Pular para o conteúdo

Boletim Agropecuário de abril traz recuperação na produção de banana e…

    Boletim Agropecuario de abril traz recuperacao na producao de banana

    A safra de milho 2022/23 catarinense deve ser satisfatória, após dois anos de frustração. A soja mantém a expectativa de uma ótima safra no estado e os produtores de trigo de Santa Catarina estão animados para o próximo ciclo agrícola. A produção de banana em Santa Catarina se recuperou, voltando aos níveis de 2019, enquanto os preços continuam subindo. Exportações em alta de arroz, frango e suínos.

    Confira essas e outras análises no Boletim Agropecuário de abril, documento mensal em que técnicos da Epagri / Strain apresentar uma análise econômica da agricultura catarinense.

    Patrocinadores
    Banana

    A banana catarinense está em alta de preços e oferta.

    Nos primeiros três meses do ano, o valor negociado da banana catarinense nos centros fornecedores nacionais foi de R$ 41,2 milhões, um aumento de 50% em relação ao mesmo período do ano anterior. O volume foi de 16,7 mil toneladas, o que representa 10% do total comercializado. O crescimento é reflexo do aumento da demanda.

    Patrocinadores

    A oferta de banana catarinense está acima de 5 mil toneladas por mês, voltando aos níveis de 2019. No final de fevereiro, fortes ventos e chuvas atingiram os municípios de Luiz Alves, Massaranduba e São João do Itaperiú, prejudicando as plantações de banana da região. No entanto, o aumento da produção ao longo de março manteve a oferta da fruta no mercado.

    Arroz

    O aumento das exportações e a expectativa de problemas na safra gaúcha elevaram o preço do arroz. De janeiro a março, as exportações somaram US$ 8,06 milhões, aproximadamente o dobro do total exportado em todo o ano de 2022. O principal destino foi a Venezuela. Com a queda do dólar observada nos últimos dias, é possível que o grão brasileiro perca competitividade e, com isso, haja redução no ritmo de embarque.

    Até o momento, 90,5% da área semeada no Estado já foi colhida, no Litoral Norte está praticamente finalizada. A estimativa inicial da Epagri/Cepa aponta para uma produção de 1.235.230 toneladas na safra 2022/23, uma leve queda de -1,34% em relação à safra passada, quando a produtividade ficou acima da média.

    Feijão

    Até o final de março, 93% das áreas plantadas com feijão primeira safra em Santa Catarina haviam sido colhidas. Esta safra foi marcada pelo atraso no plantio, devido às condições climáticas adversas, que resultaram no encurtamento da janela de plantio. Com isso, muitos produtores reduziram suas áreas. Outros substituíram o feijão por outra safra de verão.

    Com relação ao feijão segunda safra, aproximadamente 67% da área plantada no Estado está em fase de floração, com 98% das lavouras em bom estado e apenas 2% em mau estado.

    Em março, a saca do feijão carioca ficou 10,86% acima do que foi pago no mesmo mês do ano passado, em termos nominais. Para o feijão preto, a redução anual foi de 13,38%.

    Milho

    Após dois anos de frustrações por conta da estiagem, a safra de milho 2022/23 de Santa Catarina pode ser considerada satisfatória, com perdas localizadas em áreas próximas ao rio Uruguai, no extremo oeste. Já foram colhidos 76% da safra total, com produção estimada de 2,69 milhões de toneladas.

    Os preços estão no menor nível desde outubro de 2020, com queda de 5,7% entre fevereiro e março e 18,1% entre março de 2022 e este ano.

    Soja

    Os números apontam para uma excelente safra de soja no Estado, possivelmente a maior da série histórica levantada pela Epagri/Cepa, com estimativa de colheita de 2,74 milhões de toneladas na primeira safra 2022/23.

    O avanço da safra recorde no país pressiona os preços para baixo. Em março, o preço médio pago ao produtor chegou a R$ 157,52 por saca, o menor valor em mais de dois anos. Entre fevereiro e março, a retração foi de 7,93% e entre março de 2022 e o mesmo mês deste ano, chegou a 21,8%.

    Trigo

    Os produtores de trigo de Santa Catarina estão motivados pelos bons resultados alcançados na safra 2022/23, encerrada em janeiro. Nesse cenário, a Epagri/Cepa espera aumento da área plantada no estado para a safra 2023/24, expectativa reforçada pelo crescimento de 10% ao ano na produção, registrado nos últimos 10 anos.

    Em março, o preço médio mensal pago ao produtor de trigo caiu 1,42%, fechando em R$ 84,53 a saca de 60 kg. Na comparação anual, em termos nominais, os preços recebidos neste mês estão 13,47% abaixo dos registrados no mesmo mês de 2022.

    Alho

    A safra de alho catarinense está em processo de comercialização, mas de forma lenta e com preços abaixo do custo de produção em geral. Uma situação semelhante está ocorrendo em outros países, incluindo Espanha, China e Itália.

    Em março, foram importadas 12,07 mil toneladas de alho, uma redução de 7,79% na quantidade em relação a fevereiro. Na comparação entre os primeiros trimestres de 2022 e 2023, há aumento de 4,02% na quantidade importada. Os principais fornecedores de hortaliças para o Brasil foram Argentina (88,62% do total) e China (1,19%).

