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Rastreabilidade na pecuária em tempos de mudanças climáticas: uma urgência discutir

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O Desafio da Rastreabilidade do Gado no Brasil

No Brasil, a questão da rastreabilidade do gado se tornou um tema urgente e complexo, dada a magnitude do rebanho bovino no país, que é o maior do mundo. A falta de clareza sobre a localização e as condições dos animais tem levado tanto o governo quanto o setor privado a reconhecerem a necessidade de um “censo demográfico” do rebanho bovino. Esta introdução aborda a importância da rastreabilidade do gado em um cenário global em que a sustentabilidade e a transparência na produção de alimentos são cada vez mais valorizadas.

Neste contexto, a pressão para implementar sistemas de rastreabilidade mais robustos é evidente, especialmente considerando os prazos estabelecidos por regulamentos como o da União Europeia. A Lei para Aplicação da Rastreabilidade, nº 12.097/2009, estabeleceu diretrizes para o registro e acompanhamento dos animais em todas as fases da cadeia produtiva, mas desafios como a falta de um banco de dados nacional e a limitação da Guia de Trânsito Animal ainda persistem.

O Futuro da Rastreabilidade do Gado no Brasil

Neste artigo, exploraremos mais profundamente as questões relacionadas à rastreabilidade do gado no Brasil, desde a conformidade legal até os desafios práticos enfrentados pelos produtores e pela indústria. Além disso, discutiremos as iniciativas em andamento para unir dados sanitários e fundiários, visando garantir não apenas a saúde dos animais, mas também a sustentabilidade da produção pecuária no país.

A Importância da Transparência na Produção Pecuária

A transparência na produção pecuária é essencial não apenas para atender às exigências do mercado internacional, mas também como um compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental. Neste contexto, a rastreabilidade do gado emerge como um elemento-chave para garantir a origem e o percurso dos animais, refletindo não apenas preocupações sanitárias, mas também ambientais e sociais.

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Rastreabilidade e sua urgência no Brasil

A falta de clareza sobre o paradeiro e as condições dos aproximadamente 234 milhões de cabeças de gado no Brasil se tornou um tema urgente e crucial. Com a necessidade crescente de garantir a segurança sanitária e demonstrar sustentabilidade na produção, a implementação efetiva da rastreabilidade se faz necessária.

A contagem regressiva para a rastreabilidade

O cenário global, com pressões comerciais e regulatórias cada vez mais rígidas, como o Regulamento Livre de Desmatamento da União Europeia, está acelerando a necessidade de rastrear o percurso do gado. A data limite de 2024 e 2025 para a implementação de protocolos comerciais evidenciam a urgência dessa ação no Brasil.

Desafios na conformidade à lei

A Lei para Aplicação da Rastreabilidade estabeleceu diretrizes claras, mas sua efetiva aplicação esbarra em desafios, como a Guia de Trânsito Animal (GTA) e a falta de um banco de dados nacional consolidado. A transparência e a precisão necessárias não estão sendo atendidas, o que gera preocupações em relação ao cumprimento das exigências comerciais e ambientais.

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O papel da saúde animal e dos documentos fundiários

Para garantir a relevância do setor pecuário brasileiro no mercado global, é essencial unir dados sanitários e fundiários. A identificação individual dos animais, desde sua movimentação inicial até o destino do abate, se torna crucial para cumprir as exigências de rastreabilidade e sustentabilidade.

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Conclusão

A implementação efetiva da rastreabilidade do rebanho bovino no Brasil se tornou uma necessidade urgente, não apenas por questões sanitárias, mas também para atender às exigências do mercado internacional em relação à sustentabilidade. A falta de transparência e precisão nos documentos atuais, como a GTA, levanta questionamentos sobre a eficácia do sistema atual e a necessidade de uma solução mais abrangente e detalhada.

É fundamental que o país una dados sanitários e fundiários, desenvolvendo um sistema de rastreio que garanta a identificação e histórico completo de cada animal, desde sua origem até o abate. A pressão internacional, as metas de sustentabilidade e as exigências dos consumidores impulsionam a busca por uma pecuária mais transparente e responsável, em sintonia com a agenda ESG e as demandas climáticas globais.

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A colaboração entre governo, empresas e sociedade civil é essencial para o desenvolvimento de soluções eficientes e para garantir a conformidade com as leis e regulamentos internacionais. A rastreabilidade do rebanho bovino no Brasil não apenas contribuirá para a saúde animal e ambiental, mas também fortalecerá a posição do país como um produtor sustentável e confiável no mercado internacional.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Rastreabilidade do rebanho bovino no Brasil: a importância da transparência

O Brasil possui o maior rebanho bovino do mundo e é um dos maiores exportadores de carne. Diante desse cenário, a rastreabilidade do gado se torna fundamental tanto por questões sanitárias quanto por requisitos ligados à sustentabilidade. No entanto, a falta de clareza sobre a localização e as condições dos animais tem sido um desafio para o governo e para o setor privado.

