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Reuters: Duelo entre Lula e Bolsonaro marca debate tenso na Globo em três…

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Por Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito

(Reuters) – Confrontos acalorados entre o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) marcaram o debate entre os presidenciáveis ​​na TV Globo na noite desta quinta-feira, com troca de acusações e ofensas de corrupção, três dias antes do primeiro turno de votação.

Em pouco mais de 40 minutos ao longo do primeiro bloco, Lula e Bolsonaro dominaram as filas, com troca de acusações e, consequentemente, direitos de respostas em que mais denúncias foram feitas. Lula recebeu quatro direitos de resposta e Bolsonaro três, o que levou ambos a ocupar a maior parte do tempo no bloco.

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Foi o ponto mais tenso do programa que entrou na noite nos estúdios da TV Globo no Rio, apontado como potencialmente decisivo na reta final da campanha e que conquistou 30 pontos de audiência na Grande São Paulo – o dobro do que a emissora obteve em a mesma programação há uma semana, segundo a Folha de S.Paulo.

“Mentiroso, ex-presidiário, traidor do país”, disse Bolsonaro em um dos ataques diretos a Lula. “Não podemos continuar em um país de roubos”, acrescentou, após juntar uma série de referências a casos de corrupção petista e acusações contra Lula.

Em seu direito de resposta, Lula citou os escândalos de corrupção que vieram à tona no governo Bolsonaro, como as acusações de que há esquema de craqueamento nos consultórios de seus filhos, a investigação sobre a cobrança de propina no Ministério da Educação e a revelação da compra de 51 imóveis com pagamentos em dinheiro por sua família.

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“O mínimo que se espera em um debate é que o atual presidente seja sério e honesto. Ele vem dizer que eu formei uma quadrilha quando ele criou uma rachadinha. Ele precisava se olhar no espelho e saber o que está acontecendo no seu governo “, disse Lula.

Após o debate, Lula disse que não se sentia à vontade com cara de “chato de galocha” por pedir direitos de resposta consecutivos, mas disse que usou a medida porque sabia que seria o alvo preferido de seus adversários .

“Sabia que como sou um cara com possibilidade de vencer no primeiro turno, sabia que seria um alvo para todos atirarem”, disse.

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O ex-presidente seguiu rigorosamente a estratégia de sua campanha de não deixar acusações sem resposta, em um tom muito mais duro do que usou no debate da Band, onde a estratégia – criticada posteriormente – era não mostrar agressão.

Bolsonaro, por outro lado, chegou ao debate decidido a partir para o ataque, em um esforço para tentar garantir a realização do segundo turno. O presidente chegou a fazer acusações infundadas de envolvimento de Lula no assassinato em 2002 do candidato do PT Celso Daniel, prefeito de Campinas.

O embate com o ex-presidente fez parte da estratégia de Bolsonaro para buscar um empurrão final, segundo fontes da campanha do candidato à reeleição. O evento foi visto como a última chance de Bolsonaro tentar ampliar seu eleitorado e falar fora da bolha bolsonarista, já que aconteceu na emissora de TV aberta mais assistida do país.

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No entanto, quando Bolsonaro teve a chance de fazer uma pergunta direta a Lula, optou por fugir do confronto direto e escolheu Felipe D’Avila (Novo) para responder sobre as consequências para a economia se a esquerda voltar ao poder.

A campanha do presidente avaliou após o debate que a estratégia de atacar Lula deu certo e levou o PT a perder a calma, segundo uma fonte.

“PAI DA FESTA JUNINA”

No objetivo de focar os ataques a Lula, de qualquer forma, Bolsonaro foi ajudado pela dobradinha que fez com o candidato padre Kelmon (PTB), que é do mesmo partido do ex-deputado Roberto Jefferson, aliado do presidente.

Além de permitir que o atual presidente falasse sobre suas iniciativas no governo, Kelmon foi protagonista de um embate com o PT que gerou uma briga – que levou a organização do debate a cortar os microfones.

Kelmon perguntou a Lula sobre corrupção, que, por sua vez, perguntou se o candidato do PTB era padre ou se estava fantasiado. Em resposta, Kelmon disse que o PT é um “incondenado” e que não deveria ser candidato.

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Lula disse após o debate que “alguém tinha que dizer alguma coisa” a Kelmon, a quem chamou de “candidato laranja”. A campanha do PT avaliou que, apesar da briga, o desempenho de Lula foi positivo, com base em pesquisa qualitativa realizada pelo PT durante o debate com eleitores indecisos.

Kelmon, que não é padre da Igreja Católica, também entrou em confronto com a senadora Soraya Thronicke (União Brasil), que se destacou ao longo da campanha, principalmente nos debates, por usar frases de efeito. A certa altura, o candidato disse que o adversário era um “Pai da Festa Junina”. Deu certo: segundo pesquisa da Quaest, o termo estava entre os campeões de menções na internet.

Soraya também entrou em confronto com Bolsonaro e perguntou se o presidente vai aceitar o resultado das pesquisas em caso de derrota, mas o candidato à reeleição não respondeu.

Analistas apontaram o debate da Globo como um marco decisivo na reta final da campanha em um momento em que ainda é matematicamente possível a possibilidade da disputa eleitoral pela Presidência ser definida no primeiro turno, no domingo. Uma atuação expressiva de um dos candidatos na TV Globo poderia, em tese, fazer pender a balança.

Segundo pesquisa do Datafolha desta quinta-feira, Lula tem 50% dos votos válidos, contra 36% de Bolsonaro. Na segunda-feira, uma pesquisa do Ipec havia indicado Lula com 52% dos votos válidos, contra 34% de Bolsonaro. Para vencer no primeiro turno, o candidato precisa de mais da metade dos votos válidos.

De acordo com o acompanhamento de Quaest sobre a repercussão do debate nas redes sociais, Lula e Bolsonaro lideraram as menções durante o debate, com 40% e 39%, respectivamente. Mas foi Ciro Gomes (PDT) quem teve o maior percentual de menções positivas, com 49,2%. Bolsonaro veio em seguida, com 49%, à frente de Tebet (45,2%) e Lula (43,5%).

(Por Lisandra Paraguassu, em São Paulo, e Ricardo Brito, em Brasília; reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)



Fonte: Noticias Agricolas