    Cebola

    Santa Catarina já comercializou mais de 85% de sua produção de cebola. Com o fim da safra, a Epagri/Cepa consolidou os números da safra 2022/23, fechando uma safra de 551.225 toneladas, o que mantém o Estado como o maior produtor nacional da hortaliça.

    No primeiro trimestre de 2023, as importações somaram 17.007 mil toneladas, volume 48,57% inferior ao mesmo período do ano passado.

    Em março, os produtores catarinenses de cebola receberam entre R$ 1,80/kg e R$ 2,00/kg, em Rio do Sul, o que indica preços baixos.

    gado

    Os preços do boi gordo em Santa Catarina ficaram estáveis ​​na primeira quinzena de abril em relação ao mês anterior, registrando apenas uma leve variação de -0,05%. Com a retomada das exportações de carne bovina para a China, a expectativa é que nas próximas semanas voltem a ocorrer variações positivas nos preços do boi gordo. Na comparação entre o valor de abril e o mesmo mês de 2022, houve queda de 9,2% no preço médio estadual.

    Segundo dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), sistematizados pela Epagri/Cepa e divulgados no Observatório Agro Catarinense, no primeiro trimestre deste ano foram produzidos em Santa Catarina cerca de 146 mil bovinos destinados ao abate, queda de 3,8% em relação à produção do mesmo período de 2022.

    galinhas

    Santa Catarina obteve os melhores resultados de exportação de frango desde maio de 2019, tanto em valor quanto em quantidade. Em março, o Estado exportou 104,7 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada), um aumento de 32% em relação às exportações do mês anterior e de 17,8% em relação a março de 2022. de US$ 219,5 milhões, um aumento de 28,1% em relação ao mês anterior e 27,3% em relação a março de 2022.

    No 1º trimestre, Santa Catarina exportou um total de 279,3 mil toneladas, com receita de US$ 602,2 milhões, alta de 13,1% em volume e 27,6% em valor em relação ao mesmo período do ano passado. O estado foi responsável por 23,8% da receita gerada pelas exportações brasileiras de carne de frango nos primeiros três meses do ano.

    Segundo dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), sistematizados pela Epagri/Cepa e divulgados no Observatório Agro Catarinense, no primeiro trimestre deste ano foram produzidos no Estado 212,8 milhões de frangos destinados ao abate, queda de 0,3% em relação ao mesmo período de 2022.

    suínos

    Santa Catarina exportou 57,5 ​​mil toneladas de carne suína (in natura, processado e miudezas) em março, alta de 34,8% em relação às exportações do mês anterior e de 10,9% em relação a março de 2022. A receita foi de US$ 137,0 milhões, um aumento de 33,8% em relação ao no mês anterior e 25,2% em relação a março de 2022.

    No 1º trimestre, o estado exportou 150,2 mil toneladas de carne suína, com receita de US$ 362,7 milhões, alta de 11,2% e 25,3%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2022. Santa Catarina foi responsável por 56,6% da receita e 55,5% do volume de carne suína exportada pelo Brasil neste ano. Os cinco principais destinos das exportações catarinenses foram responsáveis ​​por 82,7% da receita nos três primeiros meses do ano, com destaque para China e Hong Kong, que responderam por 51,8% dos embarques no período.

    Segundo dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), sistematizados pela Epagri/Cepa e divulgados no Observatório Agro Catarinense, no primeiro trimestre deste ano foram produzidos 4,40 milhões de suínos em Santa Catarina e destinados ao abate, um aumento de 4,2% em relação ao mesmo período de 2022. Dos animais produzidos no período, 91,7% foram abatidos em Santa Catarina, sendo o restante destinado a frigoríficos localizados em outros estados.

    Leite

    Em maio, o IBGE divulgará os primeiros resultados da Pesquisa Trimestral do Leite, com a quantidade de leite in natura comprada pelas indústrias fiscalizadas no Brasil. O cenário mais provável é de uma quantidade maior do que no mesmo período do ano passado, comprometida por adversidades climáticas e questões de rentabilidade.

    No primeiro trimestre de 2023, as importações brasileiras de lácteos atingiram 65,6 milhões de quilos, 174% a mais do que no primeiro trimestre de 2022 (23,9 milhões de quilos). Convertidos em litros equivalentes de leite, as importações chegaram a 506,3 milhões de litros, o que representa um aumento de 204% em relação aos 166,8 milhões de litros importados no primeiro trimestre de 2022. com a recente valorização do real frente ao dólar, tende a manter as importações em patamares relativamente elevados nos próximos meses.

    O mercado de lácteos apresentou sinais de recuperação entre a segunda quinzena de março e os primeiros dias de abril, o que se refletiu nos preços ao produtor. Segundo dados parciais de pesquisas da Epagri/Cepa, o preço médio de abril para o produtor catarinense pode ficar em R$ 2,72 o litro, seis centavos acima do preço médio de março, R$ 2,66 o litro.



    Fonte: Noticias Agricolas