Por que a rastreabilidade do rebanho bovino é importante?

A rastreabilidade do gado é essencial para garantir a segurança sanitária dos produtos de origem animal, além de atender às exigências do mercado internacional, que cada vez mais valoriza a sustentabilidade na produção de alimentos.

Quais são os prazos e exigências relacionados à rastreabilidade?

Com a implementação do Regulamento Livre de Desmatamento da União Europeia e outros protocolos comerciais, o Brasil precisa se adequar às normas de rastreio do gado até 2024. Isso inclui a identificação precisa do animal em todas as etapas da cadeia produtiva.

Como a Lei para Aplicação da Rastreabilidade impacta os produtores?

A Lei nº 12.097/2009 estabelece requisitos para o registro e acompanhamento das informações da cadeia produtiva de carnes bovinas e de búfalos. Os produtores precisam cumprir uma série de instrumentos, como a Guia de Trânsito Animal e a nota fiscal de compra e venda, para garantir a conformidade.

Quais são os desafios da rastreabilidade do rebanho bovino no Brasil?

A falta de um sistema de rastreio eficiente e a ausência de um banco de dados nacional que reúna todas as informações sobre o trajeto dos animais dificultam a transparência e a segurança do processo. A implementação de medidas mais rigorosas é essencial para garantir a sustentabilidade e a competitividade do setor.

Como a pecuária rastreável se relaciona com a sustentabilidade?

A rastreabilidade do rebanho bovino não é apenas uma questão de conformidade legal, mas também de responsabilidade ambiental e social. Unir dados sanitários e fundiários, garantir a transparência e a segurança dos produtos e promover práticas sustentáveis são desafios chave para o setor pecuário brasileiro.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Verifique a Fonte Aqui

Há 234 milhões de cabeças de gado no Brasil, mas o governo federal não tem muita clareza sobre onde e em que condições elas estão. Segundo o último Censo Agropecuário do IBGE, de 2017, a atividade econômica está presente em 2,5 milhões de propriedades, desde grandes grupos até pecuaristas de pequeno porte, nos cinco biomas. Diante desta complexidade, é um consenso entre as iniciativas público e privada que obter um ‘censo demográfico’ do rebanho bovino se faz necessário.

Mais do que preciso, conseguir identificar os animais agora se mostra urgente. O contexto é de que o Brasil possui o maior rebanho bovino do mundo e é o maior exportador da commodity também. Se antes, o fator sanitário já era motivo suficiente para o país demonstrar controle sobre o paradeiro do boi – em casos como a contaminação por febre aftosa, por exemplo –, hoje em dia o mercado também deseja saber o percurso do gado por requisitos ligados à sustentabilidade.

É neste ponto que passa a pesar, em conjunto, as condições de vida do bovino e das propriedades rurais pelas quais ele passou ao longo dos ciclos de cria, recria e engorda, até ir para o frigorífico. O Brasil, portanto, despertou para a necessidade de averiguar a relação do animal com documentos como Cadastro Ambiental Rural, áreas embargadas pelo Ibama ou denúncias no Ministério Público Federal.

Contagem regressiva à rastreabilidade

O enredo que fomenta a análise conjunta destas informações é a mudança climática e do uso da terra. Logo, implementar a rastreabilidade no país de forma robusta é para ontem, pois diversos consumidores – e países – dão sinais claros de que não querem comprar qualquer produto que tenha vínculo com a degradação de florestas.

A pressa do Brasil tem data marcada. Um dos deadlines previstos é do Regulamento Livre de Desmatamento da União Europeia (EUDR), cujos requisitos para a importação de commodities brasileiras serão aplicados a partir de 30 de dezembro de 2024. Não por acaso, muitos protocolos comerciais com exigências atreladas ao rastreio bovino entram em vigor em 1º de janeiro de 2025, conforme comenta Netto Schimansky, presidente da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável.

“Esse é um dos grandes problemas à frente, porque a gente sabe que [a data] não é factível, mas vejo que os atores do setor vão pressionar um pouco mais rápido para isso acontecer”, ele afirma. Este é o esforço da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável desde que conseguiu aproximar governos, empresas e sociedade civil para ampliar o debate e desenvolver uma solução conjunta. Afinal, a prática do rastreio consta na legislação do país.

Além disso, há de se considerar a COP30, a ser realizada em Belém do Pará, em 2025. O maior evento global sobre mudanças climáticas organizado pelas Nações Unidas põe o país em posição de dar transparência sobre a sustentabilidade na produção de alimentos, sem esquecer do social e da governança. Contar com dados que ajudem no rastreio e organização de informações do processo produtivo se faz necessário em uma aliança entre o agronegócio, tecnologia e a agenda ESG.

Conformidade à lei – mas como?

