O Governo do MT apoia os pequenos produtores desde o planejamento da produção até a comercialização do produto. Modelo implantado em Sinop serve de referência para outros municípios do estado.
Em oito meses, o Projeto Orgânico Sinopsob a coordenação de empaer (Empresa de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural de Mato Grosso), já capacitou 50 unidades produtivas desde o planejamento da produção até a comercialização de alimentos orgânicos. A iniciativa visa fomentar e divulgar a produção orgânica no município de Sinop (a 500 km de Cuiabá) e servir de referência para outras cidades do estado.
Uma das instituições participantes é a Escola Estadual Carlos Drummond de Andrade, localizada no assentamento Wesley Manoel dos Santos, e envolve toda a comunidade escolar, além dos pais que são agricultores familiares.
A orientadora pedagógica Aline Kraeski explica que a escola tem uma matriz curricular diferenciada com disciplinas específicas, como ciências e conhecimento do campo, agroecologia, agricultura familiar e economia solidária.
Segundo ela, o Projeto Orgânico Sinop tem contribuído para agregar conhecimento por meio de teoria, palestras e demonstrações práticas, e tem apoiado os professores a dar continuidade às suas atividades, com ênfase na agroecologia.
“A partir dos conhecimentos adquiridos, os alunos aplicaram os conhecimentos na prática e auxiliando na complementação da merenda escolar. Por serem filhos de agricultores, eles trazem seus conhecimentos para suas propriedades, pois muitos também ajudam no trabalho do dia a dia. O projeto reúne alternativas, sustentáveis, socialmente justas e economicamente”, destaca a professora.
Outro exemplo é Vivian Sheile Calixto Scorsatto, que mora com o marido no Condomínio de Chácaras Talismã – Alto da Glória. Ela e outras 18 famílias fazem parte do projeto e participam ativamente. Marketeira, Vivian conta que a iniciativa é um divisor de águas em sua vida. “Não tínhamos ideia de nada e fizemos tudo errado. Uma das primeiras coisas que aprendi foi parar de colocar fogo nas folhas que varria. Hoje, eles fazem toda a diferença na produção agrícola”.
Vivian conta que ampliou seus horizontes em tudo o que produz na fazenda graças ao aprendizado e que isso tem feito toda a diferença em sua vida. “Na feira vendo legumes, banana, pimenta, queijo, entre outros. Minha renda é 100% do que posso produzir na propriedade. O projeto possibilitou o investimento em uma área de 150 m2 onde plantei citros. Todo processo de plantio é baseado nos ensinamentos que estamos aprendendo. Sonho em ver o pomar carregado de frutas e poder sobreviver com o que produzir“, ele aponta.
O projeto teve início em julho do ano passado e, após a seleção das propriedades e cadastramento, iniciou o processo de capacitação continuada em produção orgânica, por meio da transição agroecológica das propriedades. Inclui palestras técnicas vinculadas a demonstrações de métodos, ou seja, associando o conhecimento técnico ao desenvolvimento da prática na área.
O agrônomo e coordenador do projeto da Empaer, Rogério Leschewitz, explica que para melhorar o desenvolvimento das atividades e a eficiência dos serviços, as propriedades e entidades envolvidas foram subdivididas em cinco microrregiões geograficamente próximas, a saber: comunidade Chácaras Talismã, sede do município de Sinop-MT, Ebenezer Centro de Recuperação de Vidas, e dois centros no Assentamento Wesley Manoel Soares Campos – Gleba Mercedes V.
A primeira rodada de treinamento focou em “Introdução à Agroecologia e Produção Orgânica” e apresentou uma breve visão de todos os assuntos relacionados à produção sustentável, o contexto histórico da agricultura, as técnicas utilizadas e as perspectivas futuras da agricultura orgânica.
Segundo Rogério, ao final de cada palestra houve uma demonstração de métodos de manejo do solo e formação de canteiros orgânicos, com o objetivo de orientar os produtores no manejo correto do solo, da matéria orgânica e na forma correta de preparo dos canteiros para o cultivo de vegetais. “Foram seis palestras e seis demonstrações de métodos aos beneficiários do projeto, entre estudantes e sociedade em geral, realizadas entre novembro e março deste ano”, aponta.
Sobre o resultado da primeira rodada de palestras e demonstrações de métodos, o coordenador destaca que foi um sucesso, pois contou com a participação de diversos produtores, alunos e sociedade em geral, o que demonstra que o interesse pela produção orgânica é crescente. alta no município. “Este é apenas o começo de um longo período de capacitação continuada dos produtores. Durante o processo, as propriedades receberão visitas técnicas, participarão de mutirões, feiras e passeios – o que ajudará no aprendizado”, completa.
Progresso do projeto
O objetivo do projeto é melhorar as atividades. O Sinop Ôrgânico realiza reuniões mensais de planejamento, onde são repassadas informações pertinentes ao tema, são apresentadas as ações realizadas pela iniciativa, além de conversar sobre a organização das atividades do mês com representantes de todos os órgãos, entidades envolvidas e parceiros.
Além dos treinamentos, foram realizados eventos paralelos com o apoio de parceiros, como mutirões de cadastramento e diagnóstico de unidades produtivas, mutirões de coleta de solo nas propriedades e seminário sobre cooperativismo e associativismo.
O projeto Sinop Orgânico tem parceria com a Prefeitura Municipal de Sinop-MT, Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), FASTECH (Faculdade de Tecnologia), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Escola Estadual Técnico em Educação Profissional e Tecnológica (Seciteci), Câmara Municipal e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Sinop.
Por: Maricelle Lima Vieira | Assessoria Empaer-MT
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