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Adapar emite Nota Técnica sobre gripe aviária e orienta produtores…

    Adapar emite Nota Tecnica sobre gripe aviaria e orienta produtores

    Doença contagiosa afeta aves domésticas e silvestres, com potencial para graves consequências para a saúde animal, economia e meio ambiente. Vinte e dois surtos foram confirmados em aves silvestres e domésticas na Colômbia, Venezuela, Equador e Peru.

    A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) divulgou nesta sexta-feira (09) Nota Técnica, com o objetivo de esclarecer os casos de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) registrados na América do Sul desde outubro. Embora o Brasil e, conseqüentemente, o Paraná estejam livres da doença, o Estado alerta sobre os cuidados que os produtores de aves devem ter.

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    Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), até o final de novembro foram confirmados 22 surtos em aves silvestres e domésticas na Colômbia, Venezuela, Equador e Peru. Nas duas últimas, houve registro da doença em aves criadas industrialmente.

    O Chile também relatou um surto em aves selvagens, assim como outras partes do mundo, no que pode ser o maior e mais mortal ciclo de gripe aviária da história.

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    “Considerando o potencial impacto da doença na avicultura nacional, na segurança alimentar e na saúde pública e, enfatizando os prejuízos diretos e indiretos à cadeia produtiva, é necessário fortalecer a biossegurança a fim de mitigar os riscos de entrada e disseminação da influenza aviária altamente patogênica no país”, alertam o presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, e o gerente de Defesa Animal, Rafael Gonçalves Dias, que assinam a Nota Técnica.

    A nota regista que, para além da mortalidade em massa de aves marinhas, aquáticas e de rapina, há relatos de infeções em mamíferos selvagens, como raposas, lontras e focas. “Embora os surtos atuais incluam um baixo número de infecções humanas, todas as cepas do H5N1 apresentam riscos zoonóticos”, reforça Adapar.

    DOENÇA – A gripe aviária é uma doença viral altamente contagiosa que afeta aves domésticas e silvestres, muitas vezes resultando em graves consequências para a saúde animal, a economia e o meio ambiente. A influenza aviária de alta patogenicidade é considerada exótica no Brasil, ou seja, nunca foi detectada no território nacional.

    Esta doença complexa é causada por vírus divididos em múltiplos subtipos (H5N1, H5N3, H5N8, etc.), cujas características genéticas evoluem muito rapidamente.

    A gripe aviária de alta patogenicidade é caracterizada principalmente por alta mortalidade de aves, que pode ser acompanhada de sinais clínicos como: andar cambaleante, torcicolo, dificuldade respiratória e diarreia.

    O vírus da doença tem transmissão horizontal de ave para ave, diretamente de secreções dos sistemas respiratório e digestivo, e indiretamente por meio de equipamentos, roupas, calçados, insetos, aves e animais silvestres, alimentos e água contaminados.

    EPIDEMIOLOGIA – Os principais fatores que contribuem para a introdução e transmissão da influenza aviária são: exposição de aves comerciais, domésticas ou de subsistência a aves silvestres migratórias infectadas pelo vírus da influenza aviária; o intenso fluxo de pessoas e mercadorias pelo mundo, que aumenta o risco de propagação de doenças; e venda de aves vivas em mercados ou feiras, facilitando o contato próximo entre diferentes espécies de aves e outros animais, inclusive o homem.

    “Não há evidências de que a doença possa ser transmitida às pessoas por meio de alimentos bem manipulados e bem cozidos”, destaca a Nota Técnica da Adapar.

    A maioria dos casos de introdução do vírus da influenza aviária e a ocorrência de surtos em vários países estão relacionados ao contato de aves selvagens migratórias com aves de subsistência.

    O período de migração das aves para o Hemisfério Sul começa em novembro, estendendo-se até março ou abril. “Nesse período, a fiscalização deve ser intensificada, bem como as medidas de biossegurança na produção avícola”, reforçam os técnicos da Adapar.

    A intensificação das ações de fiscalização segue as estratégias traçadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que incluem, por exemplo, a coleta de amostras de aves de subsistência criadas em locais de circulação de aves migratórias.

    PREVENÇÃO – A primeira linha de defesa contra a gripe aviária é a detecção precoce e a notificação oportuna da suspeita da doença para permitir uma resposta rápida para evitar a disseminação.

    Entre as orientações práticas aos produtores, a Nota Técnica destaca:

    1 – Não receber nas propriedades e, principalmente nas fazendas, pessoas não vinculadas ao sistema de produção, exceto o Serviço Veterinário Oficial do Estado (Adapar). A recomendação é redobrada para pessoas do exterior, estrangeiros ou brasileiros.

    2 – Lave sempre as mãos e troque de roupa e calçado antes de acessar as fazendas.

    3 – Desinfete todas as viaturas que acedam à propriedade.

    4 – Ao viajar para o exterior, ao retornar, lave todas as roupas e sapatos.

    5 – Evite o contato dos animais da fazenda com outras aves, principalmente aves silvestres. Verifique as telas do aviário. Devem estar intactos e impedindo a entrada de outros animais nos aviários.

    NOTIFICAÇÃO – A Nota Técnica também adverte que todas as ocorrências suspeitas de gripe aviária devem ser notificadas imediatamente à Adapar. A notificação de suspeita pode ser feita por qualquer cidadão, pessoalmente ou por telefone em qualquer Unidade Local da Adapar, ou diretamente pela plataforma e-Sisbravet.

    AÇÕES – A Adapar vem realizando vigilância ativa em propriedades rurais do Paraná, seja em estabelecimentos comerciais de produção, reprodução ou postura. Além disso, todas as notificações recebidas de suspeitas são tratadas com prioridade.

    O órgão de defesa agropecuária também tem promovido a qualificação e treinamento de profissionais em todas as Unidades Regionais do Estado, e conta com médicos veterinários com dedicação exclusiva e alta capacidade técnica na área para atender as questões sanitárias da cadeia avícola do Estado.

    O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento desenvolveu um plano de contingência para eventual introdução da doença no país e mantém vigilância permanente em todo o território nacional, incluindo portos, aeroportos internacionais, correios, postos de fronteira e postos alfandegários no interior.

    Em julho de 2022, também foi publicado o novo Plano de Vigilância da Gripe Aviária, contemplando a revisão das diretrizes para o atendimento e identificação de casos suspeitos e para a vigilância permanente da doença, pelos serviços veterinários oficiais.



    Fonte: Noticias Agricolas