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5ª Feira da Banana começa nesta quarta-feira (31 de maio)

    5a Feira da Banana comeca nesta quarta feira 31 de maio

    A 5ª Feira da Banana vai movimentar o município de Delfinópolis, no Sudoeste de Minas, de 31 de maio a 4 de junho. A programação inclui palestras, dia de campo, mesas redondas, exposição de máquinas, equipamentos e insumos, além de shows artísticos noturnos. A parte técnica está repleta de atrações para os produtores e técnicos participantes. Serão abordados temas como fertilidade e adubação do solo, controle de pragas e doenças, novas variedades de banana, práticas culturais e tendências do mercado consumidor.

    O já tradicional evento deve atrair produtores de banana de todo o país, em busca de inovações tecnológicas para o cultivo da fruta mais consumida no mundo e, claro, no Brasil. “É uma feira que começou como uma das etapas do Circuito FrutificaMinas e evoluiu muito. Hoje, o evento é muito maior e é uma grande oportunidade de atualização técnica”, afirma o coordenador estadual de Fruticultura da Emater-MG, Nega Sanábio. O agrônomo cita como um dos destaques técnicos do evento o controle da fusariose, doença causada pelo fungo Fusarium. “A Corrida 4 está questionando o futuro da bananicultura no mundo”, diz Deny.

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    Além da Emater-MG, estarão presentes na Feira da Banana outras importantes instituições do setor agropecuário, como Embrapa, Ministério da Agricultura, Epamig, Ceagesp, Sebrae, Senar e Unesp, além de entidades de crédito e empresas produtoras equipamentos e insumos. O evento é organizado pela Associação dos Produtores de Banana (Adelba) e pelo Sicoob Sarom (Cooperativa de Crédito Livre de São Roque de Minas).

    O extensionista da Emater-MG em Delfinópolis, Giovanni Braga Passos, informa que o acesso aos estandes e aos cursos, oficinas e palestras será gratuito. Haverá ainda uma mostra de artesanato em fibra de bananeira, produtos derivados como doces e licores, e uma programação artística. Os ingressos para os shows variam de R$ 100,00 a R$ 600,00.

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    Centro de produção

    Delfinópolis é o segundo maior produtor de banana de Minas Gerais. Cerca de 150 agricultores cultivam uma área de 3.580 hectares. A produção estimada para este ano é de 80 mil toneladas, com valor aproximado de R$ 194 milhões, segundo estimativa de Adelba. Este valor inclui apenas o preço pago aos produtores pela fruta. Ao longo da cadeia de distribuição, o volume de negócios pode ser multiplicado por três.

    Ainda segundo informações da associação de produtores, aproximadamente 1.500 pessoas trabalham diretamente na lavoura, sem contar os empregos indiretos, como escriturários, oficinas que prestam serviços na construção de galpões, conserto de tratores, ônibus, outros veículos, pedreiros, serralheiros, revenda de insumos e fertilizantes, defensivos, caixas, uniformes, empresas de montagem e manutenção de irrigação, combustíveis, agrônomos e técnicos agrícolas.

    Até o início da década de 1990, a cafeicultura era predominante no município. “Naquela época, o café passava por mais uma crise, levando os preços a níveis muito baixos. Alguns cafeicultores procuraram a Emater de Delfinópolis e, na mesma ocasião, a Cooperativa dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso (Cooparaíso), uma município vizinho, iniciou um programa de incentivo à fruticultura, como banana, figo e pêssego, para levar alternativas aos seus associados”, lembra o produtor Sávio Marinho, um dos fundadores da Adelba (criada em 2014) e ex-extensionista da Emater-MG em Delfinópolis.

    Ele conta que no final de 1993 foi feito o primeiro plantio, por nove produtores, em uma área total de aproximadamente 20 hectares. A Prefeitura Municipal de Delfinópolis apoiou a iniciativa, cedendo a carreta de mudas para este primeiro plantio. “O início foi muito difícil, mas as características de Delfinópolis (clima, solos, topografia, disponibilidade de água para irrigação, proximidade de mercados consumidores) favoreceram a atividade que, desse modesto início, tornou-se o principal componente da agricultura do município” , aponta Sávio Marinho. A diversificação se mostrou um bom negócio e, além da banana, a soja, o milho, a cana-de-açúcar e a pecuária leiteira e de corte também prosperaram no município.

    Além de ser o segundo maior produtor de banana do estado, Delfinópolis está entre os quinze maiores do Brasil e se tornou referência nacional no setor, sendo comum receber visitas de produtores, técnicos e estudantes de agronomia de outros municípios. E é também um dos locais de coleta de preços pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da USP, que publica semanalmente um boletim com os preços das principais regiões produtoras do Brasil.

    Fusarium

    O fungo Fusarium oxysporum f.sp.cubense é o agente causador da murcha de Fusarium, popularmente conhecida como fusariose da bananeira (antigamente conhecida como mal do Panamá, denominação atualmente em desuso). A doença não tem cura e os fungos são muito resistentes e permanecem no solo por muito tempo. Por isso os produtores de banana estão muito preocupados, já que a contaminação de uma planta pode significar o fim de toda a safra.

    De acordo com o coordenador técnico estadual de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio, a proliferação do fungo pode ocorrer por meio de material vegetal contaminado, utensílios utilizados na lavoura ou pelo solo. A doença, também conhecida como fusariose, faz com que as folhas fiquem amareladas, com bordas secas, deixando a planta na ponta, semelhante a um guarda-chuva. “O fungo se multiplica facilmente com umidade e altas temperaturas, passando de uma planta para outra, através do vento, pássaros, caixas, equipamentos e mudas”.

    O agrônomo diz que deve-se evitar o plantio em locais com histórico da doença. Outro ponto fundamental é utilizar apenas mudas comprovadamente sadias, com registro de procedência, e corrigir a acidez do solo. Por isso, enfatiza o coordenador da Emater-MG, é importante o acompanhamento das lavouras por profissionais especializados. O nome popular da doença, Mal de Panamá, deve-se ao fato de que os primeiros grandes danos foram relatados naquele país no início do século XX. Mas, atualmente, a fusariose da bananeira já está disseminada em várias regiões do mundo.

    Fonte: Agro