A Lei para Aplicação da Rastreabilidade, nº 12.097/2009, foi feita para garantir o registro e acompanhamento das informações referentes às fases da cadeia produtiva das carnes de bovinos e de búfalos, rastreando um animal ou grupo de animais durante todos os estágios da sua vida, além do transporte, processamento e distribuição.

No texto, publicado em 2009, o presidente Lula assinava que a rastreabilidade seria implementada com base em cinco instrumentos. Para o produtor estar dentro da lei, ele precisa da Guia de Trânsito Animal (GTA); a nota fiscal de compra e venda; registros oficiais dos serviços de inspeção e no âmbito do setor privado, e apresentar no bovino uma marca permanente e auditável para identificação do proprietário, como tatuagem.

O documento conhecido como GTA divide opiniões, porque é considerado pelos órgãos públicos como sigiloso, e assim não atende à necessidade da transparência, segundo Netto Schimansky. Outra questão é ele estar sob a esfera estadual e não haver um banco de dados nacional que congregue todas as origens e rotas.

Dessa forma, encontrar todas as fazendas em que o animal transitou, entre cria, recria e engorda, resulta em uma ramificação de propriedades, sem qualquer precisão. Logo, a forma como o documento foi pensado não atende aos detalhes que importadores e varejistas têm pedido do ponto de vista ambiental.

Mais do que números, indivíduos

“Hoje, o Brasil tem a GTA, mas ela não tem histórico, não serve como documento de rastreabilidade, mas de sanidade. Cada movimentação desse animal gera um número de lote, referente a um grupo de animais, e cada vez que ele passa por uma fazenda esse histórico é perdido”, explica Netto.

Fernando Sampaio, diretor de sustentabilidade da Associação Brasileira da Indústria de Exportadores de Carne (ABIEC), diz que o rastreio por lotes é complicado por “abrir uma árvore de possibilidades”. “Então, esse é o problema da GTA, você não tem certeza de onde o boi veio”. A agenda climática que recai sobre o Brasil, inclusive nos encontros do G20, pede uma resposta para este paradeiro.

Quem também fala sobre a GTA é Caio Penido, pecuarista da região da Serra do Roncador, no Mato Grosso, e que circula entre os diferentes atores desta discussão. Ele conta que um dos receios do setor é de que os profissionais com prática ilegal tentem manipular a GTA e prejudiquem a finalidade do documento, que é acompanhar o trajeto pelo viés da saúde do animal.

“A GTA foi criada para ter controle sanitário e ter uma eficiência no combate de casos de doenças. O medo é que a partir do momento que o uso da GTA serve para rastrear o desmatamento, os produtores que estão com problemas ambientais comecem a omitir informações e termina gerando um risco sanitário para o país”, afirma.

Antes da GTA, já havia sido desenvolvida uma alternativa de rastreio por animal: o Sistema Brasileiro de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (Sisbov). Criada em 2002, a ferramenta foi implementada como voluntária aos pecuaristas interessados em exportar. E, então, estagnou. Dos 2,5 milhões de propriedades atuante na pecuária, apenas 1.200 estabelecimentos mostram detalhes de cada cabeça de boi, comenta Sampaio.

O diretor da ABIEC diz que o Sisbov foi construído para atender ao mercado da União Europeia na época e concede informações apenas a respeito dos últimos 90 dias do animal, sendo que o ciclo de vida é 3,5 anos. Mas os protocolos internacionais mais variados pedem o conhecimento de toda as fases do gado, e sem estes dados não é possível diversificar mercado.

“A demanda da Europa é que esse animal esteja na área habilitada do Estado para exportação nos 90 dias antes do abate e informe a propriedade dos últimos 40 dias. Nesta fazenda, tem que haver identificação 100% individual, mas o sistema é voluntário e parcial. A rastreabilidade individual daria o caminho direitinho do gado, se aplicada lá no começo”, comenta.

Saúde animal e documentos fundiários

O setor se vê na obrigação de unir dados sanitários e fundiários, se quiser continuar sendo relevante na pecuária mundial. A tarefa é desenvolver uma forma de identificação para que nunca se perca o histórico do animal, desde a primeira movimentação até o destino do abate.

Estão a cargo desta missão no Ministério da Agricultura e Pecuária os secretários Carlos Goulart, de Defesa Agropecuária (SDA), e Renata Miranda, de Inovação e Desenvolvimento Sustentável (SDI). A SDA se preocupa exclusivamente com a questão sanitária, enquanto a SDI está se ocupando de soluções para garantias de sustentabilidade na produção. Em relação a isso, Renata Miranda ressalta, no entanto, que “pecuária rastreável não é sinônimo de pecuária sustentável”.

Para saber mais sobre a visão da secretária do Mapa e descobrir quais mecanismos estão sendo debatidos, acompanhe a próxima reportagem sobre o tema em Um Só Planeta.