devolviam os animais. Esse programa foi absorvido pelo estado de São Paulo, e o Instituto de Zootecnia passou a coordená-lo. Atualmente, a região do Vale do Ribeira possui mais de 52 mil bubalinos, concentrando mais de 42% de todo o rebanho do estado de São Paulo.

A atividade estratégica para a região

A criação de búfalos se tornou uma atividade estratégica para o Vale do Ribeira. São cerca de 600 propriedades, em sua maioria de pequeno porte, que trabalham exclusivamente com búfalos na região. Em média, cada propriedade tem cerca de cem animais. Essa atividade despertou o interesse da família de Jorge Nakid, que iniciou sua produção de queijo de leite de búfala a partir das primeiras fêmeas e um macho que obteve pelo programa do governo. Após quatro anos de trabalho artesanal, eles fundaram a Levitare, um laticínio que atualmente produz 190 toneladas de queijos por mês.

Atualmente, a empresa familiar se tornou o principal laticínio da região, atraindo outras marcas. Com mais de 250 fornecedores, o desafio tem sido aumentar a produtividade local, visando atingir animais com produtividade acima de três mil litros de leite.

Em resumo, a criação de búfalos se consolidou no Vale do Ribeira como uma atividade lucrativa e estratégica, trazendo benefícios para os pecuaristas da região e impulsionando o desenvolvimento econômico local.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Conclusão

O Vale do Ribeira tem se destacado na produção de leite de búfala, sendo responsável por mais de 42% de todo o rebanho de búfalos do Estado de São Paulo. A rusticidade e resistência dos bubalinos fazem com que esses animais sejam uma escolha rentável para os produtores da região. Além disso, a produção de leite de búfala tem se mostrado mais lucrativa do que a produção de leite de vaca. A atividade ganhou impulso nos anos 1990 e hoje atrai cada vez mais produtores interessados nesse mercado promissor.

O que fez o pecuarista Geraldo Alves Garro mudar para a criação de búfalos?

O pecuarista Geraldo Alves Garro decidiu mudar para a criação de búfalos após perder animais por ingestão de ervas tóxicas comuns na região. Ele percebeu que os búfalos não tinham esse problema e seriam uma opção mais rústica e rentável.

Qual é a principal fonte de renda da família de Geraldo Alves Garro?

A principal fonte de renda da família de Geraldo Alves Garro é a produção de leite de búfala, que gera um retorno 80% superior ao obtido com o leite de vaca.

Por que os produtores do Vale do Ribeira optam pela criação de búfalos?

Os produtores do Vale do Ribeira optam pela criação de búfalos devido à rusticidade desses animais e à resistência a doenças. Além disso, a atividade tem se mostrado mais lucrativa do que a criação de gado bovino.

Como o governo federal incentivou o crescimento do rebanho de búfalos?

O governo federal incentivou o crescimento do rebanho de búfalos por meio de um programa de distribuição de animais aos produtores. Inicialmente, eram distribuídas dez fêmeas e um macho, e os produtores devolviam os animais conforme a reprodução. Posteriormente, o programa foi absorvido pelo Estado de São Paulo, coordenado pelo Instituto de Zootecnia.

Qual é o potencial da atividade de criação de búfalos no Vale do Ribeira?

A atividade de criação de búfalos no Vale do Ribeira tem se mostrado promissora, com quase 600 propriedades dedicadas exclusivamente a essa atividade na região. O objetivo é aumentar a produtividade e expandir a produção de leite de búfala.

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